Com pódio duplo, Barrichello tem jornada vencedora em Londrina e ainda se mantém vivo na briga pelo bi da Stock Car

Ciente de que teve carro competitivo o bastante para estar entre os primeiros, mas não o suficiente para vencer, Rubens Barrichello optou por garantir um equilíbrio em termos de estratégia para priorizar as duas corridas. E deu tão certo que o piloto da Full Time marcou dois pódios neste domingo. O bicampeonato ainda é uma possibilidade, embora seja improvável. Ainda

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A estratégia deu o tom da rodada dupla deste domingo (10) da Stock Car em Londrina. Na oitava etapa de 12 do campeonato, já no começo da reta final, cada ponto é importante para se manter na luta pelo título, ainda mais se levar em conta que a última prova do campeonato, em Interlagos, vai distribuir pontos em dobro. Nesse sentido, Rubens Barrichello foi o piloto melhor sucedido do fim de semana. Ciente de que tinha carro bom o bastante para se colocar entre os primeiros, porém não o suficiente para lutar diretamente pela vitória, o piloto da Full Time usou a cabeça, marcou o maior número possível de pontos, foi ao pódio duas vezes e ainda se manteve na briga pelo bicampeonato.

 
Dos 125 pontos no total após a etapa do Velo Città para o fim deste domingo em Londrina, Barrichello somou 39 tentos, subindo para 164. Tal cenário ainda representa uma distância considerável para os primeiros colocados, considerando que Daniel Serra e Thiago Camilo só pontuaram na corrida 1 em segundo e primeiro, respectivamente, mas o incidente com vários carros na largada da segunda prova impediu um acúmulo maior de pontos para os dois maiores candidatos ao título.

"Foi um final de semana que voltamos a brigar pela vitória, e conquistamos o maior número de pontos entre os pilotos. Até poderíamos brigar pela vitória na corrida 1, mas, por estarmos em desvantagem na tabela, valeu muito lutar pelos pontos. Sempre é especial estar no pódio, mas duas vezes no mesmo dia é melhor ainda", destacou o dono do carro #111.

Barrichello foi o piloto que mais pontuou neste fim de semana (Foto: Fernanda Freixosa/Shooters/MyTeam)
Barrichello agora está 71 pontos atrás do líder. Ainda é uma diferença muito grande, mas que pelo menos o mantém na briga pelo bicampeonato. Título que parece bastante improvável, já que será preciso ao piloto encerrar a penúltima etapa do ano, em Goiânia, com diferença inferior a 60 pontos para sonhar com a taça. Mas é preciso lembrar que no ano passado, após embate direto com Felipe Fraga, Rubens cresceu no momento decisivo e por pouco não faturou o título. Ainda assim, Maurício Ferreira, chefe da Full Time, é cauteloso ao falar das possibilidades do seu piloto.

"Muito difícil falar em briga de título quando o líder tem um desempenho exemplar na administração dos pontos, mas, enquanto estivermos chances nós vamos lutar. Mais importante até do que descontar os pontos, foi voltar a ter uma etapa competitiva e brigarmos por pódios e vitórias", declarou o experiente engenheiro. 
 
E também é preciso considerar a ótima forma de Camilo e Serra, que fazem belíssimo campeonato e certamente vão chegar a Interlagos brigando ponto a ponto pelo título. Os dois merecem muito o título pelo tanto que estão pilotando corrida após corrida. O incidente da largada da corrida 2 deste domingo não teve a culpa de nenhum deles, mas serviu para que adversários em potencial pudessem encurtar um pouco a distância.
Thiago Camilo festeja a vitória na corrida 1 em Londrina (Foto: Rafael Gagliano/Hyset)

"Começamos com certas dificuldades de acerto nos treinos livres, a equipe me deu um carro para fazer a pole-position e na corrida consegui administrar a ponta e economizar o botão de ultrapassagem. O objetivo principal, que era chegar mais perto do Serrinha, foi atingido. Vamos para Buenos Aires dar mais um passo na direção da liderança", disse Camilo, satisfeito com o que conseguiu em Londrina, em que pese o incidente na segunda prova. 

 
Átila Abreu manteve o ótimo terceiro lugar no campeonato e conseguiu abrir boa vantagem perante o quarto, Felipe Fraga, que abandonou na corrida 2 após um toque do carro de Vitor Genz. Contudo, em termos de título, a diferença de Serra para o sorocabano aumentou um pouco, de 39 para 42 pontos. Nada de outro mundo. 
 
Mas o prejuízo para Átila poderia ter sido ainda maior se não fosse pela estratégia promovida pela Shell Racing/TMG e pelo próprio desempenho do #51, que ajudou o piloto a terminar em oitavo a corrida 1 depois de ter largado em 21º. Na segunda prova, o sexto lugar foi bastante decente, visto que a prioridade da equipe e de Abreu estavam voltados à primeira disputa do fim de semana. Diante de como terminou o sábado e de como foi o domingo, o resultado foi de um lucro muito grande.
Ricardo Zonta festeja a segunda vitória conquistada em 2017 (Foto: José Mário Dias/Shell Racing)

"Foi um domingo bem diferente do sábado, não posso reclamar. Com meus concorrentes saindo da segunda corrida, se eu tivesse ido melhor na primeira prova, era uma boa oportunidade de descontar os pontos, mas olhando pelo cenário pela posição em que largamos e onde eles largariam, uma corrida em que se daria para fazer 35 pontos com facilidade, saímos no lucro. É claro que não reduzimos a diferença, mas minimizamos o prejuízo. Poderíamos pular fora do campeonato, mas continuamos vivos, estamos em terceiro ainda na luta e vamos trabalhar”, salientou o sorocabano.

 
Dentre os grandes nomes do fim de semana, destaque também para Marcos Gomes. Com estratégia semelhante a de Barrichello, o dono do carro #80 da Cimed fez uma grande corrida 1 e se colocou ali entre os primeiros. Na segunda prova, parecia que o fim do jejum de mais de um ano sem vitória teria fim — a última foi em Goiânia em maio do ano passado —, mas o segundo lugar foi um resultado a ser comemorado, ainda que Marquinhos esteja já bem mais longe dos postulantes ao título, 92 pontos atrás de Serra. 
 
Valdeno Brito, dono da casa em Londrina e profundo conhecedor da pista, também merece ser destacado por ter feito uma das suas melhores atuações do ano. Com um quinto lugar na primeira prova, o paraibano conseguiu levar o carro da Carlos Alves novamente ao top-10 da corrida derradeira, fechando uma etapa bastante positiva dentro das condições que tem com o carro da Carlos Alves/Eisenbahn.
Marcos Gomes foi um dos bons nomes do fim de semana (Foto: Bruno Terena)
E Ricardo Zonta foi uma atração à parte. Todo o trabalho feito pelo paranaense e pela Shell em Londrina lembrou sua epopeia rumo à vitória em Goiânia, no começo da temporada. Curiosamente, como no Autódromo Internacional Ayrton Senna goiano, sua segunda vitória no ano veio no Autódromo Internacional Ayrton Senna, mas o de Londrina. 
 
Na primeira prova do domingo, Ricardo poupou ao máximo seu equipamento, pneus e botões de ultrapassagem visando a corrida 2, e por isso terminou em 16º. Na disputa final, veio o ‘pulo do gato’. Ao aproveitar as melhores condições do carro e o ótimo ritmo de corrida, não foi surpresa vê-lo à frente de Gomes no desfecho da janela de pit-stop obrigatório. Foi uma boa forma de terminar o fim de semana, que mostrou um panorama mais claro: RC/Eurofarma, Shell Racing/TMG e Cimed despontam como as melhores equipes da temporada até o momento.

"Tivemos um carro rápido, todos os treinos mostraram que tínhamos velocidade para ficar entre os cinco. Uma pena o que aconteceu na classificação, com os dois carros largando mais atrás. Fui bem cuidadoso até, tentei não me envolver em nenhum enrosco, principalmente com o Átila, que estava ao meu lado. Guardei o máximo de pneu e disparos do botão de ultrapassagem para a segunda corrida e deu tudo certinho", vibrou Zonta.

 
Confusão na largada prejudica corrida 2. E atrapalha Serra e Camilo
 
O ponto negativo fica mesmo para a largada da segunda corrida em Londrina. É uma situação que nunca muda e que se repete aqui e ali. O chamado efeito-sanfona foi bastante lamentado por Serrinha e Camilo, os maiores prejudicados na confusão. Mas sabe-se que pouco — ou nada — vai acontecer depois deste domingo.
Confusão marcou o começo da corrida 2 em Londrina (Foto: Reprodução)
“Sempre que acontece isso é um problema, porque os carros aceleram e freiam continuamente. Uma pena ter ficado fora”, comentou o piloto da Ipiranga/A.Mattheis em entrevista ao canal SporTV.
 

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Serrinha foi até mais contundente. “Acho que nossa largada é bonita para o público, mas de certa forma, ela é perigosa. Creio que a gente deveria entrar na reta alinhado, com o líder tendo a preferência de acelerar e decidir quando acelerar. Foi complicada, teve ‘sanfona’. O pessoal acelerou, quando ia largar parou de acelerar, e quando eu parei de acelerar o pessoal de trás partiu na hora certa. O Thiago falou que alguém bateu nele, e aí nos dois acabamos nos prejudicando”, disse Serra, da RC/Eurofarma.

 
Serra e Camilo perderam a chance de somar pontos preciosos depois de uma grande corrida 1 de ambos. Mas como o prejuízo foi dos dois, ao menos Thiago pode comemorar um pouco mais depois de diminuir um pouco a vantagem do seu grande adversário na luta pelo seu primeiro título na Stock Car.
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