Kanaan relembra início como executivo na McLaren: “Fiz uma lista do que sabia fazer”

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Tony Kanaan explicou como surgiu o convite de Zak Brown para virar diretor esportivo da McLaren após a saída das pistas

Após a aposentadoria da Indy em 2023, Tony Kanaan tomou um novo rumo da carreira, mas ainda no esporte a motor. Passou a ser diretor esportivo da McLaren, última equipe que representou pela categoria, iniciando os passos fora das pistas, mas seguindo dentro dela de maneira executiva. Em 2024, o time registrou três vitórias, todas com Pato O’Ward.

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Kanaan recordou que não tinha planos concretos de carreira após a participação nas 500 Milhas de Indianápolis de 2023, sua última corrida pelos Estados Unidos. A relação executiva com a McLaren começou antes, indo em outras corridas do calendário como preparação, mas que eventualmente se tornou uma mentoria de pilotos após descer do carro.

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“Tinha zero de planos. Corri 26 anos de Indy, estava fazendo 40 de automobilismo e não sabia o que ia acontecer. Falei: ‘Vamos ver’. Aí, quando o Zak ]Brown] me chamou para correr em Indianápolis, pedi para ir nas primeiras corridas, para não chegar lá na minha última corrida sem conhecer meus mecânicos. Comecei na oficina, estava morando em Indianápolis, comecei a ir nas corridas e a ajudar, já que não tinha nada para fazer. Nisso, quando acabou Indianápolis, ele [Zak] virou para mim e perguntou: ‘e aí, não quer continuar vindo nas corridas?’. E falei que estava bom. O esquema era só ir nas corridas ajudar os pilotos, meio que como o Dario [Franchitti] fez comigo quando estava na Ganassi”, comentou Tony.

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Tony Kanaan (Foto: Indycar)

Ao mesmo tempo em que deixou a Indy, Kanaan estava insatisfeito com a participação na Stock Car, já que os resultados não eram relevantes e a dinâmica de viagens entre Brasil e Estados Unidos, onde reside, passou a desmotivá-lo. Convidado pelo CEO Zak Brown a se juntar de forma permanente na McLaren, escreveu uma lista de coisas que poderia fazer.

“Isso foi em maio. Quando chegamos em setembro, em Laguna Seca, eu estava correndo de Stock no Brasil. Aquele desastre que foi. Não estava contente de ficar indo e voltando, até porque os resultados não estavam vindo e a motivação cai. E ele falou: ‘Olha, você não quer vir para cá trabalhar em tempo integral?’. Minha resposta foi: ‘Cara, mas eu vou fazer o que? Nem sei no que posso te ajudar’. Aí ele me pediu para pensar e escrever uma lista do que eu poderia ajudar. Sentei no avião, estava voltando de uma corrida no Brasil e fiz uma lista gigantesca de coisas para tentar impressionar o chefe”, seguiu.

“E coisas que, na verdade, para quem acompanha minha carreira sabe. Quando a Andretti me mandou embora em 2010, tomei rédeas da minha carreira, dos patrocinadores. Eu tinha uma baita noção de equipe porque, na KV, ajudei a gestão. Comecei a escrever. Tudo o que tinha visto na equipe. Sentamos logo depois de Laguna, ele veio para Indianápolis, sentamos para conversar e mostrei a lista para ele para tentar impressionar. Pensei que ele pegaria uns quatro itens da lista só. Ele olhou e falou: ‘Que bom’. Aí respondi: ‘Que bom o quê?’. Ele disse que estava tudo certo, e se eu conseguia fazer tudo isso, faria. E aí começou minha saga”, concluiu.

Indy retorna com a etapa final da temporada 2024 em duas semanas, no dia 15 de setembro, com a corrida no oval de Nashville, localizado em Lebanon, no Tennessee. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa.

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