Na Garagem: Dixon bate Montoya, completa remontada e conquista tetra em Sonoma

O neozelandês largou atrás do colombiano com 47 pontos de desvantagem, mas venceu e completou incrível remontada

Eram dias sombrios na Indy. Apenas uma semana antes, nas 500 Milhas de Pocono, Justin Wilson sofrera uma acidente que, no dia seguinte, tornaria-se fatal. O experiente piloto inglês morreu, mas o campeonato seguiu seu curso. Entre outras coisas, porque o fim de semana seguinte já contava com a decisão do campeonato. Sonoma, pontuação dobrada e três pilotos com possibilidades reais de título. Mas um deles se destacava: Juan Pablo Montoya tinha boa vantagem e mandava no campeonato.

A bordo da Penske, o colombiano vencera a abertura do campeonato, em São Petersburgo, e as 500 Milhas de Indianápolis, mas a regularidade fizeram com que mantivesse a dianteira durante o ano. Após Pocono, tinha 500 pontos e frente de 34 para Graham Rahal, vice-líder, e 47 para Scott Dixon, quarto colocado. É verdade que Will Power, Helio Castroneves e Josef Newgarden ainda tinham alguma possibilidade, mas eram praticamente remotas.

Graham Rahal fizera uma temporada excepcional até ali e conseguira esgueirar a RLL para a briga de Penske e Ganassi, mas Dixon era dono de três vitórias e ninguém vencera mais que o então tricampeão durante 2015. Se pretendia ser campeão, era fundamental que vencesse. Ainda assim, teria de torcer por um dia tenebroso de Montoya.

A classificação do sábado não foi lá muito animadora para os desafiantes. Isso porque a Penske mostrava força e fazia a pole com Will Power e colocava três de quatro carros no top-5: Simon Pagenaud era o quarto e Montoya partia em quinto. Desenhava-se a possibilidade do time de Roger Penske escolher os destinos da corrida. Enquanto isso, Rahal partia em sexto e contava com Dixon somente na nona colocação.

Antes da largada na tarde do domingo, emoção: homenagem a Wilson com todos os pilotos alinhados para o minuto de silêncio. Logo na largada, Pagenaud mostrava sinal de que queria ter papel de protagonismo na corrida. Abriu para cima de Montoya e, quando Rahal tentou se aproximar, o francês fechou a porta e obrigou Graham a sair para cima de Dixon. Os dois chegaram a tocar roda com roda, Rahal ainda encostou em Tony Kanaan, e conseguiu escapar de quebras, mas jamais teve ritmo parecido na corrida.

Após a largada e apesar de ser implicado no incidente com Rahal, Dixon escapava incólume e subia. Ganhara posições com a partida e, agora, deixava Charlie Kimball para trás para ingressar no top-5.

Ainda na quinta das 85 voltas, a janela de pit-stops abriu, mas os primeiros colocados seguiam na pista. Power e Newgarden sobravam na frente e Ryan Hunter-Reay andava sozinho, em terceiro, com Montoya controlando Dixon. O colombiano tocava de maneira conservadora, tentando apenas evitar problemas e segurar a vantagem. Jogava com a classificação no braço.

Dixon venceu e foi campeão de 2015 (Foto: Red Bull)

Mas Dixon foi o primeiro dos ponteiros a parar, e o trabalho se provou certeiro. Quando tudo foi restabelecido, o piloto da Ganassi tomara as posições de Hunter-Reay e Montoya, era o terceiro. Power abria para Newgarden, que foi atrasado por Pagenaud nos boxes. Apesar dos pesares, campeonato ainda era de Montoya com sobras.

O colombiano chegou a ser atacado por Kanaan, mas passou rapidamente a incomodar Hunter-Reay pelo quarto lugar. Antes que pudesse ultrapassar, entretanto, a primeira bandeira amarela do dia: Luca Filippi se arrastava pela pista na 33ª volta. Neste ponto, Montoya era campeão e Power, 17 pontos atrás o vice. Dixon permanecia 37 tentos em desvantagem.

Com a amarela, entretanto, viria a segunda janela de paradas. E, como acontece de costume, a Ganassi brilhou: Dixon saiu do pit-lane à frente de Power e Newgarden e assumia o nono lugar – aqueles que optaram por permanecer na pista seguiam à frente.

A relargada seria explosiva. Newgarden mergulhou para cima de Power e assumiu a segunda colocação. O australiano, então tracionou para finalizar o contorno da curva e acabou acertado por Montoya na traseira. Power foi para a brita e, apesar de voltar para o traçado, viu a temporada e as chances do bi ficarem pelo caminho.

Ia alé, disso, porém. Com o bico danificado por conta da batida, Montoya precisou voltar aos boxes e perdeu tempo. Na marca da metade de prova, o colombiano ocupava a 23ª colocação. Rahal, de volta ao bolo, e Dixon, neste momento, tinha desvantagem de, respectivamente, dez e 17 pontos na briga pelo caneco.

Quando a relargada foi apontada, Dixon já deixou Gabby Chaves para trás e Rahal atacava Newgarden. Com a sequência de paradas dos que haviam escolhido permanecer na pista anteriormente, Kanaan era o líder na volta 50, mas Dixon e Rahal, em segundo e quarto, estavam de vez em condições de título.

Mas Tony pararia nos boxes, abrindo a ponta para Dixon. Enquanto isso, Charlie Kimball deixava Rahal para trás e, na volta 53, Montoya seguia escalando o pelotão e assumia o 12º lugar. No caso de Dixon vencer, entretanto, teria de chegar no top-5. Começava a ficar perigoso.

Na janela de paradas seguinte, Newgarden teve problemas e deixou de vez as chances que ainda guardava. Após mais uma bandeira amarela, agora causada por batida de James Jakes, Dixon seguia na ponta enquanto o colombiano mantinha o 12º lugar.

Dixon conseguiu uma improvável virada (Foto: AP)

Relargada aconteceu com 16 giros para o fim, e deu a possibilidade de Montoya ganhar inicialmente uma posição. Em seguida, nova batida: Takuma Sato acertou Carlos Muñoz. Nova bandeira amarela e, no meio disso, Power abria a porta para Montoya. O veterano subia para oitavo.

A próxima – e última – relargada chegaria com 12 voltas para o fim. Dixon disparou, enquanto que Montoya se beneficiava de um toque de Sébastien Bourdais em Rahal, que ainda dava os últimos suspiros na briga. Era o fim para Graham, punição para Bourdais e o sexto posto para Montoya. Faltava uma ultrapassagem.

Juan Pablo, então, tinha uma missão: tirar Ryan Briscoe da frente. Tentou de todas as maneiras possíveis, mas falhou. Dixon venceu seguido por Hunter-Reay – que chegou a cair para último e escalou -, Kimball, Kanaan, Briscoe e Montoya.

O sexto lugar não era suficiente. Os dois subiram para 556 pontos no campeonato e, como Dixon vencera mais corridas, levava vantagem no desempate.

Montoya não aceitou bem. Disse que Dixon fez um “campeonato de merda” e, no fim, beneficiou-se da controversa regra da pontuação dobrada na decisão. Enfim, regras são regras. Dixon, que já fora campeão de todas as formas, contou suas bençãos e guardou mais um caneco.

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