Indy mostra sensatez ao cancelar classificação e manter TL2 em Gateway, mas complica Newgarden

A Indy fez o que tinha de ser feito: cancelou a classificação e manteve o segundo treino livre em Gateway, garantindo um pouco mais de tempo de testes para as equipes. No entanto, o grid seguindo a classificação do campeonato complica bastante a vida de Josef Newgarden

A sexta-feira (24) foi muito complicada em Gateway. Mais ainda por se tratar de um evento que tem suas atividades divididas em apenas dois dias. A chuva apareceu algumas vezes durante a tarde e, além de atrapalhar o TL1, atrasou todo o cronograma, forçando a organização a escolher uma de suas atividades para cancelar – a classificação ou o segundo treino livre. E a Indy escolheu manter o TL2.
 
Com a classificação cancelada, o grid para a corrida noturna deste sábado foi definido com base na pontuação do campeonato. Em um primeiro olhar, a escolha pode parecer estranha, mas faz todo sentido: mais tempo de testes para equipes e pilotos, principalmente podendo andar nas condições próximas às da corrida, no fim da tarde e começo da noite.

“Acho que, no fim das contas, todo mundo que fazer a classificação. Mas acho que, por vários motivos, a Indy tomou a decisão correta ao priorizar o tempo de pista [no TL2]", disse Dixon, sobre a decisão. "Isso vai ajudar todo mundo para o acerto de corrida e essas coisas. Seria difícil, do ponto de vista do cronograma, fazer todas as coisas. Acho que nosso carro estava bem bom. Daria para ser pole? Talvez, talvez não", ponderou.
 
Mesmo assim, com os dois treinos livres acontecendo, não deixa de ser um pouco de tiro no escuro os acertos para a corrida. Isso porque o clima deve ser outro, o asfalto deve estar em condição diferente e, além disso, o pelotão deve estar bem misturado com carros bem acertados partindo da metade para o fim, como as Carpenter.
Alexander Rossi andou na frente nos dois treinos livres em Gateway (Foto: IndyCar)

Outro ponto interessante a ser analisado na 'classificação artificial' é bem óbvio: líder e vice-líder do campeonato estarão lado a lado na primeira fila e a disputa deve pegar fogo desde os metros iniciais. Aliás, tanto para Scott Dixon quanto para Alexader Rossi, Gateway já era a melhor chance de vitória nas três corridas finais.

 
Por outro lado, Josef Newgarden fica nas cordas e, certamente, vai lamentar a escolha feita pela categoria. Óbvio que o terceiro lugar no grid não é o fim do mundo, mas ver os dois principais rivais na frente e, considerando a distância para os dois na tabela de pontos, é um tremendo revés. Melhor seria a chance de brigar por pole em voltas rápidas em pista que a Penske dominou em 2017, talvez torcendo por um ou outro contratempo dos dois adversários. Do jeito que as cartas foram postas à mesa, o negócio é não tirar os olhos dos dois carros que largam exatamente à frente.
Josef Newgarden bateu no muro no TL2 (Foto: IndyCar)

A questão para Newgarden é que não é só o clima que lhe cria problemas. O próprio americano conseguiu se prejudicar ao sofrer um acidente no TL2, justamente a melhor oportunidade até aqui para afinar o acerto do carro de olho na corrida.

A boa notícia para Newgarden, assim como para qualquer outro que queria tirar uma lasca dos dois protagonistas na luta pelo título, é que o segundo treino livre de Gateway criou expectativa de surpresas. Pietro Fittipaldi, apenas com três aparições apagadas na Indy até aqui, chegou muito perto de terminar como líder. É verdade que Rossi e Dixon subiram para primeiro e segundo nos últimos instantes, separados por 0s005, mas a presença do brasileiro pouco atrás é um alento para quem quiser torcer por um resultado inesperado.

Mesmo assim, é preciso ser realista. Passados dois treinos livres, um piloto já pegou a credencial de favorito, mesmo que por pouco. Rossi fez o dever de casa em termos de voltas rápidas. Não é muito útil em um fim de semana sem treino classificatório, mas já é mais do que Dixon aparenta ter. A pequena margem, aliás, é celebrada pelo vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 2016.

“Temos alguma vantagem porque testamos aqui umas três ou quatro semanas atrás. Todos os carros da Andretti têm uma boa base para começar, e é bom que nosso carro esteja na frente”, encerrou Rossi.

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