Coluna 24 – Daytona, por Ozz Negri: Mais de 24 horas de pré-race!

Estou 100%? Diria que não. A musculatura da perna ainda não recuperou a força de antes, mas a verdade é que tudo caminhou tão bem que agora estou integrado na estratégia de forma plena, sem as limitações que eu pensei que teria.

O amigo leitor do Grande Prêmio pode se perguntar o que o pessoal das 24 Horas de Daytona fica fazendo desde o final do último treino livre, que terminou hoje às 14h30, até a corrida, que terá a largada neste sábado (26), às 18h30? Para facilitar o entendimento, todos esses horários são do Brasil. Aqui na Flórida, os relógios estão três horas atrás.

Gente, vocês não imaginam como tem trabalho para fazer nesse meio tempo! Isso acontece em três frentes muito distintas. A primeira delas é a técnica. Tudo tem de passar por uma enorme e detalhada revisão e muita coisa é substituída por peças novas. Numa prova de 24 horas, não dá para marcar bobeira. Então, tudo aquilo que a gente puder prever que pode dar problema, a gente tenta resolver antes. Não tenham dúvidas, acontece de tudo numa competição como essa, mas o que puder ser evitado já poderá representar um ganho.

Ozz Negri não terá limitações pela lesão na perna em Daytona (Foto: Divulgação)

O grupo técnico da Michael Shank é formidável. Um pessoal competente, muito técnico, compromissado com os objetivos do time e muito mais. É uma turma tão meticulosa que não se importa em passar a noite trabalhando numa solução. Aqui em Daytona isso não é possível, pois na hora de fechar a garagem até a polícia aparece para garantir o cumprimento do horário. Mas esse é o espírito do nosso pessoal, sempre participativo.

A outra frente é a estratégica. Temos trabalhado muito nesse aspecto desde o início das atividades e, como vocês sabem, a minha presença tinha de ser poupada por causa do meu pé. Acontece que eu, graças a Deus, consegui me recuperar em tempo recorde e me sinto melhor a cada vez que entro no carro. Estou 100%? Diria que não. A musculatura da perna ainda não recuperou a força de antes, mas a verdade é que tudo caminhou tão bem que agora estou integrado na estratégia de forma plena, sem as limitações que eu pensei que teria.

Isso representará para nós um ganho substancial. Com cinco pilotos no carro, o conjunto de informação fornecida para o pessoal técnico é muito grande e da melhor qualidade. Isso sem contar que as opções se ampliaram como alternativas para mudanças de última hora.

Como vocês sabem, no ano passado a vitória foi conquistada por Justin Wilson, A.J. Allmendinger, John Pew e eu. Agora temos o Marcos Ambrose, um reforço formidável que chegou tão somente para me ajudar. Agora, com a recuperação em estágio superavançado (nada de muletas e bota ortopédica), vamos os cinco para a briga com a maior vontade do mundo.

Nesse aspecto, o Michael Shank já montou a ordem para a prova. O largador será o Allmendinger, que fez o qualifying e garantiu a sexta posição no grid. Interessante que foi justamente nessa posição que largamos no ano passado, quando vencemos. Ele vai pilotar a primeira hora. Depois disso eu entro no carro para a segunda hora de pilotagem.

Depois que os outros três pilotos cumprirem seus turnos, voltaremos para a mesma ordem e eu deverei estar de volta ao carro, para mais uma hora, mais ou menos a meia noite aí no Brasil. Mas isso tudo não é uma ciência exata. Vários fatores podem influenciar, ao longo do dia/noite, para que a ordem seja mantida ou modificada, dependendo mesmo do andar da corrida.

Ainda naquela sequência dos três itens, o último é o promocional. Entrevistas, encontros com fãs, distribuição de brindes, recepção a parceiros e fornecedores, tudo acontecendo de maneira superorganizada e bem divertida.  Esse clima é a tônica de todas as nossas corridas, mas se potencializa na 24 Horas.

Amanhã, quando a corrida estiver em pleno andamento, eu volto aqui com a coluna do sábado. Eu nunca escrevi tantas colunas na minha vida e, para completar, durante uma corrida será a primeira vez. Vamos ver que bicho vai dar. Até lá!

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