FIA e Dakar condenam racismo e sexismo de Loprais e Pokora contra irmãs Koloc
Os pilotos Ales Loprais e Petr Pokora foram flagrados em vídeo se referindo às irmãs Aliyyah e Yasmeen Koloc em um contexto sexual antes do início da sexta especial do Rali Dakar
A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e a promotora ASO condenaram o comportamento racista e sexista de Ales Loprais e Petr Pokora contra as irmãs Aliyyah e Yasmeen Koloc às vésperas da sexta etapa do Rali Dakar.
Os pilotos tchecos foram flagrados em vídeo fazendo comentários ofensivos em relação às filhas do também piloto Martin Koloc.
Relacionadas
Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!
“Estou ficando ‘duro’ pela terceira vez. Olha, a preta de Roudnice está indo para a direita”, disse Loprais. “Bem … Essa não é má, é aceitável. A outra não”, respondeu Pokora.
Em uma nota conjunta, FIA e ASO condenaram o comportamento dos pilotos e disseram trabalhar por um ambiente mais inclusivo.
“A FIA, junto com a ASO e a FIA ETCR, condena energicamente os comentários desagradáveis e degradantes dirigidos às pilotos de corrida de caminhão FIA ETRC Aliyyah Koloc e sua irmã Yasmeen por dois competidores no Dakar. E continuará investindo importantes recursos e experiência no desenvolvimento de iniciativas para inspirar e fomentar a participação de meninas e mulheres jovens no esporte a motor”, diz a nota. “A aderência aos princípios éticos e a promoção de uma cultura diversa e inclusiva no nosso esporte são de suma importância para a FIA e a Comissão de Mulheres no Esporte a Motor da FIA”, completou.
O Automóvel Clube da Tchéquia também reprovou o comportamento de Loprais e Pokora.
“O Clube condena tal comportamento. Qualquer alusão sexista ou racista é completamente inadmissível e isso também se aplica a um esportista profissional. Nos recusamos a tolerar retórica similar”, disse Bohumil Pácl, responsável por comunicação e marketing no Clube.
Nascidas em Dubai, as gêmeas têm só 16 anos e fazem parte de um projeto chamado ‘Dakar Sistaz’, com a missão de disputar o Dakar em 2023, quando terão os 18 anos exigidos pelo regulamento.
“O Dakar, o lugar em que menos queríamos que isso acontecesse, nos recordou o fato de que ainda vivemos em um mundo em que mulheres jovens são vistas apenas como objetos sexuais e não como seres humanos”, disseram as irmãs. “Viemos ao Rali Dakar para ver o que nos espera. Queremos correr, queremos competir de forma justa e queremos melhorar e aprender. Além da experiência, também temos a sensação de que alguns competidores podem nos ver como meros pedaços de carne. O fato de sermos menores não nos salvou do comentário de Loprais”, seguiram.
“Tal comportamento não só não tem lugar em eventos promocionais como o Rali Dakar, mas em qualquer parte da sociedade. É patético, baixo e humilhante”, completaram.
🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias do GP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.