Cúpula da Porsche pensa em deixar Mundial de Endurance e considera entrada na F1 e na F-E, revela revista

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Vencedora das 24 Horas de Le Mans nos três últimos anos, a Porsche considera mudar drasticamente os rumos das suas atividades no esporte a motor para um futuro próximo. De acordo com o jornalista Michael Schmidt, da revista alemã ‘Auto Motor und Sport’, a fábrica de Stuttgart pensa seriamente em deixar o Mundial de Endurance, ainda mais depois das incertezas sobre o regulamento da LMP1, e acena com a chance de ingressar na F1, como fornecedora de motores, ou na F-E. Talvez, até nas duas categorias em conjunto.

 

Um dos motivos que pode impulsionar a Porsche a entrar na F1 diz respeito ao novo regulamento dos motores que vem sendo discutido nos últimos meses. A expectativa é que o novo conceito das unidades de potência, menos custosas e com maior liberdade de desenvolvimento por parte das montadoras, entre em vigor a partir de 2021. Aston Martin, Lamborghini, Cosworth e a Ilmor também mostraram interesse e fizeram parte das reuniões promovidas pelo grupo de desenvolvimento de motores. A revista alemã revela que a Porsche também esteve na última reunião, realizada na semana passada.

Pesa em favor de uma eventual entrada na F1 o uso de tecnologias híbridas, que a Porsche desenvolveu bem e ajudou a levá-la ao sucesso no Mundial de Endurance. Além dos triunfos em Le Mans em 2015, 2016 e neste ano, a marca de Stuttgart, chefiada por Fritz Enzinger e Andreas Seidl, alcançou o título mundial nos dois últimos anos, desbancando a também toda-poderosa Audi. Depois de ganhar tudo, a Porsche considera, de acordo com a publicação, que não tem mais nada a ganhar no Mundial de Endurance.

 

No fim do mês, a Porsche vai reunir sua cúpula e definir sobre sua próxima estratégia para o esporte a motor nos próximos anos. Uma permanência no Mundial de Endurance não está descartada, mas uma mudança à F1 como fornecedora de motores é vista com bons olhos. A F-E também é analisada com carinho, ainda mais com a presença cada vez mais marcante das montadoras alemãs: a Audi se tornou a primeira equipe de fábrica a confirmar presença na próxima temporada, enquanto a BMW oficializou a parceria com a equipe Andretti. A Mercedes ainda tem chance de se tornar parte do grid da categoria dos carros elétricos no futuro.

 

Quanto ao WEC, a Porsche vai tomar sua decisão independente do que planejam seguir a Toyota, contra quem concorre entre as fábricas na LMP1, e a Peugeot, cuja possibilidade de retorno se aventa nos bastidores, mas não antes de 2019. Em Le Mans, por exemplo, apenas as duas marcas disputaram a prova na classe principal da corrida, enquanto a ByKolles foi a única equipe privada da LMP1.

 

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O texto publicado por Schmidt aponta que, depois de tantas glórias em Le Mans e no WEC, a Porsche só teria a perder no certame. Uma quarta vitória seguida em Sarthe não seria tão impactante do ponto de vista do marketing. De modo que a fábrica começa a olhar com atenção para novos desafios no esporte a motor.

 

A decisão sobre o futuro da Porsche no esporte a motor deve ser anunciada no início de setembro, pouco antes das 6 Horas do México, a quinta etapa a temporada do Mundial de Endurance.