Serra exalta “dez ótimos anos” com Red Bull, mas diz que é hora de mudar: “Estou seguro com a decisão que tomei”

A história da Red Bull como equipe na Stock Car se confunde com a de Daniel Serra. Foi em 22 de abril de 2007 que equipe e piloto, à época com apenas 23 anos, faziam sua estreia na principal categoria do automobilismo brasileiro, no ‘templo’ de Interlagos. Foi um fim de semana memorável, com pole-position no sábado e terceiro lugar no domingo. Daí em diante, o casamento seguiu dando bons frutos: dez vitórias, outras quatro poles e o quarto lugar em 2012 e 2013 como seus melhores resultados no campeonato.

 

Mas na esteira do divórcio de Angelina Jolie e Brad Pitt, o casamento entre Serrinha e a Red Bull também teve o fim decretado nesta semana. A marca das bebidas energéticas anunciou nesta sexta-feira (23) o fim de um vínculo de dez anos com o piloto paulista. Cacá Bueno e Felipe Fraga, ao contrário, renovaram até o fim de 2019. 

 

Para Serra, a relação com a Red Bull foi parte da sua vida, mas era chegada a hora de trilhar um novo caminho na Stock Car. Ao GRANDE PRÊMIO, o piloto, hoje com 32 anos, disse estar tranquilo com o futuro e avisou que deve anunciar seu destino para 2017 nas próximas semanas.

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“É bastante tempo. Entrei com eles de 22 para 23 anos, estou saindo dez anos depois. Era um cara que tinha muito a confiança deles, saí da categoria de acesso e entrei com eles para a Stock Car, fiz pole logo na nossa primeira corrida, então é uma parte da minha vida”, afirmou Serrinha nos boxes da Red Bull em Londrina nesta sexta-feira.

 

“Entrei um moleque, hoje tenho uma família, a empresa fez parte desse processo… É legal, mas acho que cada um tinha um caminho, e estou seguro com a decisão que eu tomei. Foram dez ótimos anos”, ressaltou.

 

Mas antes do fim do casamento com a Red Bull, Serra tem uma missão: lutar pelo título da Stock Car em 2016. Sua missão, porém, é hercúlea: Daniel soma 117 pontos, enquanto o líder, Felipe Fraga, está 46 à frente. Nada, contudo, que não possa ser revertido. O jogo ainda não está perdido, entende Serrinha.

 

“Vou encarar as próximas etapas o mesmo empenho e comprometimento de sempre. Estou em quinto no campeonato, realmente o Felipe está um pouco mais aberto na frente, mas estamos super próximos do segundo, são 13 pontos. Mas corrida é corrida, né?”, comentou o piloto taurino, ressaltando o bom trabalho, mas também a sorte do líder, Fraga.

“Ele tem essa diferença não apenas pela performance dele, mas porque todo mundo teve algum problema aqui e ali, e ele fez um campeonato redondinho até agora. Além de rápido, ele passou ileso por todas as corridas até agora. Então a gente tem de contar com a sorte para tirar essa diferença rápido. São nove corridas, sendo que a última é com pontuação dobrada, então tem bastante coisa ainda”, lembrou.

 

A carreira de Serra vai muito além na Stock Car. O paulista vem se dedicando mais tempo neste ano ao automobilismo norte-americano. No começo do ano, Daniel disputou as 24 Horas de Daytona e também as 12 Horas de Sebring, tradicionalíssimas provas do endurance ianque, pela Scuderia Corsa. Pelo time, Serrinha guia uma Ferrari 488 GTE na United SportsCar. Após a etapa de Londrina da Stock Car, o piloto embarca para os Estados Unidos para disputar outra prova no próximo sábado, 1º de outubro. O desejo do paulista é continuar alternando outro campeonato com a Stock Car em 2017.

 

“Acabando Londrina, vou para os Estados Unidos para fazer a última etapa do IMSA em Road Atlanta, Petit Le Mans. Já estamos começando a conversar com a equipe para o próximo ano, ver se vamos fazer o campeonato inteiro, ou fazer só o endurance esse ano. Mas a ideia é sim fazer outro campeonato e torcer para que as agendas não conflitem. O plano, mesmo, é fazer dois campeonatos”, concluiu.

 

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Por fim, Serrinha fez mistério sobre seu destino para 2017 na Stock Car: “Ainda não tenho nada definido. Estamos conversando com outras equipes, então espero anunciar meu futuro em breve”, despistou.

 

O destino de Daniel Serra para 2017 pode estar na RCM. A equipe, patrocinada pela Ipiranga e que hoje conta com Thiago Camilo e Galid Osman, é chefiada por André Bragantini. O experiente preparador contou ao GRANDE PRÊMIO que a ida de Serra para a equipe no ano que vem “é uma grande possibilidade”.

 

O GRANDE PRÊMIO acompanha ‘in loco’ o fim de semana da oitava etapa da temporada 2016 da Stock Car no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina.