De volta à Toyota e em “uma das melhores equipes”: como Zonta abre 2020 na Stock Car

O veterano de 44 anos é o piloto mais experiente da Shell no grid da principal categoria do automobilismo brasileiro. Ricardo Zonta vai para sua 13ª temporada na Stock Car ciente de que todos vão começar em pé de igualdade. Tudo por conta da nova geração de carros que entra em vigor neste ano. O curitibano tem neste ano a chance de voltar a pilotar um carro da Toyota e de representar a RCM, segunda equipe de Rosinei Campos, o ‘Meinha’

A Stock Car vai abrir a temporada 2020 neste fim de semana com a disputa da etapa de Goiânia. O autódromo localizado no Planalto Central estava destinado a receber a prova de início do campeonato no último fim de semana de março, mas a pandemia do novo coronavírus que paralisou o mundo e afeta severamente o Brasil levou a uma mudança de planos. Quatro meses depois, a principal categoria do esporte a motor vai finalmente dar início a uma jornada marcada por duas mudanças cruciais: a adoção de uma nova geração de carros e a entrada da Toyota como segunda montadora no grid, ao lado da Chevrolet.

Para Ricardo Zonta, veterano piloto de 44 anos que em 2020 vai para sua 13ª temporada na Stock Car, 2020 também é de muitas mudanças. De equipe, porque o paranaense agora vai defender a RCM, de Curitiba, o segundo time do multicampeão Rosinei Campos, o ‘Meinha’; de montadora, já que o piloto vai voltar a defender uma marca desde os tempos de Fórmula 1, a Toyota; e também de companheiro de equipe. Após dividir os boxes da equipe TMG ao lado de Átila Abreu, também piloto da Shell, neste ano Zonta vai ser companheiro de equipe do jovem Bruno Baptista, além do tricampeão Daniel Serra e do bicampeão Ricardo Maurício, da irmã da RCM, a RC Eurofarma.

Zonta vai guiar em Goiânia, um circuito que remete a grandes lembranças. Foi lá que, em 2017, liderou o 1-2 da Shell Racing. Das vezes em que correu na capital de Goiás, Ricardo terminou entre os cinco primeiros colocados pelo menos uma vez por ano desde 2015.

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Ricardo Zonta testa o novo Toyota Corolla da RCM em Curitiba (Foto: José Mário Dias)

O piloto teve a oportunidade de guiar o novo Toyota Corolla em uma sessão de testes promovida pela Stock Car em conjunto com algumas equipes no autódromo de Curitiba, no mês passado. Mas o pouco tempo a bordo do protótipo impede Zonta, mesmo com toda a sua experiência, de fazer uma análise mais profunda sobre o modelo.

“Difícil falar qualquer coisa até o momento. Os carros tiveram diversas mudanças do ano passado para este. Testamos muito pouco. A equipe teve apenas algumas horas de treino com o carro novo. Tivemos algumas mudanças mecânicas e de motor. Vai ser uma surpresa para todo mundo”, contou o piloto.

“Para mim, os treinos foram positivos, mas é muito cedo para falar qualquer coisa. O tempo de pista não foi grande para sentir de verdade as diferenças entre os carros, principalmente entre as marcas que fornecem”, disse o dono do carro #10.

Mesmo sem ter uma imagem mais cristalina sobre o potencial do novo carro, Zonta expressou sua felicidade por fazer parte de uma estrutura vitoriosa. “Hoje estou em uma das melhores equipes, das mais vitoriosas da Stock Car. Estou muito otimista com a equipe e com a experiência que temos. Podemos fazer um bom trabalho esse ano”.

Com tanto tempo guiando um carro que marcou época na Stock Car, é impossível para Zonta não tecer comparações entre os modelos antigo e novo.

“A principal diferença entre os carros do ano passado para esse ano, falando do Toyota que eu vou andar, é sobre algumas mudanças no motor. O carro é mais pesado por conta das mudanças na lataria. O carro diminuiu a aerodinâmica, além das mudanças no assoalho que diminuíram o downforce que era exercido sobre o carro. Isso resulta em perda de pressão aerodinâmica e gera mais dificuldade nas curvas de alta. O carro acaba sendo mais difícil de guiar do que o de 2019”, analisou.

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Ricardo Zonta vai partir para sua 13ª temporada na Stock Car (Foto: José Mário Dias)

O piloto também falou sobre como a pandemia do novo coronavírus impactou a sua preparação para a temporada 2020 da Stock Car. “Interferiu bastante para todos nós. Estava em uma boa forma física, mas o distanciamento resultou em fechar as academias e locais onde eu treinava. Tive de me adaptar para treinar em casa, principalmente em simuladores de bicicleta e esteira. Nesse período, não realizei nenhum treino nem em carros e nem em karts para não correr riscos. Diferente de muita gente, não segui o caminho dos simuladores por algumas questões pessoais”, revelou.

Dono de 6 vitórias, 2 poles e 14 pódios na Stock Car, o campeão mundial de FIA GT em 1998 e dono de larga experiência na Fórmula 1 e em categorias de Gran Turismo e Endurance entende que é possível saber o segredo para ser bem-sucedido em um ano tão incomum e de tantas novidades na sua carreira.

“O segredo é chegar bem preparado para todas as corridas, principalmente para essa primeira. Todos os pilotos e equipes estão em pé de igualdade nessa primeira etapa, com pouco conhecimento do carro novo, mas já tendo andado nele. É muito importante estar na pista em todos os momentos possíveis para entender o carro e tirar o melhor desempenho dele o quanto antes”, concluiu.

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