Da Stock Car ao Sertões, Giaffone Racing ressalta mundos “parecidos e diferentes”

Conhecida por sua expertise como construtora da Stock Car, a Giaffone Racing entra no seu segundo ano no Sertões com nove ‘buggões’ 4x2 empurrados por motor V8 para desafiar pesos-pesados internacionais como Toyota Hilux, Ford Ranger e Mitsubishi L200 Triton no Sertões

ESPECIAL: Sertões: do coração do Brasil para o topo do mundo

A Giaffone Racing, nome atual da antiga JL, é conhecida no meio do esporte a motor brasileiro principalmente pela sua expertise na construção dos carros da Stock Car, assim como os da categoria de acesso Stock Light. Liderada por Zequinha Giaffone, a empresa iniciou, nos últimos anos, o seu projeto para o rali cross-country com o desenvolvimento do buggy empurrado por motor V8 e de tração 4×2 e também do UTV. Depois de um 2019 de estreia no Sertões, a Giaffone Racing vai com um grid de nove ‘buggões’ para a disputa do maior rali das Américas, que vai começar nesta sexta-feira (30) com a realização do prólogo no autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo.

No primeiro ano do projeto, além da estreia no Sertões, a Giaffone alcançou uma vitória em uma prova importante do rali brasileiro, o Rota-Sul, com Denisio Casarini e Luís Eckel. Em 2020, a construtora vai tentar desafiar o poderio das fábricas internacionais, que vão contar com carros como Toyota Hilux, Ford Ranger e Mitsubishi L200 Triton na prova. Além do trio formado pelos pilotos Rubens Barrichello, Felipe Fraga e Rafael Cassol e o navegador Edu Bampi na tripulação do carro #357, destaque também para um forte concorrente: Zé Hélio Rodrigues, pentacampeão nas motos e que vai disputar a prova deste ano com um buggy — com bolha de picape — ao lado do navegador Lauro Sobreira.  Julio Capua e Emerson Cavassin, que vão correr pela equipe RMattheis, a mesma de Barrichello, Fraga e Cassol, também vem forte para a disputa.

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ZÉ HÉLIO; BUGGY; GIAFFONE; SERTÕES
Zé Hélio vai com um buggy da Giaffone Racing com bolha de picape (Foto: Divulgação)

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Em entrevista coletiva veiculada pelo canal oficial do Sertões no YouTube e acompanhada pelo GRANDE PRÊMIO, Zequinha ressaltou as dificuldades em ser um construtor de carros de corrida no Brasil, mas destacou o crescimento do off-road como um todo, sobretudo do Sertões, nos últimos anos, o que impulsionou a Giaffone Racing a mergulhar de vez no universo dos ralis. A fábrica planejava estrear o seu UTV na prova deste ano, mas a alta do dólar ao longo dos últimos meses contribuiu para atrasar o processo de desenvolvimento do modelo.

Perguntado pelo GP sobre o quanto de expertise da Stock Car a Giaffone leva para o Sertões, Zequinha lembrou que há semelhanças entre os dois mundos, mas também muitos aspectos distintos.

“São muito parecidos e muito diferentes. O objetivo do carro de corrida, seja no asfalto ou na terra, é sempre o mesmo: tem de ser o mais rápido possível e que não quebre, que seja o mais resistente possível. Talvez na terra, o que a gente mais sofreu no começo, até porque o carro não tem nada a ver com o carro do asfalto, nesse quesito de geometria de suspensão, amortecedor, foi buscar a melhor performance possível e a melhor resistência possível. Com certeza, a nossa experiência no asfalto ajudou muito”, explicou.

FELIPE FRAGA; SERTÕES; BUGGY;
Felipe Fraga é uma das novidades do Sertões 2020 a bordo do buggy construído pela Giaffone (Foto: Breno Madeira/RF1)

“Nosso primeiro carro, tanto o UTV quanto o do Sertões, graças a Deus já teve uma performance razoável, e isso só foi possível graças à experiência de 20 anos que temos no asfalto, construindo carros de corrida. Mas acho que a maior diferença entre a terra e o asfalto está mais para as equipes: aí é muito diferente: sobre como você prepara o carro, como você estrutura a equipe… Essa estrutura é que não tem nada a ver com o asfalto. No asfalto, se o carro quebrou ali na pista, depois de cinco minutos ele chega numa plataforma, você arruma e, dez minutos depois, ele está na pista de novo. E já vi, no ano passado mesmo, o carro quebrar no Sertões e só chegar na equipe depois de três, quatro dias. E quem mexe no carro mesmo é a equipe, não a fábrica. Nosso negócio é, no caso desse ano, ficar nas bolhas, esperando o carro chegar e ajudar dentro do possível de alguma dúvida que eles tenham, de algum probleminha que precise ser resolvido, algo assim”, disse Zequinha.

Outro ponto considerado bastante diferente por Giaffone diz respeito ao desenvolvimento dos carros, com a dificuldade de evoluir e obter maior e melhor feedback no off-road sendo muito maior mesmo com as pistas de testes montadas por algumas equipes, como a RMattheis, por exemplo.

“Quanto mais quilometragem você põe nos carros, mais você acaba aprendendo. Acho que o off-road tem um estilo bem diferente do asfalto. No asfalto, você vai para Interlagos, Tarumã, Santa Cruz, Curitiba, N autódromos pelo Brasil, e em três ou quatro dias você consegue simular quase um campeonato, anda 2 mil, 3 mil km, e consegue simular muita coisa. No off-road é muito mais complicado porque, quando você vai para uma pista, e algumas são muito novas, muito bacanas, mas não é o cross-country real. É um pouco diferente”, comentou.

FABRÍCIO BIANCHINI; RALI; BUGGY; GIAFFONE;
Fabrício Bianchini no Rali Rota Sul, onde a Giaffone Racing venceu pela primeira vez no off-road (Foto: Ney Evangelista)

“Obviamente que essas pistas ajudam, acho muito mais para testar novos pilotos, para eles entenderem o que é o rali no geral, para a gente também, para testar possíveis falhas que possam ter no carro. Mas o que dá mais know-how, feedback para a gente, são as corridas. São as provas grandes que dão esse know-how para qualquer construtor”, salientou.

Giaffone não escondeu o entusiasmo com o momento atual do Sertões no Brasil e o projeto que busca fazer do rali o maior do mundo até 2022. “O Sertões está numa ascendente, com gente fazendo um trabalho novo, com muita novidade no negócio e, na minha opinião, tende a crescer nos próximos anos. Vinha estável, e agora deram uma injeção de ânimo na categoria. Quando o Sertões cresce, o automobilismo cresce, o off-road cresce”, concluiu.

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