Na Garagem: Em Nazareth, Fittipaldi passa Cheever no fim e vence pela última vez na Indy

Emerson Fittipaldi conquistou seu último triunfo na Indy em 1995, em prova marcante pela Penske. Em Nazareth, o brasileiro passou Eddie Cheever no fim e segurou Jacques Villeneuve na marra

O dia 23 de abril de 1995 entrou para a história da Indy e do automobilismo mundial, em geral. Emerson Fittipaldi, aos 48 anos, obtinha sua última vitória na categoria norte-americana, no marcante e complicado oval de Nazareth, com as cores da Penske.
 
Exatos 25 anos atrás, o paulista, bicampeão mundial de F1 e campeão da Indy em 1989, protagonizou na pista da Pensilvânia uma de suas grandes corridas na carreira. Emerson não estava mais no auge, mas mostrou ali que ainda tinha lenha para queimar em uma das disputas mais acirradas daquela temporada.
 
O grid de largada teve Robby Gordon (Walker), Jimmy Vasser (Ganassi) e Jacques Villeneuve (Green) na frente de Fittipaldi, enquanto André Ribeiro, da Tasman, saiu de sexto, Raul Boesel, da equipe Rahal-Hogan, de oitavo, Maurício Gugelmin, da PacWest, de 12º, Christian Fittipaldi, da equipe Walker, de 17º, seguido por Gil de Ferran, da Hall, enquanto Marco Greco, da Galles, foi o 26º. Eddie Cheever, que seria um dos grandes protagonistas do dia, partiu apenas de 21º com o carro preto #14 da Foyt.
 
O início da prova foi de muita movimentação por todo o pelotão, com Michael Andretti, da Newman/Haas, tomando para si a dianteira após sair de quinto e Gordon sendo superado por boa parte do grid, com problemas no carro. Vasser e Paul Tracy, que estavam no pelotão da frente, se acertaram e causaram a intervenção da bandeira amarela.
Emerson Fittipaldi venceu em Nazareth em 1995 (Foto: Reprodução/Twitter)
Andretti não demorou muito a deixar a disputa da corrida em uma batida, mas o acidente mais feio da prova aconteceria bem para frente, na volta 185, com o brasileiro De Ferran. Por sorte, saiu sem maiores arranhões.
 
A corrida, em si, caiu de rendimento perto da metade e foi em ritmo mais lento até a reta final, mas cresceu quando as estratégias de combustível e pneus começaram a cruzar. Villeneuve, que andou com Emerson quase a prova toda, teve problemas nos pneus e precisou parar, com Cheever surgindo de surpresa e liderando.
 
Só que o que era surpresa foi virando realidade e Cheever, com sua Foyt, parecia imbatível nas últimas 40 voltas, abrindo margem para os demais, com toda cara de vencedor. Foi então que, com apenas dois giros para o fim, Cheever perdeu potência e foi ficando cada vez mais lento. Fittipaldi e Villeneuve passaram e o mesmo fizeram, segundos depois, Stefan Johansson, da Bettenhausen, e Gordon.
 
Dali para frente, virou um duelo em poucos metros restantes, Jacques colou em Emerson e os dois foram grudados até a linha final, mas não teve jeito, vitória do brasileiro, na manha segurando o canadense que tinha exatamente metade de sua idade e que, meses depois, se sagraria campeão. Foram meros 0s308 entre os dois.
O oval de Nazareth anos depois da histórica corrida (Foto: Reprodução/Twitter)
"O mundo dá voltas. Em Phoenix, eu perdi a corrida da mesma forma que eu ganhei hoje. Isso tudo dá motivação para o time, especialmente agora que vamos para Indianápolis", comentou Fittipaldi após o triunfo em entrevista ao jornal 'Folha de S.Paulo'. 
 
O pódio ainda teve Johansson e, em quarto, ficou Gordon, último na volta do líder. Cheever, apesar de parado, ainda foi o quinto colocado, com Bobby Rahal, Teo Fabi, Scott Pruett, Adrián Fernández e Boesel fechando o top-10. Ribeiro chegou em 11º, Gugelmin foi 17º e Greco foi 21º. De Ferran e Christian abandonaram.
 
Foi a última vitória e o último pódio de Emerson na Indy, que se despediria da categoria na temporada seguinte, após um acidente terrível no oval de Michigan. Villeneuve foi campeão em 1995, com Al Unser Jr, apenas 13º em Nazareth, ficando com o vice.

Curiosamente, quase um mês depois da vitória em Nazareth, Fittipaldi, Unser Jr. e a Penske amargaram talvez o maior fracasso recente dos três na Indy. Os dois pilotos, campeoníssimos, não conseguiram classificação para as 500 Milhas de Indianápolis, sendo eliminados ainda no Bump Day. Emerson e 'Little Al' chegaram a tentar um lugar no grid de 33 carros com a ajuda da Rahal-Hogan, que emprestou os bólidos de Bobby Rahal e Raul Boesel. Sem sucesso, contudo.

Próximo ao superoval de Pocono, o oval de Nazareth, palco de grandes batalhas da Indy por muitos anos, hoje está abandonado.

Paddockast #57
MARIANA BECKER e os bastidores da F1

Ouça: Spotify | iTunes | Android | playerFM

COMO SE PREVENIR DO CORONAVÍRUS:
 

☞ Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel.
☞ Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir.
☞ Evite aglomerações.
☞ Mantenha os ambientes bem ventilados.
☞ Não compartilhe objetos pessoais.

Apoie o GRANDE PRÊMIO: garanta o futuro do nosso jornalismo

O GRANDE PRÊMIO é a maior mídia digital de esporte a motor do Brasil, na América Latina e em Língua Portuguesa, editorialmente independente. Nossa grande equipe produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente, e não só na internet: uma das nossas atuações está na realização de eventos, como a Copa GP de Kart. Assim, seu apoio é sempre importante.

Assine o GRANDE PREMIUM: veja os planos e o que oferecem, tenha à disposição uma série de benefícios e experências exclusivas, e faça parte de um grupo especial, a Scuderia GP, com debate em alto nível.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.