O GRANDE PREMIUM traça um paralelo entre os mais jovens vencedores da F1 e da Indy e ressalta pontos em comum entre as carreiras de Max Verstappen e Colton Herta

A segunda etapa da temporada 2019 da Indy, disputada no último domingo (24) no Circuito das Américas, em Austin, foi histórica para a categoria. Logo na sua segunda prova, o novato Colton Herta quebrou o recorde de precocidade e, com uma corrida maiúscula e também com sorte na estratégia, deixou para trás favoritos e vencedores da Indy 500, como Will Power, Alexander Rossi e Scott Dixon e venceu de forma brilhante no Texas.

Com o triunfo, alcançado pela pequena Harding, Herta virou o mais jovem vencedor da história da Indy, alcançando o topo do pódio com 18 anos, 11 meses e 22 dias. Antes, o recordista era Graham Rahal. Filho de piloto assim como Colton, o filho de Bobby venceu o GP de St. Pete com 19 anos, um mês e três dias em 2008.

Já veterano, Ryan Hunter-Reay disse que “as crianças estão crescendo mais rápido”. O que é verdade. Sobretudo para quem acompanhou o desenrolar da Indy na sua década de ouro, nos anos 1990, e teve a chance de assistir Bryan Herta em ação.

O ex-piloto obteve um total de quatro vitórias no currículo e dez poles em 179 corridas, contando CART e IRL, tendo um desempenho razoável, mas longe de encantar. Com passagens de maior destaque pela Ganassi, pela Rahal (nos tempos de CART) e depois na Andretti, Bryan Herta é muito mais lembrado por ter sofrido a histórica ultrapassagem de Alessandro Zanardi no Saca-Rolhas de Laguna Seca, em 1996.

De certa forma, guardadas as devidas proporções, a carreira de Herta encontra seu paralelo do outro lado do Atlântico. Assim como Colton, Max Verstappen é filho de um razoável ex-piloto, no caso, Jos Verstappen. Os dois se assemelham também pela precocidade, com o holandês sendo o mais jovem vencedor de uma corrida no Mundial de F1.

 
No GP da Espanha de 2016, Max fez sua primeira corrida pela Red Bull, depois que a equipe dos energéticos promoveu o polêmico rebaixamento de Daniil Kvyat para assegurar ao prodígio sua chance de estar numa equipe de ponta — e, de quebra, espantar o assédio de Mercedes e Ferrari.

Em Barcelona, Verstappen, é bem verdade, contou com o insólito incidente entre os favoritos Lewis Hamilton e Nico Rosberg, da Mercedes, na primeira curva. Mas depois, o piloto fez uma corrida muito madura para sua idade e chegou ao topo do pódio quase com a mesma idade de Herta na Indy: 18 anos, sete meses e 15 dias.

Estava superada a marca estabelecida por Sebastian Vettel, que havia vencido o GP da Itália de 2008, com a modesta Toro Rosso, com 21 anos, dois meses e 11 dias.

A seguir, o GRANDE PREMIUM traça um paralelo das carreiras dos dois meninos prodígios, não para ‘decretar’ quem é o melhor, mas sim para mostrar quem são os fenômenos de jovialidade que brilham na F1 e também na Indy.
 

(Max Verstappen faz a festa com o champagne no pódio (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

Colton Herta viu a estrela brilhar em Austin e colocou seu nome na história da Indy

Herta: a evolução na Europa e a afirmação na América
 

Nascido em 30 de março em Valencia, na Califórnia, Colton Herta vai completar 19 anos no próximo sábado. Mas já desponta com uma carreira para lá de promissora. E se engana quem pensa que o norte-americano começou dias atrás no automobilismo. Seu início de trajetória se deu com dez anos, ainda no kartismo, acelerando em competições como o famoso Skusa. Nos monopostos, a estreia foi aos 13 anos para, em 2014, fazer seu primeiro campeonato completo, a USF2000, o primeiro degrau do Road to Indy.

No ano seguinte, Colton cruzou o Atlântico e aportou na Inglaterra para disputara F4 Britânica. Correndo pela tradicional Carlin, o norte-americano venceu quatro corridas, obteve uma pole e um total de 12 pódios, finalizando em terceiro lugar. O campeão em 2015 foi um tal de Lando Norris, hoje piloto da McLaren na F1.

A parceria com a Carlin continuou no ano seguinte, com Herta acelerando em duas frentes: o piloto chegou a fazer seis corridas pela F3 Inglesa, inclusive com uma vitória. A temporada daquele ano foi vencida pelo brasileiro Matheus Leist. Colton fez o campeonato em tempo integral na Euroformula Open, e ainda que não tivesse chegado ao título, finalizou em outro bom terceiro lugar, atrás de Leonardo Pulcini e Ferdinand Habsburg.

Em 2017, Herta voltou pra casa. Mais amadurecido, correu a Indy Lights pela Andretti, ficando em terceiro no campeonato, à frente de Leist e atrás de Kyle Kaiser e do uruguaio Santiago Urrutia. Já no ano passado, Colton permaneceu na Lights e, ainda que a categoria de acesso à Indy tivesse um grid esvaziado, o piloto mostrou seu valor, com direito a nada menos que três vitórias em Indianápolis (sendo duas no misto e uma no lendário oval), e lutou pelo título até o fim com o companheiro e rival Pato O’Ward. No fim, o mexicano acabou levando a taça.

Herta, que chegou a estrear pela Indy em Sonoma, na última corrida do calendário do ano passado com a Harding, assinou contrato com a equipe para toda a temporada 2019. Antes, Colton obteve outro feito histórico ao vencer pela primeira vez as 24 Horas de Daytona, correndo na classe GTLM ao lado de Augusto Farfus, Connor de Phillippi e Philipp Eng.

Depois de um bom início de temporada na Indy com o oitavo lugar em St. Pete, veio um triunfo marcante em Austin. Seja qual for o destino da sua carreira, Colton Herta já escreveu seu nome na história do automobilismo.

Verstappen é o mais jovem piloto a vencer uma corrida no Mundial de F1 (Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool))

Verstappen: fenômeno do kart e autor da própria história
 

É impossível falar em recordes de precocidade no esporte sem mencionar o nome de Max Emilian Verstappen. Nascido em 30 de setembro de 1997 em Hasselt, na Bélgica, o jovem, hoje com 21 anos, tem uma carreira arrebatadora: bicampeão europeu de kart e campeão mundial da modalidade em 2013, foi alçado à condição de estrela do automobilismo desde cedo, e nada teve a ver com sua condição de filho de Jos Verstappen. Max já provou ser muito melhor que o pai.

Em 2014, Verstappen já era membro do Red Bull Junior Team e teve um ano muito forte na F3 Europeia, ainda que não tivesse sido campeão. Foi o terceiro, atrás do grande rival Esteban Ocon e de Tom Blomqvist, mas era Max quem estava cravando seu nome na história. Ainda com 16 anos, seu nome era anunciado de forma surpreendente pela Toro Rosso para ser um dos titulares da equipe na temporada 2015 do Mundial de F1.

Com apenas 17 anos, cinco meses e 15 dias, Verstappen alinhava no grid do GP da Austrália e virava o mais jovem piloto a disputar uma corrida na F1, recorde que perdura até hoje. Duas semanas depois, o holandês quebrava outra marca, a de piloto mais jovem a pontuar em uma corrida na F1 ao finalizar o GP da Malásia em sétimo. Novamente, ninguém jamais o superou em tamanho noviciado.

Apesar de muito novo, Max jamais se intimidou com adversários mais experientes e manteve uma abordagem muito agressiva dentro e fora da pista, o que lhe rendeu muitos desafetos e discussões públicas, como com Romain Grosjean, Felipe Massa e até Sebastian Vettel, além de uma rivalidade velada com seu então companheiro de equipe, Carlos Sainz.

A rivalidade interna não durou muito porque, na quinta corrida da temporada seguinte, 2016, Verstappen foi promovido a titular da Red Bull, para decepção de Carlos, que gostaria de ter recebido a chance na equipe tetracampeã do mundo no GP da Espanha daquele ano. E Max brilhou logo na estreia pelo time austríaco, viu sua estrela brilhar quando Hamilton e Rosberg abandonaram, levou sorte também quando Daniel Ricciardo enfrentou problemas e tomou a liderança para vencer pela primeira vez na F1, com 18 anos, sete meses e 15 dias.

Desde então, Verstappen venceu mais quatro corridas e se estabeleceu não apenas como um dos melhores pilotos da atualidade, mas também candidatíssimo a um dia vir a ser o mais jovem campeão mundial de F1. No momento, o recorde ainda é de Sebastian Vettel, dono da taça com 23 anos, quatro meses e 11 dias em 2010.

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