E aí, hein? A prova da Hungria não foi divertida como a do ano passado, mas ao menos ofereceu uma pequena correria de estratégias no começo da corrida, entre o chove ou não molha que se apresentou em Budapeste. Com ou sem chuva, quem manda na Fórmula 1 é Lewis Hamilton

Após duas provas na Áustria, eis que a Fórmula 1 testou uma nova pista na temporada 2020: a de Hungaroring, casa do GP da Hungria. E se deveria ser um início favorável às desafiantes, mostrou um domínio acachapante da Mercedes. A dobradinha só não se repetiu pela estapafúrdia largada de Valtteri Bottas, que terminou em terceiro. Mas Lewis Hamilton, na frente, sumindo, correu uma prova que era somente dele e mais ninguém. Pela vitória completa, ficou com a grande nota do fim de semana: 9.5.

Como nenhum dos outros pilotos teve uma prova brilhante como Lando Norris tivera, por exemplo, nas duas primeiras etapas, a segunda nota foi para o décimo colocado. Kevin Magnussen! O dinamarquês foi beneficiado com a estratégia da Haas de trocar pneus após uma volta e, mesmo punido pela comunicação via rádio de que isso seria feito, segurou o carro na zona de pontos. Romain Grosjean não conseguiu manter, despencou, mas Magnussen anotou tentos que não virão facilmente para a Haas em 2020.

Já a pior nota da semana ficou entre os dois pilotos da Alfa Romeo. Kimi Räikkönen e Antonio Giovinazzi levam um 3.5 que serve de retrato do que é a dupla de pilotos mais opaca da Fórmula 1.

As notas do Ranking GP são distribuídas por Gabriel Curty, Pedro Henrique Marum e Vitor Fazio.

O pódio do GP da Hungria (Foto: AFP)

1°) Lewis Hamilton – 9.5 – Fez uma atuação próxima da perfeição. O britânico foi beneficiado por erro de Bottas na largada, mas nunca deu sinais de que viria a fraquejar em outras condições. A vantagem enorme sobre Verstappen, permitindo até pit-stop extra para fazer volta mais rápida, ajuda a entender como o (hoje) hexacampeão está mesmo em outro patamar na F1.

2°) Max Verstappen – 7.5 – Foi heróico ao conseguir o segundo lugar depois de mal conseguir largar, mas esse mérito é mais da equipe do que do piloto. Verstappen cometeu erro bobo ao bater antes da largada e quase pôs tudo a perder. Por sorte, se redimiu com ritmo forte e defesa bastante segura contra um Bottas pouco ameaçador.

3°) Valtteri Bottas – 5.0 – Não conseguiu completar a dobradinha da Mercedes, o que é indicativo de um dia ruim na conjuntura atual da F1. O finlandês se enrolou na largada, caindo para sexto, e fez depois uma recuperação essencialmente burocrática. Deixa claro o motivo para provavelmente não fazer nem cosquinhas na luta pelo título.

Sebastian Vettel e Charles Leclerc (Foto: Ferrari)

4°) Lance Stroll – 7.5 – Virou uma surpresa muito grata. O canadense, tão acostumado a ficar na sombra de Pérez, teve luz própria no Hungaroring. Classificação boa, corrida boa. Salvo a hesitação em ultrapassar a dupla da Haas nas primeiras voltas, fez um bom trabalho. Seguindo assim, irá pódio em breve.

5°) Alexander Albon – 6.5 – Teve um domingo melhor do que o esperado após o sábado, mas ainda abaixo das expectativas da Red Bull. O tailandês ainda não consegue sequer acompanhar Verstappen de perto, e isso independe de erros da equipe na classificação. Os 10 pontos agradam, mas seguimos no aguardo do próximo passo na evolução do #23.

6°) Sebastian Vettel – 7.0 – Flertou com um novo dia horrendo ao cair para nono nas voltas iniciais, mas mostrou paciência e bom ritmo para terminar em sexto. Seria algo ruim até 2019, mas é quase um alívio em 2020. O alemão foi astuto ao pedir pneus médios, e não duros, quando deixou os intermediários. Foi chave para não repetir o dia horrendo de Leclerc.

7°) Sergio Pérez – 5.5 – Quase irreconhecível, ficou sumido o tempo todo na Hungria. O mexicano reclamou de tonturas no sábado, mas seguiu devendo no domingo, quando já disse estar melhor. Os pontos são bons, mas já passou da hora de Pérez encaixar atuação forte do começo ao fim com a ‘Mercedes rosa’.

8°) Daniel Ricciardo – 7.0 – Com uma Renault puramente mediana, fez o dever de casa. O australiano teve grande estratégia ao prolongar o uso de médios no segundo stint, o que permitiu ganhar terreno nas voltas finais. De quebra, engoliu Ocon. Falta só brigar por resultados melhores, como conseguia até mesmo em 2019.

9°) Carlos Sainz Jr. – 6.0 – Tentou a mesma estratégia de Ricciardo, mas com menos sucesso. O espanhol pontuou, mas em uma atuação que em nada lembrou os momentos grandiosos de 2019. Foi a luz no fim do túnel da McLaren após um dia deprimente de Norris.

10°) Kevin Magnussen – 8.5 – Operou milagre. O dinamarquês foi beneficiado pela estratégia certeira da Haas de colocar pneu slick na volta de apresentação, mas fez sua parte ao mostrar ritmo incrível com um dos piores carros do grid. Nas voltas finais, tinha ritmo melhor que o da Ferrari de Leclerc e o da McLaren de Sainz. Sorte que a punição inexplicável de 10s não o tirou dos pontos.

Kevin Magnussen foi aos pontos no GP da Hungria (Foto: Haas)

11°) Charles Leclerc – 4.0 – Viveu um dia horrível. Para começo de conversa, foi vítima da inexplicável estratégia da Ferrari de colocar macios após as voltas com intermediários. Sem ritmo algum, foi forçado a passar 49 voltas com duros, o que não resolveu os problemas. Em que pese a decisão errada da Ferrari, ficou feio o monegasco não terminar na frente nem de um punido Magnussen. Fica sem pontos com justiça.

12°) Daniil Kvyat – 5.0 – Ficou com cara de tacho ao cair no Q1, isso enquanto o companheiro com motor defeituoso chegou ao Q3. Na corrida, fez um papel um pouco melhor: ganhou terreno com a estratégia de pneus, mas sem indicar que pontuaria. Pena que a equipe não atendeu ao pedido de fazer pit-stop na volta de apresentação para colocar slicks…

13°) Lando Norris – 4.5 – Pôs tudo a perder nas voltas iniciais. Uma largada ruim, aliada à decisão da McLaren de esperar três voltas para colocar pneus slicks, jogou Norris para 18°. A recuperação foi lenta e infrutífera, tendo como destaque as brigas com Leclerc por posições que nada importam.

14°) Esteban Ocon – 4.5 – Fez corrida decepcionante, mas, ao contrário de Norris, sem a salvaguarda de ter feito duas ótimas corridas na Áustria. O francês levou um pau homérico de Ricciardo e já começa a manchar o retorno ao grid. Se seguir assim, vai ser complicado contra Alonso em 2021.

15°) Kimi Räikkönen – 3.5 – Foi o mais lento em uma classificação pela primeira vez na carreira e, como cereja no bolo, foi punido por alinhar o carro na posição errada do grid. O único lado positivo foi superar Giovinazzi, mas convenhamos que não é lá um grande feito.

Kimi Räikkönen (Foto: Alfa Romeo)

16°) Romain Grosjean" target="_blank">Romain Grosjean – 6.0 – Coitado. Fez uma corrida muito importante para a Haas, segurando pilotos mais rápidos e defendendo Magnussen, mas terminou com mais um resultado completamente medíocre. O sonho de pontuar, que já era seria difícil de realizar, ficou ainda mais duro depois de perder elemento da asa dianteira em briga com Albon. O sacrifício ajudou Magnussen, pelo menos.

17°) Antonio Giovinazzi – 3.5 – Segue atuando como o funcionário público do grid da F1. Bate ponto e faz o trabalho mais burocrático possível, sem qualquer brilho. Terminar atrás do punido Kimi Räikkönen é mais um capítulo de um piloto que não parece ter futuro na F1.

18°) George Russell – 6.0 – Voltou a fazer belo trabalho na classificação, mas foi vítima do ritmo de corrida horrendo da Williams. O britânico caiu para 19° ainda nas primeiras voltas e não teve condições de reagir. O lado positivo é sobrar contra Latifi.

19°) Nicholas Latifi – 5.0 – Teve um resultado péssimo, ficando quatro voltas atrás de Russell. A performance em si, entretanto, foi até digna: o canadense fez ótima largada e chegou a estar em décimo. O furo de pneu em toque com Sainz, entretanto, acabou com tudo: o assoalho ficou danificado e acabou com o ritmo. Pena.

NC) Pierre Gasly – 6.5 – Não poderia ter enfrentado zica maior no fim de semana. Motor quebrado no TL1, no Q2 e na corrida. Uma pena, já que o francês mostrou ritmo nos raros momentos em que pôde. Ainda parece claramente mais rápido que Kvyat.

Largada do GP da Hungria (Foto: AFP)

GP da Hungria – 5.5 – Que bom que choveu antes da largada, viu. A corrida deu uma embaralhada providencial para evitar uma procissão total nas primeiras posições. A estratégias variadas também deram um toque legal. Mas, assim como no GP da Estíria, sentimos falta daquela briga aberta pela vitória. Culpa do domínio de Lewis Hamilton.

Melhor GP – GP da Áustria – 8.5
Pior GP – GP da Hungria – 5.5
Média da temporada – 6.8

1°) Lewis Hamilton – 8.8
2°) Max Verstappen – 7.2
2°) Lando Norris – 7.2
4°) Valtteri Bottas – 7.0
5°) Alexander Albon – 6.5
5°) Sergio Pérez – 6.5
5°) Carlos Sainz – 6.5
5°) Daniel Ricciardo – 6.5
5°) Pierre Gasly – 6.5
10°) Lance Stroll – 6.3
11°) Kevin Magnussen – 6.2
12°) George Russell – 5.8
13°) Esteban Ocon – 5.5
13°) Daniil Kvyat – 5.5
15°) Sebastian Vettel – 5.3
16°) Romain Grosjean – 5.2
17°) Antonio Giovinazzi – 4.5
17°) Kimi Räikkönen – 4.5
19°) Charles Leclerc – 4.3
19°) Nicholas Latifi – 4.3

*Com Gabriel Curty e Vitor Fazio

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