Fittipaldi sofre com adaptação comprometida e precisa melhorar na Indy

Pietro Fittipaldi disputa temporada na Indy na pior estrutura da RLL, mas necessita de salto pra escapar de enroscos do pelotão intermediário e se tornar mais relevante no paddock da categoria

Enfim, Pietro Fittipaldi alcançou o que almejava há anos: uma vaga em temporada integral na Indy. No entanto, o posto não é um dos mais desejados no grid. O brasileiro assumiu o #30, nitidamente, a pior das três estruturas da RLL. Esse é um fator que conta, mas não anula o fato de que o piloto precisa encontrar mais consistência para firmar o pé na principal categoria de monoposto dos Estados Unidos.

Para quem não tem muita familiaridade com a Indy, cada carro tem uma estrutura própria dentro da equipe. Claro, sob o mesmo guarda-chuva, mas com membros específicos para cada piloto – inclusive, o estrategista, algo compartilhado na Fórmula 1. Isso acontece por cada monoposto ter seu patrocinador, o que possui interesses específicos, mas a montagem de cada um desses times, digamos, é por ordem de prioridade dentro de cada esquadra – ou, até mesmo, investimento.

Portanto, não é segredo para ninguém que Fittipaldi está na pior estrutura da RLL, com muitos membros novos e até iniciantes. Os responsáveis pelos pit-stops dos brasileiros são formados por novas caras dentro do time que tem Bobby Rahal como sócio. Essa é uma das razões que faz o piloto ter uma das médias mais altas de trocas de pneu e reabastecimento na Indy.

Mas, sim, além desses fatores, Fittipaldi tem tido dificuldade de readaptação na categoria, alternando desempenhos dentro da expectativa com provas abaixo da crítica. Vale também ressaltar que a Indy trouxe os motores híbridos em meio ao campeonato. O acréscimo de peso com os componentes elétricos alterou alguns parâmetros que impactaram nos acertos dos carros, mas um ponto que atrapalhou o brasileiro.

Pietro Fittipaldi faz primeira temporada completa na Indy (Foto: IndyCar)

É evidente que tudo isso impacta no desempenho de Fittipaldi – e Bobby Rahal mostra ter ciência disso. Os constantes atrasos nos pit-stops – como o erro gravíssimo de não colocar combustível suficiente para a disputa do Desafio do US$ 1 Milhão – contribuem para o brasileiro perder posições nesses momentos decisivos, mas isso não pode servir de muleta para o piloto.

Fittipaldi precisa crescer o desempenho para não repetir que fez Jack Harvey, antecessor do #30. O britânico fez um ano de 2022 muito abaixo do esperado, recebeu nova oportunidade para 2023, mas viu o contrato encerrado antes do campeonato acabar.

Por enquanto, Pietro alcançou quatro vezes o top-15, o que já é o dobro enquanto o antecessor obteve somente duas corridas nessas posições na temporada em que foi demitido. Ao mesmo tempo, na maior parte das outras oito etapas na temporada, teve resultados que flertou a lanterna. No Alabama e no GP de Iowa 1, foi vitima de toques de Pato O’Ward e Will Power, respectivamente, mas andar mais atrás também deixa o brasileiro mais suscetível a acidentes por andar no ‘pelotão da merda’, como bem explicou Roberto Pupo Moreno após a US 500 de 1996.

Os acidentes na volta inicial das 500 Milhas de Indianápolis e também no GP de Toronto, por mais que Fittipaldi não tenha culpa pelo ocorrido, são exemplos de situações que as consequências são maiores para quem anda mais atrás. Na pista de rua canadense, por mais que O’Ward ocupasse as primeiras colocações, os demais pilotos enroscados estavam em posições intermediárias.

Fittipaldi tem encaminhado o acordo para permanecer em 2025, o que deve ser confirmado caso o #30 termine o ano no Leaders Circle – uma premiação de cerca de US$ 1 milhão [aproximadamente, R$ 5,6 milhões] para os 22 melhores carros da temporada. Além disso, Rahal revelou que o time deve ampliar a parceria com a 5-hour Energy, principal patrocinadora do monoposto, e que deseja continuar com o brasileiro.

Porém, vale frisar, a melhora para Fittipaldi é necessária. Importante para deixar o pelotão intermediário, brigar mais à frente e passar a ser desejado dentro do paddock da Indy, sem que necessite levar uma composição financeira junto.

O próximo compromisso da Indy acontece apenas no dia 17 de agosto, no oval de Gateway, no Illinois. Será a 13ª de 17 etapas da temporada.

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