Palou se vê com “obra incompleta” apesar do tri: “Completo só quando vencer Indy 500”

Álex Palou alcançou um patamar elevado na Indy ao se juntar a pilotos três vezes campeões da categoria ao término da temporada 2024. Na visão do espanhol, a meteórica carreira só vai ser coroada como histórica se vencer as 500 Milhas de Indianápolis. Sem o triunfo na mais longeva prova do automobilismo, a obra estará incompleta para o piloto da Ganassi, mesmo que quebre o recorde de títulos do certame, algo que Palou vislumbra.

Palou tem somente cinco temporadas na Indy. Disputou 2020 pela Dale Coyne e, como revelou Mike Hull, diretor da Ganassi, foi contratado pela equipe para substituir Felix Rosenqvist, que ao final daquele campeonato decidiu ir para a McLaren. Em quatro anos no time de Chip Ganassi, o espanhol venceu três títulos — não ganhou em 2022, quando viveu um imbróglio com a equipe ao tentar romper o contrato e ir para a McLaren — agora, tem pendências jurídicas com a esquadra chefiada por Zak Brown.

Apesar de viver um período dominante na Indy, superando o hexacampeão Scott Dixon dentro da mesma equipe, a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis ainda não chegou. Bateu na trave em 2021, quando foi superado por Helio Castroneves a duas voltas para o fim. Em 2022, a Ganassi tinha um acerto voador, mas foi Marcus Ericsson quem melhor se aproveitou dele — o sueco foi o vencedor. Em 2023 e 2024, Josef Newgarden mostrou a força da Penske e levou as duas edições.

“Você não se torna um piloto incrível na Indy sem vencer as 500 Milhas de Indianápolis. Diria que ganhar várias vezes é algo muito difícil, porque não depende apenas de você. Mas vencer uma vez com a equipe é necessário. Não precisa ser no próximo ano ou no seguinte, tenho muitas temporadas para fazer isso”, disse Palou à versão estadunidense do Motorsport.com.

“É selvagem ver que Dixon tem somente uma, mas as coisas são assim. Ele é o melhor piloto que a Indy tem — posso dizer que em todos os tempos. Espero que possa ganhar um dia. Não acho que o trabalho estará completo enquanto não vencer a Indy 500, o que significaria que venci em um oval”, completou.

Na história da Indy, a maior parte dos recordes estão com A.J. Foyt, dono de sete títulos e 67 vitórias. Nesses quesitos, Dixon é o principal perseguidor, com seis campeonatos e 58 triunfos. Palou, tricampeão e com 11 conquistas em etapas, sonha em ser o primeiro a vencer oito campeonatos. Mas explicou: a meta é pensar ano a ano até chegar lá.

“É realmente difícil ganhar um campeonato. Mais difícil vencer dois. É duro, duríssimo, conquistar três títulos. Acho que vai ficando cada vez mais complicado. Mesmo que pareça que é a metade do caminho para seis, ainda é muito longe. Mas isso [o tricampeonato] é 100% do que já fiz”, afirmou Palou.

“Isso é muito, mas não sei qual é o limite. Tenho certeza que com essa equipe e o trabalho que temos feito, nós podemos continuar vencendo e lutando por títulos. Sim, quero ganhar oito [campeonatos], mas estou focado no próximo ano. Não é tentar e vencer oito e esse [pensar ano a ano] é o objetivo”, prosseguiu.

Por fim, Palou ainda brincou com Dario Franchitti, ex-piloto e consultor da Ganassi na Indy. O escocês é tetracampeão da categoria e três vezes vencedor da Indy 500.

“Quero tentar e vencer a 500 Milhas de Indianápolis e o título da Indy no próximo ano para empatar com Dario [Franchitti] e dizer ‘ei, consegui’. Então, esse é o próximo objetivo. Não estou pensando em nada além disso, apenas para tirar sarro do Dario. Essa é a meta”, encerrou.

A Indy retorna só no próximo ano, entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março, com a abertura da temporada 2025, no GP de St. Pete.

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