Kamaz critica FIA por exigência de recriminar Rússia e indica ausência no Dakar 2023

A fabricante russa de caminhões Kamaz, que domina o Dakar há anos, marcou posição pública ao afirmar que não vai compactuar com a exigência da FIA de que os pilotos assinem um documento que condene a guerra na Ucrânia. A Kamaz se colocou ao lado da Rússia e indicou, assim, que vai ficar fora do evento em 2023.

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Vencedora de 18 das 22 edições do Dakar entre os caminhões no Século XXI, sempre com pilotos da Rússia, a Kamaz escolhera se manter praticamente em silêncio com relação às restrições aos pilotos russos desde o começo da guerra, em fevereiro deste ano. Agora, porém, manifestou como enxerga a situação.

Desde os primeiros meses do conflito na Ucrânia, a FIA acrescentou uma condenação à guerra em seu documento Compromisso dos Pilotos, que todos precisam assinar para participar de eventos chancelados pelo órgão. Embora a Kamaz não tenha confirmado que não estará no Dakar 2023, o comunicado dá uma indicação clara de que só participa se o documento for modificado, algo que é improvável.

“A participação dos atletas russos no Rali Dakar está condicionada à necessidade de assinatura do Compromisso dos Pilotos da Federação Internacional de Automobilismo, que condena a operação especial da Rússia na Ucrânia”, anunciou.

“Em nossa opinião, o conteúdo do documento é político e viola os princípios das condições iguais para atletas. Consideramos impossível assinar documentos assim e participar em competições sob estas condições”, seguiu.

“Nossa escolha é clara: estamos sempre com nossa pátria-mãe, especialmente quando se trata de uma situação difícil”, finalizou.

A guerra no leste ucraniano começou em 20 de fevereiro, portanto mais de sete meses atrás, e conta com cerca de 30 mil mortes, de acordo com estimativa da agência de notícias Reuters.

O Dakar 2023 será o quarto realizado nos desertos da Arábia Saudita, uma contradição por si só, começa com o prólogo, ainda em 31 de dezembro de 2022, e vai até 15 de janeiro.

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