Juncos diz que “ninguém concorda” com Prema ‘do zero’ na Indy: “Não cabe mais carro”

Ricardo Juncos reclamou de grid excessivo, não vê capacidade da Indy ter 29 carros na temporada 2025 e sugere parceria para a Prema

Um dos sócios da Juncos Hollinger, Ricardo Juncos declarou que “ninguém concorda” com a forma como a Prema vai entrar na Indy. A equipe italiana está montando uma estrutura própria para adicionar dois carros ao grid da categoria, que já tem 27 em tempo integral. Essa movimentação tem gerado contrariedade nos membros dos demais times.

Em entrevista ao Blog da Indy, Juncos destacou que não é nada contra a Prema como instituição, mas que o grid não comporta mais carros. Além da parte estrutural — no GP de Toronto deste final de semana, os pits ficaram bem ajustados à quantidade de monopostos —, tem o tráfego na pista, algo que os pilotos tem se queixado bastante. A sugestão é que os italianos absorvam alguma estrutura atual.

“Ninguém está de acordo com isso [a chegada da Prema com dois carros a mais]. Ninguém. Se tem algo que a gente não precisa é de mais carros. A Prema pode vir, com certeza, mas que compre uma equipe. A McLaren começou em parceria com a Schmidt Peterson. A gente comprou um monoposto da Carlin, não trouxemos algo extra”, afirmou Juncos.

“Não há mais espaço para todos. É uma loucura. Não dá para acreditar. Pratt Miller queria vaga, a Abel e HMD também. Por que liberaram a Prema, mas não o resto? Por que 29 carros ano que vem? Não é loucura?”, completou.

Romain Grosjean conseguiu melhor resultado da equipe: 4º lugar em Laguna Seca 2024 (Foto: IndyCar)

A Indy planeja uma limitação de carros por equipe, mas a proposta da categoria também tem causado conflito nos bastidores. O plano para 2025 é implementar os charters, sendo 25 franquias a todo grid, com máximo de três por equipe. No entanto, estariam habilitados quem competiu a temporada completa de 2024, o que deixaria Prema e dois carros da Ganassi de fora dessa lista.

O GRANDE PRÊMIO apurou que dirigentes das equipes e da Indy se reuniram em Toronto para falarem sobre os charters. A frustração por parte dos times é que Roger Penske, proprietário da categoria, não estava presente — enviou Bud Denker, presidente da Penske Entertainment.

A definição de como será a Indy em 2025 vai destravar o mercado de pilotos — Rinus VeeKay, conforme antecipado pelo GRANDE PRÊMIO, está apalavrado com a Prema e espera a definição para assinar o contrato — e também possíveis parcerias entre equipes.

“Primeiro, tem a parte esportiva. Uma equipe com cinco carros tem vantagem competitiva. Depois, tem as parcerias de Meyer Shank com Andretti, que representa seis monopostos, além da Penske e Foyt, que somam outras cinco vagas. Nós, por exemplo, somos só dois. Acho que é bom o máximo de três”, apontou Juncos.

Agustín Canapino faz dupla com Grosjean na Juncos (Foto: IndyCar)

“Por outro lado, não existe um ser humano no planeta que acha que precisamos de mais carros por final de semana. Já temos 27. Não conseguimos andar. Em Mid-Ohio, não foi possível para o [Agustín] Canapino dar uma volta sem ser atrapalhado. Não dá”, prosseguiu.

Juncos destacou entender os motivos da Ganassi ampliar a operação para cinco carros, mas vê no histórico razões para manter somente dois em sua equipe.

“A gente nunca vai ter parceria com ninguém. Isso é uma questão de política ou negócios. Se existem milhões e milhões de dólares na mesa, o que faria Chip Ganassi? Vamos seguir com dois carros. Para nós, é o modelo que melhor funciona. A própria Fórmula 1 fez isso. A Ferrari já teve quatro carros, a Mercedes também [no passado]. Reduziram para dois. Com dois bons pilotos, acho que é o suficiente”, finalizou.

Apesar de questionada internamente por falta de frutos em 2024, vale lembrar que Juncos viu a parceria técnica com a McLaren ser encerrada logo após a semana do GP de Detroit, quando torcedores de Agustín Canapino invadiram as redes sociais de Théo Pourchaire com discurso de ódio depois de bater no argentino. A ruptura se deu pela alegação de falta de ações do time rechaçando o ocorrido.

Agora, a Indy encara um intervalo de três semanas por conta dos Jogos Olímpicos de Paris, retornando apenas no dia 17 de agosto com a etapa no oval de Gateway, localizado em Madison, no Illinois.

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