CBA confirma investigação sobre pneus na Stock Car e espera laudo até fim de outubro

Confederação Brasileira de Automobilismo divulgou comunicado confirmando que pneus da Hankook utilizados em etapa da Stock Car no Velopark foram retidos. Laudo sobre possível alteração química deve surgir até dia 31. Caso o documento corrobore com as suspeitas, a CBA tomará as atitudes cabíveis

A Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) divulgou um comunicado, nesta terça-feira (22), confirmando que reteve pneus da Hankook utilizados na etapa do Velopark, no Rio Grande do Sul, da Stock Car, disputada em 8 de setembro, e os enviou para a Coreia do Sul pela suspeita de alteração química dos compostos.

A entidade recebeu o intermédio do próprio Conselho Técnico Desportivo Nacional. Por ainda se tratar de uma suspeita, os nomes das equipes e a quantidade dos pneus analisados não foram divulgados pelo órgão. A Confederação confirmou um pedido de laudo, que será entregue pela Hankook até o próximo dia 31 de outubro. Caso o documento corrobore com as suspeitas, a CBA tomará as atitudes cabíveis.

Entenda a história:

Relacionadas

 As equipes TMG e Crown — que ocupam o segundo e o terceiro lugares do Campeonato de Times, respectivamente — foram acusadas de manipulação dos pneus da fornecedora única da categoria, a Hankook, durante a etapa do Velopark, no Rio Grande do Sul, disputada em 8 de setembro.

Massa é líder do campeonato (Foto: Duda Bairros)

GRANDE PRÊMIO apurou que o desempenho dos carros de Felipe Massa (líder do campeonato), Rafael SuzukiEnzo Elias e Felipe Baptista (vice-líder) levantou dúvidas durante a classificação no circuito gaúcho, visto que, em alguns momentos, chegou a ser até 2s mais rápido que o restante do pelotão.

Inicialmente, aventou-se a possibilidade do uso de uma graxa utilizada em competições de arrancada. Mas, no fim das contas, a suspeita recai mesmo sobre uma alteração química num processo chamado ‘vulcanização’, que consiste em colocar o pneu numa espécie de forno, provocar alteração molecular em alta temperatura e depois posicionar a borracha em água fria para refixar as moléculas modificadas. Com o processo, altera-se a maciez dos compostos, proporcionando maior aderência.

A desconfiança é que o procedimento foi realizado tanto nos pneus de chuva quanto nos slicks, os de pista seca. Há quem acredite na possibilidade da suposta manipulação ter sido realizada também em outras etapas da temporada.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Pneus Hankook da TMG e Crown estão no centro das atenções nos bastidores da Stock Car (Foto: Marcelo Machado de Melo)

Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) reteve os pneus dos quatro carros e os entregou para a Hankook, que enviou direto para a central esportiva da marca, na Coreia do Sul, para abrir investigação. A categoria ainda pediu urgência no laudo e informou ao GRANDE PRÊMIO que espera uma resposta que “deve vir nos próximos dias”. Quando chegar o relatório feito pela Hankook, a Stock Car pretende enviar diretamente para a CBA, que é quem define questões de punições esportivas e multas.

Caso a alteração seja confirmada, tende a render sanção, passível até de expulsão da categoria em caso de pena máxima. A Stock Car, que promete se manifestar somente após a definição da CBA, age com parcimônia e reiterou que nada foi comprovado contra as equipes e tampouco houve flagrante. Mas admitiu que “existe a suspeita de que o pneu utilizado teve um comportamento diferente dos demais”.

Antes mesmo do laudo e possíveis consequências, a Stock Car optou pela criação de um ‘Parque Fechado dos pneus’, com o intuito de limitar o tempo em que os compostos ficam com as equipes, diminuindo as chances de qualquer ação fraudulenta por parte dos times. As equipes vão receber os pneus minutos antes das atividades de pista e devolvê-los assim que tudo acabar.

“O que adotamos para mitigar eventuais alterações e tratamento dos pneus foi criar um Parque Fechado de pneu em que o organizador fica com os pneus montados nas rodas antes das atividades, vão à pista com esses compostos e, quando termina, são obrigados a devolver para o Parque Fechado, que fica em ambiente controlado tanto de temperatura quanto de acesso de pessoas”, declarou Fernando Julianelli, atual CEO da Stock Car ao GRANDE PRÊMIO.

O intuito da medida é limitar o tempo das equipes com os pneus, o que diminui a possibilidade de fazer algum tipo de tratamento não autorizado pelo regulamento.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias do GP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.