Juncos admite tentativa de trazer Indy para Argentina e projeta dobradinha com Brasil
Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Ricardo Juncos sonha com corridas na América do Sul para diminuir o período sem provas entre as temporadas da Indy
Um dos sócios da Juncos Hollinger, Ricardo Juncos admitiu que tem trabalhado para que a Argentina volte a receber uma corrida da Indy no futuro. Com o intuito de diminuir o hiato que será de seis meses após o encerramento do campeonato de 2025, o dirigente, em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, sonha com uma dobradinha com o Brasil, o que também poderia facilitar a viabilidade do projeto.
Um dos grandes desafios da Indy é ampliar as datas do calendário da categoria, que tem sido comprimido nos últimos anos entre março e setembro, justamente para fugir da concorrência da temporada da NFL, principal liga de futebol americano do país. Durante as atividades do esporte tradicional nos Estados Unidos, a audiência televisiva cai vertiginosamente nas demais modalidades — e a Indy não é exceção.
Uma das soluções que foi cogitada por Mark Miles, CEO da Penske Entertainment, proprietária da categoria, seria realizar eventos extracampeonato e internacionais durante esse período. É diante dessa possibilidade que Juncos trabalha para que a Indy desembarque na Argentina. Em 2022, o dirigente levou sua equipe para exibições no autódromo Oscar y Juan Gálvez, em Buenos Aires, e Termas de Río Hondo, em Santiago del Estero.
Além dessas duas localidades, ele também visitou o autódromo de Rafaela, que recebeu a primeira corrida da Indy na América do Sul em 1971, para entender a viabilidade de um evento por lá. Em algumas das viagens que fez ao país natal, Juncos esteve com Miles e também levou Tony Cotman, designer de pistas da categoria, à Argentina neste ano, o que indica ser um assunto latente dentro da Penske Entertainment.

“O campeonato da Indy acaba muito cedo. Vai terminar em agosto em 2025. A gente fica setembro, outubro e novembro praticamente sem fazer nada. Gostaria de um campeonato internacional, como era nos anos 1990. O produto é o melhor do mundo. A diferença entre os carros é muito pequena e se tem umas 600 ultrapassagens por corrida. É incrível”, disse Juncos, com exclusividade ao GRANDE PRÊMIO.
“O produto em si é o melhor. Isso é o que temos de promover. Estou trabalhando para corrermos na Argentina, uma etapa extracampeonato, algo à parte ao certame da Indy. Fazer outras duas ou três corridas estaria muito bom”, prosseguiu.
Um caminho que poderia facilitar o GP na Argentina seria a Indy também desembarcar no Brasil, o que diluiria custos de transporte para os promotores dos eventos. Essa dobradinha faz Juncos sonhar ainda mais alto e sugerir uma trinca com o Uruguai.
“Tive contato com as pessoas que estão trabalhando no Brasil, que recebeu a categoria até 2013. Tem de retornar ao Brasil, tem de voltar à Argentina, onde a Indy correu em 1971. Fazer como era na Fórmula 1 antigamente, que corria uma semana em Interlagos e na outra em Buenos Aires. Eram finais de semanas seguidos. Temos de trabalhar em conjunto por essa dobradinha”, destacou Juncos.

“Se bem trabalhado, até o Uruguai pode ser um caminho. Fazer duas, três ou até quatro corridas fora do campeonato da Indy. Seria um espetáculo. A MotoGP recebe cerca de 15 mil brasileiros em Termas de Río Hondo. A torcida vai assistir, vai ao Brasil, Argentina, Buenos Aires ou Santiago del Estero“, completou.
Juncos indicou que este eventos poderiam mesclar os principais pilotos da categoria com nomes populares do automobilismo argentino e brasileiro, o que seria um chamariz a mais aos torcedores, mesmo com as corridas fora do campeonato da Indy.
“Por ser fora do campeonato, podemos ainda ter pilotos convidados. Ter Helio Castroneves, Tony Kanaan, Rubens Barrichello, Agustín Canapino, Franco Colapinto, quem quiser. Podemos convidar alguns competidores, trazer os colombianos. Fazer um show para a torcida. É um pouco do que quero fazer, e espero que aconteça”, encerrou Juncos.
A Indy retorna somente no dia 2 de março do próximo, com o GP de St. Pete, na Flórida, que abre a temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz cobertura completa de todos as atividades.
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