Retrospectiva 2023: Herta e Kirkwood oscilam, mas Andretti fica firme como 3ª força
Depois de fazer como a própria Andretti e flertar com a Fórmula 1 no início do ano, Colton Herta venceu no detalhe a disputa interna com Kyle Kirkwood e ajudou a levar a equipe ao posto de terceira força no fim da temporada da Indy. Sem tantos méritos assim
Em meio a uma grande campanha na Fórmula E, em que teve Jake Dennis como campeão, e aos flertes com uma possível entrada na Fórmula 1, a Andretti passou 2023 tentando se recuperar de uma fase turbulenta na Indy para retornar ao topo da categoria que a consolidou como uma das equipes mais importantes da história do esporte a motor. Para isso, contava Colton Herta como o grande líder do projeto.
Depois de ser um dos nomes mais badalados no automobilismo em 2022, quando despertou o interesse da AlphaTauri na F1, Herta renovou o contrato com a Andretti e partiu para a quinta temporada na Indy apenas aos 22 anos de idade. Apesar de jovem, o americano era o nome mais experiente do time, uma vez que, no início de 2023, Kyle Kirkwood e Devlin DeFrancesco estavam indo apenas para o segundo ano na categoria, enquanto Romain Grosjean estava iniciando sua terceira temporada nos Estados Unidos.
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Para voltar a repetir os bons resultados, como o terceiro lugar conquistado em 2020, seria necessário um carro forte que ainda não havia sido entregue nos últimos anos. E o cenário não era dos mais animadores para 2023, uma vez que a saída do experiente Alexander Rossi para a McLaren poderia tornar a tarefa um pouco mais complicada.
O início de temporada da Andretti foi dos mais complicados e o carro que terminou a prova em St.Pete na melhor posição foi o de Kirkwood, que foi 15º. O time viu Grosjean fechar em 18º, enquanto Herta foi 20º e DeFrancesco, 25º. No GP do Texas a situação de Colton melhorou de forma considerável, o jovem liderou volta na corrida e fechou em sétimo. Os companheiros de equipe voltaram a ter problemas e Grosjean foi o mais bem colocado, com o 14º posto.
Em Long Beach, no entanto, a Andretti deu sinais de que tinha acordado de vez para a disputa. Herta foi apenas o quarto colocado na corrida, mas os destaques ficaram para Kirkwood e Grosjean. Além de ter anotado a pole, Kyle dominou a prova, liderou por mais voltas e ainda foi o vencedor. Romain, por sua vez, completou a dobradinha.
No GP do Alabama, uma nova surpresa para a Andretti. Dessa vez, Grosjean foi o pole e quem liderou mais voltas. No fim, não foi páreo para a Penske de Scott McLaughlin e fechou o dia apenas em segundo. Kirkwood foi 12º, à frente do 14º, Colton. DeFrancesco se arrastou nas últimas posições e foi 23º.
Mas depois de superado pelos companheiros em Long Beach e no Alabama, a chave virou para Herta e ele mostrou o motivo de ter sido escolhido como o número 1 da Andretti para 2023. Embora a vitória nunca tenha chegado, Colton mostrou uma consistência que não foi vista nos demais pilotos entre os GPs de Detroit e Iowa 2. Nesse período de seis corridas o #26 conquistou duas poles, foi ao top-10 em três oportunidades, conseguiu um pódio em Toronto e foi 11º em Detroit e Mid-Ohio. O único tropeço foi na primeira corrida em Iowa, 19º.
No Canadá, inclusive, precisou fazer uma corrida de recuperação em que saiu de 14º e superou falhas no equipamento para fechar o dia em terceiro. Após a corrida, celebrou o bom resultado e a estratégia efetiva adotada pelo time.
“No primeiro trecho, a gente tinha uma ritmo forte, apesar de muito desgaste de pneus. Na segunda metade, a pista estava bem emborrachada e melhoramos ainda mais. Esse resultado é para o time que me ajudou na estratégia de economizar combustível”, contou o #26.
“Por sorte, nós conseguimos economizar o suficiente e fizemos a estratégia funcionar. O carro já estava dando uma falhada, eu consegui completar a corrida antes de apagar o motor. O terceiro lugar foi bom para todos da equipe”, celebrou Colton, aliviado.
No mesmo período, Kirkwood começou a ter alguns momentos de brilhos e, de certa forma, se tornou uma pedra no sapato de Herta. Embora não tivesse a mesma constância do companheiro, andou próximo em algumas etapas e superou Colton quando foi sexto colocado em Detroit e sétimo no GP de Iowa 1. Mas a maior virada de chave veio em Nashville, quando Kyle voltou a vencer e viu o #26 cruzar a linha de chegada em 21º.
A partir daí começaram a ser feitos questionamentos. Afinal, Herta realmente merecia ser o #1 da Andretti? No fim das contas, embora enfrentasse alguns altos e baixos, Kirkwood ainda estava em sua primeira temporada junto do time e o #27 foi o responsável pelas vitórias da escuderia.
Antes mesmo do segundo triunfo do companheiro, Herta falou sobre o incômodo de jejum sem vitórias. A última foi no GP de Indianápolis 1 de 2022.
“Obviamente não é o ideal. Já estivemos bem, sabemos vencer corridas. Este fim de semana [Indianápolis 1] é o melhor lugar para conseguir isso, então espero vencer aqui. Mas é um incômodo ter um ano sem vitória”, declarou em uma coletiva acompanhada pelo GRANDE PRÊMIO.
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Após a vitória em Nashville, Kyle parece ter se encontrado com o time, começou a ficar mais constante e se tornou uma ameaça à liderança de Herta. Tanto que em Indianápolis 2 e Portland, o #27 levou a melhor na disputa interna, ficando com o nono e o décimo lugar, enquanto em Gateway e Laguna Seca o #26 liderou ao terminar em sexto e 23º.
Mesmo sem vencer uma vez sequer, Herta foi décimo na Indy em 2023 e, por ser mais constante, superou Kirkwood por 4 pontos na classificação final. Com isso, conseguiu colocar a Andretti de volta entre as três melhores equipes da categoria no fim do ano.
Romain Grosjean" target="_blank">Romain Grosjean, por sua vez, foi uma enorme decepção. Apesar de pole-positions nos GPs de St. Pete e do Alabama, falhou em vencer. Nas ruas da Flórida, jogou a chance no lixo após um acidente com Scott McLaughlin, que também o derrotou após um erro em Barber. Depois do acidente na Indy 500, despencou de vez, não escondeu os problemas de relacionamento com a equipe e acabou dispensado para a chegada de Marcus Ericsson, em história que só deve terminar na justiça.
Devlin DeFrancesco, por sua vez, não encantou. O canadense não superou as limitações técnicas e colocava a Andretti entre as últimas do grid. Sem desempenho, foi dispensado ao fim da temporada. E a Andretti optou por reduzir a operação para apenas três carros.
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