Diários de Viagem: do beijo nos pés de Barrichello ao “drama de rico” no aeroporto

Os Diários de Viagem do GRANDE PRÊMIO estão de volta: não sabemos ainda se de forma justa, mas quando você tem a chance de ver um fã beijando os pés de seu piloto preferido, você passa a precisar de um espaço para contar tal momento... Então vale a tentativa

Primeiramente, a foto que aparece no topo deste Diário de Viagem é meramente ilustrativa: sim, as pessoas em Santa Cruz do Sul fazem churrasco no autódromo; não, os jornalistas não têm muito tempo para isso em meio às corridas. Mas a foto é bacana, então foi utilizada.

Depois, preciso assumir: o citado beijo nos pés de Rubens Barrichello também não foi na cidade gaúcha, palco da quinta etapa da Stock Car 2019, que é o que conto neste retorno desta seção no site. Mas é que tal cena é o motivo para que em uma reunião do GRANDE PRÊMIO ela tenha conquistado sua volta

Comecemos pelo beijo, então: quando cheguei ao GP eu talvez não entendesse o tamanho do carinho do público do automobilismo por Barrichello – não por desconhecer a história do piloto, mas sim por não ter feito parte deste mundo, além de acompanhar pela televisão, até ser contratado. Pois bem: foi só começar a viajar para cobrir a Stock Car que a realidade veio rapidamente: quem acompanha corridas de carro ama, idolatra, é louco por Barrichello. 

Rubens Barrichello (Foto: Duda Bairros/Vicar)
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Crianças? Gritam seu nome. Adultos? Berram seu nome. Ele consegue andar pelo Paddock? Não – porque, quando tenta, é foto a cada segundo. Tudo isso vi e mais um pouco em 2018 e no começo de 2019. Até que chegou a etapa de Goiânia, quando ele venceu a corrida 2.

E aí a cena símbolo da idolatria ocorreu: Chicão, o narrador da Stock Car, anunciava os presentes no pódio. Eu eu esperava na área destinada aos jornalistas… Ou quase isso, já que ela foi montada em meio ao espaço para o público, e acabou tomada pelos fãs. Barrichello subiu a escada para o pódio e um deles subiu junto. Segurança, cadê você? Mas tudo bem, pois se estivesse lá não veríamos o mesmo cara abaixar aos pés de Barrichello e beijá-los.

Sim, beijá-los. Eu olhei para o Chicão, ele olhou para mim, ele ficou sem saber o que falar no microfone e eu apenas pensei: "ok, o cara é realmente amado". Foi engraçado, mas na mesma proporção que bonito, diria. Foi legal.

Rubens Barrichello (Foto: Duda Bairros/Stock Car)

Hora de ser brega

Mas voltemos a Santa Cruz do Sul: a viagem do último final de semana começou com o primeiro dos "dramas de gente rica" do título deste texto.

Minha passagem não passou no leitor de códigos do aeroporto – e como o voo era 7h, eu obviamente estava para perder a hora (nota de rodapé: Stock Car, por favor, eu tenho muito sono para ter que voar às sete da manhã). Tive que ser brega, então.

Sim, brega: você já assistiu comédias românticas em que um membro de um casal corre no aeroporto para alcançar seu/sua amado/amada? É ridículo, é feio, e você corre o risco de atropelar pessoas. Mas tive que produzir tal espetáculo, para imprimir uma nova passagem e ser o último a entrar no portão, que estava fechado, ir sozinho na van para o avião e ser o último a entrar neste, também. Ao menos realizei o sonho de ter o nome anunciado para todo mundo no avião: "Felipe Noronha, favor anunciar sua presença", ou algo do tipo.

Ou vai para o Diários de Viagem do Grande Prêmio! (Foto: Duda Bairros/Vicar)

Da chegada a Porto Alegre até Santa Cruz do Sul, algumas horas de estrada – e tempo o suficiente para levar uma multa de trânsito. Não eu, que não dirijo. E jamais revelarei quem foi, mas é mais um detalhe prosaico da história.

Dos dias em Santa Cruz do Sul não há muitos detalhes interessantes – talvez a obrigação do uso de banheiro químico em um autódromo, o que eu jamais recomendaria a alguém. Na verdade, se puder, jamais use banheiro em autódromo. Sério.

Outra coisa foi a transformação da sala de imprensa em balada por alguns bons minutos no sábado: enquanto eu tentava publicar no GP notícias sobre o treino de classificação, os acampamentos no autódromo tocavam música eletrônica alto a ponto de ser ouvida em Porto Alegre, provavelmente, ao mesmo tempo em que a luz acabava na sala – ou seja, escuro, música alta, lâmpadas piscando… Me senti na noite gaúcha.

Por fim, houve uma situação na qual terei que dar toda razão a Felipe Fraga: a Vicar, organizadora da Stock Car, cerca a área em que ficam os pilotos que vão ao Q3 da classificação após darem suas voltas rápidas. A imprensa é bloqueada (por quê?) e os pilotos precisam ficar esperando no calor. Fraga, que já estava sem chance de pole, não quis ficar (correto). Algum membro da organização tentou convencê-lo do contrário. Não conseguiu. Repito: o sistema precisa mudar aos sábados. Foi uma boa dica. Valeu, Fraga!

Olhar de quem não vai ser obrigado a esperar no calor (Foto: Duda Bairros/Vicar)

Bem, na volta, mais um "drama de rico": segundo a Gol, meu nome não estava na lista de passageiros do voo. Então lá se foram mais duas horas em guichê de aeroporto tentando convencê-los de que sim, sou um humano e tinha passagem. Ao menos ganhei a poltrona mais espaçosa por causa da bagunça.

Essa situação, ao menos, fo mais leve do que na volta da mesma Goiânia da história de Barrichello, quando o voo foi cancelado e fiquei na fila esperando pela Azul me colocar em um hotel, enquanto um sósia do Fagner, lateral direito do Corinthians, tentou durante três horas xavecar uma moça atrás de mim contando histórias de como ele era um gênio incompreendido do futebol – com situações nas quais agrediu um técnico. 

O GRANDE PRÊMIO é um bom local de trabalho, mas a gente passa por cada uma…

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