A esta altura do ano de 2019, Valtteri Bottas era o líder do campeonato - e, em 2020, ouvimos apenas os ecos do passado em uma temporada que ainda não começou

A pandemia do Covid-19 é, certamente, a maior crise global de nossa geração – provavelmente, em gerações, desde as Guerras Mundiais e a gripe espanhola. Menos importante neste momento, o esporte segue parado em quase todo o mundo, o que também trouxe impactos para a Fórmula 1. Em 2020, a maior categoria do automobilismo mundial segue silenciosa e a única coisa que ouvimos são os ecos dos roncos dos motores do passado, com as reprises que se multiplicam na TV e na internet. 

Se não fosse por isso, a F1 já teria completado cinco GPs (Austrália, Bahrein, Vietnam, China e Holanda), chegando na corrida da Espanha no próximo fim de semana. Inclusive, a corrida em Hanoi seria uma estreante, enquanto a de Zandvoort seria um retorno após 35 anos. 

É difícil saber como estaria o campeonato de 2020 a esta altura do ano. A Mercedes eram os favoritos, aliás, continuarão sendo quando a disputa finalmente começar. A realidade é que, seja como for, a próxima temporada tem tudo para ser bem diferente do que deveria ter sido, ou de qualquer ano que passou ou que acontecerá no futuro.

Agora, será que o começo de 2019 nos permite ao menos ter uma ideia de como um “2020 original de fábrica” teria sido? 

Talvez. Vamos olhar.

Bottas começou 2019 com ótimo desempenho – será que em 2020 teria sido igual?

O começo da temporada passada (e das anteriores, em tempos recentes) foi razoavelmente diferente do que estava programado para este ano. Os GPs da Austrália, Bahrein, China e Azerbaijão aconteceram até 7 de maio de 2019, com o da Espanha sendo realizado em 12 de maio. Ou seja, sem Vietnam e Holanda, mas com a prova de Baku acontecendo mais cedo.

Após a quarta prova do ano, um surpreendente Valtteri Bottas liderava, com 87 pontos – um à frente do companheiro de Mercedes, Hamilton, com 86. Sebastian Vettel era o terceiro, com 52, com o piloto da Ferrari também um ponto à frente do desafiante da Red Bull, Max Verstappen. Charles Leclerc, no #14 vermelho, era quinto, com 47 pontos.

Bottas tinha vencido nada menos que 50% dos GP, ou seja, dois (Melbourne e Baku), com Hamilton ficando com o P1 em Sakhir e Xangai. Em poles, Hamilton também tinha duas, contra uma de Bottas e a outra de Charles Leclerc

Entre as equipes, a Mercedes já tinha uma confortável vantagem na liderança – 173 pontos, 74 a mais que a Ferrari.

Verstappen assumiu o terceiro lugar do Mundial de Pilotos justamente na Espanha, em 12 de maio (Max Verstappen, Red Bull, Barcelona, F1 2019)

Já o GP da Espanha do ano passado viu mais uma vitória de Hamilton, que assumiu a liderança do campeonato (112 pontos contra 105 do companheiro finlandês). Verstappen também superou Vettel (66 a 64), já dando o tom do que seria visto no resto do campeonato. Enquanto isso, o time alemão acumulava 96 pontos à frente dos italianos (217 a 121)

Ao final do ano, todo mundo sabe: hexa para Hamilton, com Bottas vice, Verstappen em terceiro, Leclerc em quarto e Vettel em quinto. Título fácil para a Mercedes, também. 

O “e se?” não entra na pista, todos sabem. Por outro lado, fica difícil imaginar que a temporada 2020 muito diferente. Talvez a novidade do Vietnam e da Holanda pudessem trazer o imponderável para a disputa, ou ainda a onda laranja dar uma força para Max Verstappen em casa. Só que, agora, fica muito difícil saber. 

O que se pode esperar é que com o tempo a mais, parado, e uma temporada-relâmpago, mais curta e com GPs mais próximos talvez ajudem a bagunçar um pouco as coisas. Talvez. Na análise já publicada aqui no GRANDE PREMIUM, a tabela final simulando a partir dos resultados de 2019 não seria muito diferente, com título do inglês – apenas com um pouco mais de emoção para o público. 

Bom, enquanto os motores não voltam a roncar, ficamos em casa neste 2020 que, pelos motivos errados, vai se tornando inesquecível… 

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