Em tempo de crise, Senna destaca alcance de simuladores na formação de pilotos: “Muito mais acessíveis”

Bruno Senna acredita que os simuladores tendem a assumir um papel cada vez mais importante na descoberta de novos pilotos. Num tempo de vacas magras, o realismo dos computadores está se mostrando uma alternativa bastante viável, técnica e financeiramente, até mesmo para equipes de F1, onde os testes são bastante limitados. Mas, mais do que isso, os games podem facilitar o surgimento de novos talentos do esporte a motor.

Alguns nomes, como Jann Mardenborough, atualmente na F3, foram revelados assim. Ele passou pelo programa GT Academy, da Nissan, que tem como base o jogo Gran Turismo, cuja sexta edição foi lançada mundialmente na última sexta-feira (6).

Senna participou do pré-lançamento do GT6 (Foto: Twitter)

Senna é garoto-propaganda do jogo, que agora conta com um modo dedicado ao tricampeão da F1 Ayrton Senna. Na última terça-feira, Bruno participou de um evento de pré-lançamento no qual pilotou no circuito de Suzuka, no Japão. Depois, mostrou-se impressionado com a precisão dos modelos de pista. 

“Suzuka é muito parecido mesmo. A pista tem ondulação, inclinação, cambagem… É incrível. Então dá para aprender bem”, contou ao GRANDE PRÊMIO. “Os pontos de frenagem e tudo mais foram onde eu estava esperando que eles fossem. Conforme você vai ajustando os pontos, vai vendo como eles serão realísticos em termos de aderência do carro.”

O piloto crê que simuladores são importantes para quem já é piloto profissional e também para quem deseja ser. “Para quem já está correndo, é ótimo para você aprender pistas. Com certeza, você tem aqui os melhores modelos de pista dos simuladores que estão sendo vendidos. Para a molecada que está começando, hoje em dia é muito difícil. A molecada não tem grana para correr e, se você pensar no alcance que tem correr de kart, de carro ou jogar videogame para poder aprender o seu nível, é muito mais alto o alcance do mundo virtual”, comparou.

“Obviamente, o simulador vai ter sempre uma certa limitação, que á a parte física. A não ser que seja um simulador que tenha um galpão enorme que tenha movimento, força G, etc. Mas, para aprender mesmo, ganhar experiência com corrida, com mecânica, com as pistas e os carros, com certeza o melhor jeito é o simulador”, afirmou.

Senna disse que ainda não está envolvido em um projeto com essa intenção, mas espera ver mais e mais pilotos oriundos do mundo virtual entrando no esporte, “que são um meio muito mais acessível para você poder experimentar o automobilismo”.

Falando mais especificamente sobre o Gran Turismo, Senna disse que brincou bastante com a versão anterior do jogo da Sony e destacou o aprendizado que ele permite: “Dependendo de como você joga, você põe mais ou menos auxílio, o carro fica mais ‘de verdade’ ou não. É muito parecido, mesmo, você consegue aprender bastante coisa e, no final das contas, você começa a fazer um pouquinho de acerto, começa a aprender um pouquinho mais sobre automobilismo, mas, na hora de ir para a pista, tem que ter outros níveis de experiência.”

Em outro evento promocional do GT6, Senna teve a oportunidade de duelar com Kazunori Yamauchi, o criador do game. Diz ele que venceu, mas não sabe se o japonês facilitou: “Eu não sabia o que fazer. Comecei a andar mais rápido, não sabia se pegava mau dar pau nele ou não, mas acabei andando um pouquinho mais rápido do que ele. Acho que ele estava dando sopa, isso sim, viu! Ganhei dele, mas foi em uma parte curta de Suzuka. Foi demais. Jogar com o cara, lá… Dá aquele arrepio.”

O título pode ser encontrado nas lojas brasileiras por R$ 149,00 e tem, dentre outras novidades, a inclusão do tradicional circuito de Silverstone. Ao todo, são 36 autódromos diferentes, sem contar as variações de traçado – é possível correr, por exemplo, em vias de acesso da pista inglesa, que também foram reproduzidas com bastante realismo –, e carros de diversas categorias e marcas – alguns que nem foram lançados ainda e são baseados em conceitos que estão em fase de estudo das montadoras.