7º is the new black? Mudança faz pilotos escolherem nova pole na Corrida do Milhão

Em entrevista ao GRANDE PRÊMIO nesta sexta-feira (23) de treinos livres para a Corrida do Milhão, Diego Nunes, Denis Navarro e Pedro Cardoso admitiram que enxergam a sétima colocação como a pole de fato da prova especial - e que conta com formato também diferente. Rafael Suzuki foi a voz discordante

O que é a pole-position e quando ela pode ser subvertida? Um exemplar de tal situação pode não ser – e de fato não é – fácil de encontrar, mas, segundo pilotos do grid da Stock Car é exatamente o que vai ser visto neste fim de semana, no regulamento especial da Corrida do Milhão em Interlagos. A pole é, acredite se quiser, o sétimo lugar.
 
O raro fenômeno acontece por conta da mudança do formato do treino classificatório, marcado para o sábado paulistano. 
 
A novidade prevê Q1 e Q2 em situação igual ao restante da temporada, mas o Q3 terá todos os seis pilotos classificados da fase anterior na pista ao mesmo tempo. O sexteto terá direito a três voltas rápidas cada um. Os três pilotos que ficarem com a melhor média da trinca de voltas avançam para o Q4. Nessa última fase, cada um terá uma volta lançada – com um de cada vez na pista – para definir a pole. Depois, terão uma quantidade ainda não-definida de combustível retirada. 
 
Mas há um porém: os pilotos serão obrigados a começar a prova com o mesmo jogo de pneus utilizado na classificação e também com o mesmo nível de combustível com que encerraram o sábado – os carros serão colocados em Parque Fechado. A intenção com isso é aumentar a importância do jogo estratégico. Haverá ainda um jogo de pneus mais macio que o normal.
Diego Nunes (Foto: Cauê Moalli/Grande Prêmio)
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Em entrevista ao GRANDE PRÊMIO, Diego Nunes, Denis Navarro e Pedro Cardoso, pilotos que não têm brigado pela pole e, portanto, estão no grupo de beneficiados pela mudança, opinaram que realmente enxergam como pole a melhor colocação de quem sequer for ao Q3, uma vez que irá largar com mais combustível no tanque e pneus em melhores condições.

 
"A pole para mim é largar em sétimo, porque você vai ter uma série de voltas a menos de combustível e pneu e atacar os seis da frente", exclamou Nunes. 
 
"Mas, por outro lado, caso o pole abra um baita gap por andar na pista limpa, ainda vai voltar na sua frente. Agora, se tiver um safety-car, a galera da frente se ferrou. É uma loteria, na verdade. O segredo [para a classificação] vai ser fazer um carro rápido e conservador, que é difícil, para não gastar bastante pneu e durar bem na corrida. O cara que largar em décimo pode ser que ganhe, quem largar em sétimo é o que mais tem chances de ganhar, mas o cara que largar na pole pode ser que ganhe mesmo precisando colocar mais combustível", opinou.
 
Navarro lembrou que ainda não há uma certeza sobre a estratégia, sobretudo porque a Stock vai divulgar apenas no sábado quantos litros de combustível irá sacar dos primeiros colocados. Entretanto, com tudo que se sabe até agora, concorda que o sétimo lugar tem ares de posição de honra.
Denis Navarro (Foto: Cauê Moalli/Grande Prêmio)

"Ainda não disseram quantos litros vão tirar do carro, então isso é fundamental para definir a estratégia. Mas hoje, do jeito que está, sem dúvida largar entre sétimo e décimo é melhor, a diferença é de quase um galão de combustível. Sem dúvida essa é a melhor estratégia hoje. Não é tão fácil, porque os tempos da Stock são muito próximos. Se você tem condições de andar no quarto lugar, não é tão simples economizar nos tempos. É uma categoria muito apertada nos tempos, mas tenho certeza que muita gente vai tentar buscar essas posições de sétimo a décimo", afirmou.

 
Cardoso foi na mesma linha: segundo ele, apesar de ser difícil escolher lugar uma vez que se entra no top-10, ser P7 é o ideal.
 
"Comentei com a equipe que o pole é o sétimo lugar, na verdade. Vai ser o cara que não gasta tanto no Q2 e nem as voltas do Q3 ou da Superpole. Isso pode ajudar, pode ser boa estratégia e acho que vai ter quem tente classificar entre décimo e sétimo", comentou.
 
"Acho que não dá para ficar escolhendo o lugar de largada se der para ficar entre os dez. Mas se desse para escolher entre ir ao Q3 e largar em sexto ou ficar em sétimo, prefiro largar em sétimo sem gastar o pneu", finalizou.
Rafael Suzuki (Foto: Cauê Moalli/Grande Prêmio)

Nem todo mundo concorda, porém. Rafael Suzuki divergiu dos colegas: para ele, os pilotos que largam mais na frente ainda têm condições de tomar conta da dinâmica das corridas. Largar no sétimo posto não é ruim, mas está longe de ser o ideal para ele.

 
"Queremos ir o mais para frente possível. Tem gente falando que largar em sétimo é melhor, mas nós não vamos fazer nenhum tipo de medição. Se largar em segundo ou terceiro, não acho nada ruim. É importante estar na frente nas corridas, ainda que signifique um pouco a mais de combustível, mas estar bem posicionado permite mudar a dinâmica da corrida. Acho que é meio que um mantra: se você ficar tentando largar numa posição específica, vai acabar se dando mal", apontou. 
 
"Mas entendo que a regra foi feita para dar chance a quem está ali, em sétimo ou oitavo. Mesmo assim o pole ainda tem pista livre e uma série de vantagens no começo da corrida. Quando você está ali, em sexto, sétimo ou décimo, sempre tem que frear antes porque tem alguém na sua frente. Então eu discordo [de que o P7 é a nova pole]. Entendo que o novo formato favorece um pouco mais os pilotos que andam em sétimo e oitavo, mas não acho que seja o caminho. Se perguntar para mim se é melhor largar em sexto ou sétimo, é sétimo, mas a abordagem não vai ser para ficar nesse lugar. Eu gostaria de largar em terceiro ou quarto, sem problema nenhum", defendeu.

GRANDE PRÊMIO cobre tudo da Corrida do Milhão in loco em Interlagos com os repórteres Felipe Noronha, Pedro Henrique Marum e Cauê Moalli. A corrida começa às 11h30 do domingo. Acompanhe tudo aqui.

 

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