Price conquista Rali Dakar pela segunda vez nas motos. Cavigliasso confirma título nos quadriciclos

A KTM ampliou para 18 anos a sua dinastia no Dakar. Toby Price conquistou pela segunda vez a vitória no maior rali do mundo nas motos. Pablo Quintanilla lutou até o fim, mas sofreu uma queda no início da especial. Nos quadriciclos, Nicolás Cavigliasso beirou a perfeição e, no segundo ano no Dakar, venceu a prova, seguindo os passos dos irmãos Alejandro e Marcos Patronelli

Trecho de especial: 112 km
Deslocamentos: 247 km
Trecho total: 359 km
 
A 41ª edição do Rali Dakar chega ao fim nesta quinta-feira (17) no mesmo ponto de partida: Lima, capital do Peru. A competição das motos foi uma das mais imprevisíveis dos últimos anos e só ganhou ares de definição mesmo na oitava e antepenúltima etapa. Tudo indicava que a Honda finalmente quebraria a incrível série de 17 anos de vitórias da KTM, mas uma série de azares tirou de combate Joan Barreda Bort, no terceiro dia de provas, e Ricky Brabec, na última segunda-feira. Toby Price, regular ao longo de todo o rali, assumiu a liderança para confirmar a conquista do seu segundo título no Dakar.

Price abriu o dia final com uma vantagem ínfima para o segundo colocado, Pablo Quintanilla, da Husqvarna: apenas 1min02s. Em tese, os pilotos melhores colocados se marcam uns aos outros na última especial. Mas o chileno partiu para o tudo ou nada na tentativa derradeira de levar o Dakar pela primeira vez. Deu nada. Uma queda sofrida pelo piloto no km 10 da etapa o fez perder 8min20s, decretou definitivamente a vitória de Price e fez Pablo perder o segundo lugar na classificação geral para Matthias Walkner.

De quebra, para fechar sua vitoriosa campanha com chave de ouro, o australiano, mesmo lesionado, conseguiu vencer a última etapa, com 2min21s de vantagem para o segundo colocado, José Ignácio 'Nacho' Cornejo Florimo, da Honda.

Toby Price confirmou a conquista do Rali Dakar nas motos pela segunda vez (Foto: Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool)

Nos quadriciclos, é possível dizer que o Dakar 2019 teve nome e sobrenome: Nicolás Cavigliasso. O argentino de apenas 27 anos disputou neste ano o maior rali do mundo apenas pela segunda vez. E nadou de braçada perante a concorrência. De dez especiais, o piloto, que guiou um quadri Yamaha YFM700R, venceu nove delas, confirmando a óbvia e esperada conquista do Dakar, seguindo os passos dos compatriotas e irmãos Marcos e Alejandro Patronelli.

 
Mas se Cavigliasso sobrou do início ao fim do Dakar, o mesmo não se pode dizer de Price, que lutou muito para chegar ao seu segundo triunfo. Além de competir contra grandes adversários como Pablo Quintanilla, Barreda, Brabec, Adrien Van Beveren, Sam Sunderland e Walkner, o australiano de 31 anos suportou severas dores no pulso. 
 
Campeão em 2016 e terceiro nas edições de estreia, em 2015, e no ano passado, Price ostenta um cartel de muito respeito nas suas cinco participações no Dakar, tendo apenas um abandono, em 2017.
 
Até o oitavo dia de provas, Barreda, Brabec e Quintanilla chegaram a ocupar a liderança geral do Dakar. Parecia que finalmente a dinastia da KTM nas motos chegaria ao fim. 
 
Mas a Honda viu o abandono dos seus dois principais pilotos, enquanto Quintanilla enfrentou problemas com a planilha de navegação — uma das grandes queixas dos pilotos de várias categorias ao longo da prova — e despencou de primeiro para quinto. Mesmo com forte ritmo nas etapas finais, não foi o suficiente para o chileno, bicampeão mundial de cross-country, vencer o Dakar pela primeira vez. Não faltou espírito de luta, como Pablo mostrou até o fim ao arriscar tudo para tirar a diferença reduzida que o separava de Price.
Nicolas Cavigliasso manteve a força argentina do Dakar nos quadriciclos (Foto: Magnus Torquato/Fotop/ASO)
Com a conquista confirmada por Price nesta quinta-feira em Lima, a KTM amplia para 18 anos sua incrível série de vitórias nas motos, iniciada ainda em 2001 pelas mãos do italiano Fabrizio Meoni, que morreu no Dakar de 2005 após sofrer grave acidente durante a passagem do rali pela Mauritânia.

Na classificação final das motos, Price completou o Rali Dakar com tempo total de 33h57min16s, 9min13s à frente do segundo colocado, o último campeão e companheiro de KTM, Walkner.

Um dos grandes marcos históricos do Dakar 2019 foi alcançado pela russa Anastasiya Nifontova, a primeira mulher a completar a prova na classe Malle-Moto, ou Original, na qual os competidores correm sem nenhum tipo de assistência mecânica externa. Já o melhor novato do rali neste ano nas motos foi Ross Branch, de Botswana.

Quanto à competição dos quadriciclos, o domínio foi todo argentino do início ao fim. Como foi em praticamente toda a prova, o país dominou o top-3 com Cavigliasso sendo consagrado como o grande campeão com o tempo total de 43h51min04s, 1h55s à frente do compatriota Jeremias González Ferioli. Gustavo Gallego completou a trinca argentina na dominante prova dos quadris.

 
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