Alonso conquista ‘novo mundo’ e mostra tamanho que tem no esporte ao fazer a Indy 500 se render

Fernando Alonso não apenas deu o show em Indianápolis: ele foi o show de Indianápolis. Nas 500 Milhas de 2017, o bicampeão mundial de F1 chegou negando Mônaco e, apesar de não ganhar a corrida, fez todo o evento ser centrado em volta dele. Uma edição diferente, de fato

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “2258117790”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 600;

Um ano e meio atrás, mais ou menos, a Indy se preparava para a 100ª edição das 500 Milhas de Indianápolis. Apenas os pilotos da categoria e alguns convidados, nomes não tão conhecidos ou respeitados no cenário internacional e que recebiam a oportunidade especial apenas para que as equipes colocassem mais carros na pista. A Indy 500 merecia mais e aquela edição em especial precisava de mais. Falou-se em Danica Patrick, de repente no retorno de Kurt Busch ou Jeff Gordon. Especular um nome da F1 era utopia, visto que os calendários, como há muitos anos, duelavam e bloqueavam qualquer chance.

 
Passou 2016. Alexander Rossi venceu uma prova que acabou, sim, entregando a grande expectativa que foi criada e acompanhava o número 100. Foi uma boa corrida, até ótima, é inegável, mas faltou o toque estelar. E aí veio abril de 2017.
 
Foi em 12 de abril deste ano que Fernando Alonso e a McLaren fizeram um anúncio conjunto que era impressionante tanto pelo conteúdo quanto pela capacidade das partes em manter segredo. Ninguém sabia, não houve vazamento, nada. Naquela manhã, o mundo pulou do breu direto ao anúncio e a surpresa: Alonso ia faltar ao GP de Mônaco e correr na Indy 500, tudo com o apoio de McLaren, Honda e a parceria da Andretti. Na realidade, os meandros do projeto foram traçados por Zak Brown e Michael Andretti.
Fernando Alonso já deu um 'confere' na famosa taça da Indy 500 (Foto: Indycar)

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “2258117790”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 600;

A partir daí, absolutamente tudo envolvendo Alonso e Indy virou notícia. Fernando tornou-se um cigano: correu o GP do Bahrein em 16/4; em 23/4 estava no Alabama para acompanhar a Indy de perto pela primeira vez; exatos sete dias depois o destino foi a Rússia, Sóchi, novamente para a F1. Dois dias depois disso estava em Indianápolis para o programa de teste de novatos. 

 
Assim, Alonso caminhou, imparável, durante um mês e meio. Enquanto seguia cumprindo todas as obrigações na F1, também testava no simulador da Andretti para conhecer a pista e aprender a se comportar num oval. Cumpria toda a programação de testes para se preparar em Indianápolis.
 
"A Indy 500 é uma das mais famosas corridas do calendário do esporte a motor no mundo, rivalizando apenas com as 24 Horas de Le Mans e com o GP de Mônaco. Nunca andei em um carro da Indy antes, e nunca também pilotei em um superoval antes, mas estou confiante de que vou conseguir me adaptar rapidamente", disse Alonso, em nota da McLaren. "Eu assisto a muitas corridas da Indy pela TV e online, e é claro que uma grande precisão será necessária para a estreia com carros que ultrapassam os 300 km/h", acrescentou.
 
Para Brown, diretor-executivo da McLaren então há poucos meses, era a instituição de uma nova era na equipe inglesa – algo que jamais teria acontecido nos anos de Ron Dennis. Permitir que Alonso trocasse 'o dia pela noite', fosse a Indianápolis e tentasse fazer algo que certamente não conseguiria em Mônaco era um conceito estranho ao que a F1 pregou com veemência nos últimos anos. 
Fernando Alonso gira em torno do Brickyard (Foto: Reprodução)

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “2258117790”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 600;

Era também a chance do americano Brown se apegar no passado e levar a McLaren de volta à Indy 500, do onde fora protagonista nos anos 1970. “Como um americano, ainda que eu seja um apaixonado pela F1 desde muito jovem, sempre considerei a Indy 500 como uma corrida fantástica. Por esta razão, estou particularmente feliz por conseguir levar a McLaren de volta a Indianápolis", falou.

 
Com a famosa máxima de que o americano não se importa com a F1, as primeiras perguntas que surgiram foram: 'Qual será a atenção que a Indy dará para Alonso?' e 'Será que o público local vai se importar com o bicampeão mundial de F1?'. Que internacionalmente a atenção à corrida cresceria muito, não havia dúvida.
 
Logo na primeira vez que Alonso foi à pista com o carro laranja #29 da Andretti, ficou claro que todos os envolvidos sabiam bem com quem estavam lidando. A transmissão oficial feita pela Indy seguia Alonso para todas as partes, entrevistava a cada saída do carro, conversava com aqueles que trabalhavam a seu lado para saber como o plano estava indo. A Indy entendeu rapidamente o peso que tinha contar com um dos melhores e mais famosos pilotos da Europa em seus quadros e, por isso, colheu os frutos: o ROP – Programa de Orientação de Novatos, na sigla em inglês -, teve mais de 2 milhões de telespectadores na transmissão oficial via internet. O evento foi moldado em torno do asturiano.
 
Publicidade à parte, McLaren, Honda, Andretti e o próprio Alonso sabiam que ser competitivo num superoval para alguém que jamais sequer esteve numa pista deste naipe era improvável. Para acelerar o processo, a Honda recrutou Gil de Ferran. Vencedor em Indy e campeão da categoria, De Ferran serviu como 'coach' de Alonso, sempre muito perto.
Capacete de Alonso para a disputa das 500 Milhas de Indianápolis (Foto: McLaren Indy/Twitter)

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “2258117790”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 600;

"Eu conheço o pessoal da McLaren e mandei, assim que eles anunciaram, uma notinha parabenizando pela iniciativa – porque eu achei um negócio súper legal", disse De Ferran em entrevista exclusiva ao GRANDE PREMIUM. "Dois dias depois, eles me ligaram e disseram: ‘Escuta, você não quer ajudar o Fernando na corrida de Indianápolis?’. Eu respondi: ‘Ajudo, claro’. E devo dizer que essa é uma iniciativa muito legal em diversos sentidos." 

 
Tamanha reverência que a Indy e o automobilismo dos Estados Unidos mostraram para Fernando que ele também parecia outra pessoa. Aquele sujeito tenso e muitas vezes carrancudo da F1 ficou na Europa, na Ásia ou seja lá por onde: o Alonso dos Estados Unidos estava relaxado, cheio de sorrisos e piadas e promovia uma leveza em torno de si próprio. Até dos outros pilotos, companheiros ou membros de outras equipes, se aproximou sem muitas delongas.
Nos últimos dias de testes coletivos, ficava claro que Alonso atingira um nível alto. No primeiro dia da classificação, se garantiu entre o Fast Nine e partiu para disputar a pole-position. Ficou com a quinta colocação do grid de largada, mas reclamando de um pequeno problema no carro. A pole-position era possível.
 
"Tive um problema com a sobrecarga na saída da última curva na segunda volta e foi como frear. Cruzei a linha de chegada e pensei que estava a 362 km/h e quase voltei ao pit-lane porque pensei que tinha acabado. Mas felizmente fiquei surpreso com o tempo final. Hoje o carro rendeu melhor que ontem e éramos muito, muito competitivos. Desta forma, provavelmente ficamos muito perto da pole-position", contou após o treino.
Fernando Alonso pronto para o desafio das 500 Milhas de Indianápolis (Foto: McLaren Indy)
Alonso se manteve nas primeiras posições e chegou a liderar – desde 2014 que não alcançava a dianteira de uma corrida. Se em Indianápolis as primeiras 150 voltas são de controle e as últimas 50 de sprint, Fernando foi avisado com antecedência. Sempre entre os ponteiros nas primeiras 50, Alonso começou a arrancar para as primeiras colocações na reta final. O ritmo era excelente, mas o pesadelo proveniente da F1 se concretizou: o motor Honda estourou, pondo um fim à aventura. Enquanto voltava para o pit-lane, aplausos de pé. Apenas um 'até breve' na história de amor com a Indy e Indianápolis. "Foi a melhor experiência da minha vida", afirmou. "Não sou americano, mas estou muito orgulhoso de correr aqui."
 
Algumas semanas depois, quando a F1 estava no Canadá e a Indy correria no Texas, Alonso resolveu dar um 'alô'. Ligou para a TV durante a transmissão da corrida no oval texano. Bateu papo com o narrador Kevin Lee e o comentarista e ex-piloto Paul Tracy. Mostrou que a cabeça, ao menos ainda até aquele momento, não tinha saído dos Estados Unidos.
 
Alonso talvez não tenha sido o bastante para alavancar a transmissão de TV da Indy 500, que acabou sendo a menor desde 1986. Um problema que não tem a ver com o espanhol ou com o esporte, mas é um traço da televisão americana nos últimos anos e de diversas modalidades esportivas nesta década. O que conseguiu, sim, foi uma enorme atenção internacional e 350 mil ingressos vendidos, uma raridade na história da Indy 500.
 
Dados como esses à parte, foi uma edição diferente da Indy 500. Ficou claro o tamanho internacional de Alonso em todos os pontos e em como ele é capaz de mudar todo esquema de uma corrida.
FALTA DE HONESTIDADE

PERDA DE ETAPA DA FÓRMULA E É DESASTROSA PARA SÃO PAULO

.embed-container { position: relative; padding-bottom: 56.25%; height:
0; overflow: hidden; max-width: 100%; } .embed-container iframe, .embed-container object, .embed-container embed { position: absolute;
top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; }

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.