F-Truck arma boicote e veta participação de pilotos na corrida de duplas da Stock Car
Pilotos da F-Truck receberam convites para participar da corrida de duplas da Stock Car, mas não receberam autorização da categoria de caminhões para aceitá-los. David Muffato foi exceção e recebeu autorização para a que será sua despedida da Stock Car
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A F-Truck vetou a participação de alguns de seus pilotos como convidados na corrida de duplas da Stock Car, no próximo dia 23 de março, em Interlagos. Entre eles estão Felipe Giaffone e o atual campeão Beto Monteiro.
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Giaffone foi convidado, na última semana, para correr junto do novato Felipe Fraga. Monteiro participaria da prova formando uma dupla nordestina com Valdeno Brito.
No caso do paulista, tratou-se do segundo veto: o primeiro partira da própria Stock Car, ainda no ano passado, impedindo que ele corresse com Max Wilson em Interlagos.
Com passagem pela Indy, Giaffone nunca correu na Stock Car para evitar um conflito de interesses: sua família, por meio da empresa JL, constrói os carros da categoria de turismo. E como ele é piloto de testes da construtora, a Vicar disse que ele só poderia participar como parceiro de um novato.
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O tempo passou, e Giaffone só foi pensar nisso novamente na última semana. Em Curitiba, foi procurado por Mauro Vogel e Gualter Salles, que o queriam ao lado de Fraga. Na hora, mostrou-se propenso a aceitar, mas, antes, foi consultar seu chefe de equipe, Renato Martins, e a F-Truck, apenas para assegurar que não teria problemas.
Ele ficou surpreso ao ouvir não da organização da categoria. “Disseram que tinham um problema com a Stock Car e não liberariam”, contou o piloto ao GRANDE PRÊMIO.
Giaffone não pretende levar o assunto adiante e vai acatar a decisão pensando em não criar problemas para sua equipe e seus patrocinadores. Além disso, não quer atrasar o planejamento da Vogel. “Como piloto, até compraria a briga”, afirmou. Mas discorda com a postura da F-Truck.
“Se o Renato falasse para eu não correr, estava no direito. Só que a categoria proibiu. A categoria não tem o direito de vetar. Se as equipes da Stock estão convidando, é porque acha que os pilotos da F-Truck têm capacidade de ir lá e andar bem. A organização da Stock nem sabe o que está se passando”, disse Giaffone. “Fiquei chateado, mas vou respeitar”, lamentou.
No Twitter, Salles demonstrou irritação com a negativa e criticou a presidente da F-Truck, Neusa Navarro Félix:
Convidamos o Felipe Giaffone pra fazer dupla com o Fraga, ele aceitou correr mas infelizmente a Dilma Rouseff da Formula Truck nao quer
— gualter salles (@gualtersalles) February 26, 2014
Mentalidade pequena essa,vai tirar a oportunidade de um piloto correr por se preocupar com o sucesso da Stock.Nao vai mudar nada pra ninguem
— gualter salles (@gualtersalles) February 26, 2014
A Stock vai continuar tendo sucesso assim como a Truck tbm, unico prejudicado vai ser o Felipe Giaffone
— gualter salles (@gualtersalles) February 26, 2014
O caso de Giaffone é semelhante ao de Monteiro, já que o pernambucano é piloto contratado pela Iveco. A marca já havia dado OK. O GP apurou que foi alegado um conflito entre patrocinadores: Petrobras e Shell – a última patrocina os carros da WA Mattheis na Stock Car. A Shell não se opunha. "A Iveco liberou. Também tive outros convites, mas a organização não deixou", falou Beto.
Acontece que nem todo mundo ouviu não da F-Truck. David Mufato, que está confirmado como piloto da DF para 2014, formará dupla com Fábio Fogaça no carro da Carlos Alves, que foi dele até a Corrida do Milhão do ano passado.
Campeão da Stock Car em 2003, Muffato vai ganhar, em Interlagos, uma festa de despedida. Ele explicou à reportagem que, quando foi convidado por seu ex-chefe para a prova de março, consultou o novo chefe, Djalma Fogaça. “Ele me disse que não tinha problema e só falou para consultar a F-Truck, que provavelmente eles pediriam algo por escrito. Fiz um pedido formal explicando os motivos e me responderam me autorizando a participar", relatou.
Até por causa disso, Djalma Fogaça não sabia que a F-Truck estava se opondo à presença de pilotos na corrida de duplas na Stock Car.
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A F-Truck poderia punir Giaffone, caso ele desobedecesse, com o pagamento da inscrição no campeonato. A taxa de entrada na categoria é de R$ 100 mil por prova, mas é fictícia: as equipes não precisam pagá-la desde que assinem um Contrato de Participação Esportiva. Ao GP, Felipe disse que, quando isso foi colocado na mesa pela F-Truck, recuou, pensando nas consequências que poderia gerar para a MAN/Volkswagen.
Já existiu, no regulamento da F-Truck, uma regra que impedia seus pilotos de correrem em outros certames. Essa exclusividade, porém, foi derrubada pela CBA.
Do outro lado, o mesmo já aconteceu. Foi em 2008: a Vicar proibia, por meio de um semelhante contrato de participação, que seus pilotos corressem em categorias não fossem exibidas por emissoras que não detivessem os direitos de transmissão. Em outras palavras, que não passassem na TV Globo ou seus demais canais. A CBA posicionou-se contra, ressaltando que não aceitava “qualquer tipo de restrição à carreira do piloto”. Acabou que o item foi deixado de lado antes do início do campeonato.
A F-Truck e a Stock Car foram procuradas pelo GRANDE PRÊMIO, mas não responderam até o fechamento desta matéria. Posteriomente, a F-Truck alegou que cobra exclusividade dos pilotos por três razões.
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