Ingo diz que chorou mais do que em 2008 e promete parar de vez: “Fechei duas vezes com chave de ouro”

Esta foi a última, mesmo. É o que promete Ingo Hoffmann após terminar a Corrida de Duplas da Stock Car em nono lugar. Se o choro foi maior até do que na aposentadoria, a sinceridade continuou a mesma

Ingo Hoffmann já avisou Rubens Barrichello: no ano que vem, será preciso convidar algum outro piloto. Para o Alemão, chega.

Aos 62 anos, seis depois de prometer nunca mais correr, ele retornou à Stock Car. O que o fez balançar foi o convite de Barrichello para a Corrida de Duplas, que ele não se arrepende de ter aceito. Mas a cobrança que ele faz sobre si mesmo é o principal motivo para ele não querer saber mais de competir.

De qualquer forma, ele ficou emocionado pelo resultado conquistado em Goiânia neste domingo (22): um nono lugar.

"Eu me cobro muito, não é legal para mim. Só eu sei o preço que paguei e voltei a pagar aqui. Fico num estado que é terrível", admitiu ao ser perguntado pelo GRANDE PRÊMIO após a prova.

Barrichello deixa o carro e Ingo entra (Foto: Miguel Costa Jr/Medley)

No sábado, Ingo foi mal no classificatório, e por causa disso Barrichello largou das últimas posições. Ainda assim, o atual campeão foi capaz de levar o carro até as redondezas do top-10.

"Nunca festejei tanto um nono lugar. Antigamente, chegava em nono e ficava puto da vida, porque foi fantástico. Jamais pensei que conseguisse andar deste jeito no final da corrida. Apanhei com o carro, bastante, e sou muito competitivo. Ontem, o Rubinho tentou me consolar inúmeras vezes, exijo muito de mim. Minha mulher fica louca. Eu nem jogo cartas em casa. Mas graças a Deus fechei com chave de ouro", comemorou.

Para comentar alguns aspectos do trabalho no fim de semana, não faltou sinceridade. Como, por exemplo, sobre a disputa com o campeão mundial de GT Laurens Vanthoor. "fiz uma cagada. Comecei a olhar no ritmo de corrida e falei 'o cara está chegando'. Suficiente para frear um pouquinho depois, sair da trajetória e ele me passar. Falta de ritmo de corrida. Cagada. Se estivesse no ritmo, jamais aconteceria", admitiu.

"Até tinha falado isso com a equipe, perdi a manha do bolo. A primeira vez que eu usei o push foi hoje, eu esqueci dele nos treinos. Não tinha essas modernidades no meu tempo", ressaltou.

Também reconheceu que não estava com a mesma coragem de outros tempos. "Eu tenho 62 anos. Não tenho mais, entre aspas, a 'porralouquice' de um moleque. Eu acho até que, se não tivesse parado de correr, estaria freando igual. Mas você fica seis anos parado, aquele nervo que vai lá embaixo não vai dar certo… Prefiro pecar pelo excesso de cautela do que de arrojo. E a idade, que você fica precavido", falou.

Sim, o nervo é aquele.

Mas, em termos de preparo físico, ele garante que aguentaria mais uma corrida.

Depois de tudo isso, não havia como não se emocionar. "Mesmo na volta final, quando eu me aposentei em 2008, não chorei como chorei agora", disse. Em 2008, ele foi terceiro na despedida em Interlagos. Em seis anos, perdeu seis posições.

"Feliz demais, demais, demais. Fechei minha carreira duas vezes com chave de ouro. Em 2008, quando fui ao pódio e disse que nunca mais ia correr. E agora fechando na nona colocação e correndo com ele, superfeliz. Estou até emocionado. Essa é a memória que quero levar para o resto da vida", concluiu.

E foi embora sorrindo.

RIVAIS E AMIGOS

Hockenheim, 2000. No dia em que Rubens Barrichello se consagrou ao vencer pela primeira vez na carreira, outro brasileiro viveu momentos bem mais tensos depois da prova. Ricardo Zonta trocou farpas com o então companheiro de equipe de BAR, Jacques Villeneuve, depois de uma colisão naquele GP fa Alemanha — com o canadense fazendo críticas pesadas ao então jovem brasileiro. 15 anos mais tarde, eles garantem: não foi nada demais.

 

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