9ª nas motos, Sanz faz história como mulher mais bem colocada no Dakar: “Resultado com que jamais tinha sonhado”

Laia Sanz fez história neste sábado (17) ao bater a francesa Christine Martin e se tornar a mulher mais bem ranqueada no Rali Dakar na disputa entre as motos. Espanhola fechou a edição 2015 com um nono lugar

Laia Sanz somou mais uma importante marca à sua já assombrosa lista de recordes. Dona de 16 títulos mundiais — 13 de Trial e três de Enduro —, a piloto de Corbera de Llobregat, na Catalunha, conquistou o nono posto na classificação geral entre as motos da edição 2015 do Rali Dakar e se converteu na mulher mais bem ranqueada da história da competição. 
 
Com o nono posto conquistado neste sábado (17), Laia desbancou a francesa Christine Martin, que em 1981 completou a disputa entre as motos com um décimo posto.
Laia Sanz entrou para a história do Dakar neste sábado (Foto: Honda)
Em seu caminho ao nono lugar, Sanz registrou como seu melhor resultado um quinto posto na oitava especial, disputada entre Uyuni, na Bolívia, e Iquique, no Chile. O estágio, aliás, foi uma verdadeira epopeia, já que os pilotos tiveram de lidar com frio intenso e a água que inundou o Salar.
 
Ao chegar ao pódio montado em Buenos Aires, Sanz não conteve a alegria e admitiu que chorou um pouco ao encontrar os integrantes de sua equipe. Reconhecida por sua habilidade em duas rodas, a piloto de 29 anos é a primeira mulher a integrar o time de fábrica da Honda.
 
 “Estou muito feliz pela corrida que fiz e por um resultado com que jamais tinha sonhado”, começou Laia. “Quando cheguei à meta, abracei a minha gente e não pude evitar soltar alguma lagrima. As emoções são muito intensas quando chega ao final de uma prova tão dura e o resultado faz com que seja ainda mais”, admitiu.
 
Na etapa final do Dakar, disputada neste sábado no trecho entre Rosário e Buenos Aires, Laia lutava para defender a oitava colocação na classificação geral, mas a vitória de Ivan Jakes nesse 13º trecho cronometrado acabou empurrando a companheira de Joan Barreda, Paulo Gonçalves, Hélder Rodrigues e Jeremías Israel uma posição para baixo.
Laia Sanz é dona de 16 títulos mundiais (Foto: Honda)
“Foi um rali muito duro, no qual aconteceram muitas coisas e no qual todos nós sofremos muito até o final”, apontou. “Na última etapa, eu tive a minha única queda em todo o rali. Foi no lamaçal que se formou entre os quilômetros 84 e 100”, contou. 
 
“Até este momento, estava indo muito bem na especial, mas quando chega no barro, tudo se complica. A pista estava fatal, a moto patinou atrás e eu saí voando. Torci o guidão e perdi alguns minutos”, explicou. “Claro que eu teria gostado de acabar em oitava, mas o Dakar tem surpresas até o último instante e, temos de ser realistas, entre um lugar e outro, não há muita diferença. Terminar em nona é um resultado incrível”, considerou. 
 
 Na visão da espanhola, que é o atleta com mais títulos mundiais na história do esporte a motor, a chave para seu bom desempenho foi a CRF 450 Rally, moto entregue pela HRC aos pilotos de seu time. Além disso, Laia citou seu melhor preparo, já que, ao contrário dos últimos anos, competiu em menos categorias e pôde fazer outras competições similares ao Dakar.
 
“A chave foi dispor de uma grande moto, ter podido treinar mais do que nos outros anos e ter feito corridas de preparação, ter a dose de sorte de que se necessita, porque no Dakar acontecem muitas coisas, não ter caído — até hoje —, cuidar da mecânica, ter acertado a navegação e ter incrementado meu ritmo na moto”, listou. 
 
Por fim, Laia aproveito para agradecer o apoio da equipe e todos os que a acompanharam durante a maior prova off-road do mundo.
 
“Quero agradecer, especialmente a Honda e a HRC por confiarem em mim e me darem uma moto tão boa como a CRF 450 Rally, a KH-7 por estar sempre ao meu lado, a todos os patrocinadores por me apoiarem, a todos na equipe, ao meu mecânico Alberto e a Virginia, que trabalharam comigo todos os dias do Dakar, a todos que me ajudaram, minha família e amigos, e a todos os fãs que me acompanharam e animaram”, encerrou.
 
As mulheres do Dakar nas motos
 
 
 
 
 
Ano
Quem
País
Marca
Posição
1979
Martine de Cortanze
França
Honda
11ª
1981
Christine Martin
França
Honda
10ª
1982
Nicole Maitrot
França
Honda
14ª
1984
Veronique Anquetil
França
Yamaha
15ª
1991
Patrícia Scheck
Alemanha
Suzuki
41ª
1996
Andrea Mayer
Alemanha
KTM
45ª
1999
Andrea Mayer
Alemanha
BMW
32ª
2000
Elisabette Jacinto
Portugal
KTM
49ª
2001
Andrea Mayer
Alemanha
BMW
30ª
2002
Andrea Mayer
Alemanha
KTM
23ª
2005
Ludivine Puy
França
KTM
97ª
2007
Ludivine Puy
França
KTM
44ª
2009
Mirjam Pol
Holanda
Honda
53ª
2010
Annie Seel
Suécia
KTM
45ª
2011
Laia Sanz
Espanha
Honda
39ª
2012
Laia Sanz
Espanha
Gas Gas
39ª
2013
Laia Sanz
Espanha
Gas Gas
94ª
2014
Laia Sanz
Espanha
Honda
16ª
2015
Laia Sanz
Espanha
Honda

#GALERIA(5185)

O PRIMEIRO BRASILEIRO
André Suguita escreveu seu nome na história do Rali Dakar. A bordo de um quadriciclo Can-Am Renegade, o paulistano de 34 anos completou a edição 2015 da prova no décimo posto e se tornou o primeiro brasileiro a terminar a maior competição off-road do planeta em um quadriciclo.  “Foi um desafio muito mais difícil do que eu poderia imaginar”, declarou Suguita, que trabalha no mercado financeiro. 

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HOMEM DE PALAVRA

Nasser Al-Attiyah foi o grande vencedor da edição 2015 do Rali Dakar na disputa entre os carros. A bordo de um Mini ALL4 Racing, o príncipe do Catar dominou a prova, se instalando na liderança da competição ainda na segunda especial, de onde não mais saiu. Após a chegada em Buenos Aires, palco do pódio do Dakar 2015, Al-Attiyah revelou que tinha prometido no ano passado que voltaria ao maior rali do mundo para vencê-lo mais uma vez.

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LIBEROU GERAL
As unidades de força da Honda poderão ser desenvolvidas ao longo da temporada 2015 da F1, de acordo com a emissora britânica Sky Sports. Após reunião entre a McLaren, a montadora japonesa e a FIA, foi alcançado um consenso a respeito do assunto. McLaren e Honda ficaram um tanto insatisfeitas depois que a FIA, admitindo uma brecha no regulamento técnico, permitiu que as outras três fabricantes atualizassem seus motores ao longo do ano e a Honda não.

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