Chuva, várias paralisações e um show de estratégia da Andretti. A primeira vitória em 2015 da tradicional equipe veio em uma corrida que sequer foi completamente realizada, mas que serviu para mostrar que, apesar da fase ruim, a Andretti é um time grande. Neste sábado (30), quem triunfou foi Carlos Muñoz que, além de grande tática, também fez excelente pilotagem e se manteve bem até quando andou de slicks em uma pista que começava a ficar molhada.
Foi a primeira vitória da carreira do talentoso colombiano, que já tinha batido na trave nas 500 Milhas de Indianápolis de 2013 e no GP de Houston de 2014, quando os pilotos da terra de Juan Pablo Montoya dominaram o pódio em vitória de Carlos Huertas.
A festa do time ficou completa com o piloto da família chegando na segunda posição. Marco Andretti também teve estratégia ousada, também guiou com slicks debaixo de uma leve chuva e só perdeu para o companheiro colombiano nas 47 voltas que foram disputadas. Em um começo de trabalho complicado na Penske, Simon Pagenaud optou por estratégia diferente da maioria do grid e foi terceiro.
Will Power terminou em quarto, seguido por Scott Dixon, da Ganassi. Helio Castroneves foi o sexto, Jack Hawksworth chegou em sétimo, Josef Newgarden foi oitavo. O italiano Luca Filippi terminou em nono, enquanto Montoya fechou o top-10.
Tony Kanaan se envolveu em incidente com James Jakes e Graham Rahal logo no início da corrida e abandonou após algumas tentativas para voltar à pista.
Carlos Muñoz venceu a primeira da carreira em Detroit (Foto: Chris Jones/IndyCar)
Confira como foi a corrida 1 em Detroit
Já perto da hora da largada, a direção de prova informou que a partida dos pilotos na corrida 1 seria antecipada para 16h30. Eram 16h25 em Brasília e os 23 carros já estavam na pista para as voltas de apresentação.
A largada veio quando os relógios marcavam 16h35 e com pista para lá de molhada. Mesmo assim, a expectativa era de chuva ainda mais forte durante a corrida 1 de Detroit.
A partida dos pilotos foi limpa, com os pilotos adotando posturas mais cautelosas nos metros iniciais. E aí Takuma Sato começou a dar show. O japonês logo partiu para cima de Juan Pablo Montoya e assumiu a terceira colocação.
Alguns metros para frente, o piloto da Foyt já colocava por fora e passava Helio Castroneves para ser segundo. Ainda na primeira volta, Sébastien Bourdais tomou o quarto lugar de Montoya.
A segunda volta veio e junto a pressão de Sato para cima de Power. Não tardou para que o arrojado piloto colocasse a Foyt na liderança da prova. Logo atrás, Montoya retomou com categoria o quarto lugar em cima de Bourdais, enquanto Scott Dixon trabalhava bem para já aparecer em sexto.
Tony Kanaan era o 12º quando a primeira bandeira amarela surgiu. Rodolfo González rodou completamente sozinho e foi o primeiro a encontrar o muro em Detroit. O pelotão do fundo foi em peso para os boxes atrás de uma estratégia diferente.
A relargada veio na volta 6, mas logo as bandeiras amarelas voltaram a tremular. Stefano Coletti colocou por dentro para passar James Jakes que, assustado, tocou no monegasco, em Kanaan, e foi com tudo na barreira de pneus. Ainda sobrou para Graham Rahal, que acertou Kanaan logo após o incidente.
Rahal abandonou na hora, Jakes e Kanaan ficaram com os carros bastante danificados, enquanto Coletti, aparentemente, seguia com o bólido em perfeito estado.
Ainda sob amarelas, a pista vinha secando consideravelmente. O top-10 era: Sato, Power, Castroneves, Montoya, Dixon, Bourdais, Simon Pagenaud, Stefano Coletti, Sage Karam e Tristan Vautier. Marco Andretti era o sexto, mas optou por escolher pneus para pista seca e, com a parada, foi para o pelotão do fundo.
E não foi só Marco que foi para o risco. Luca Filippi, Charlie Kimball e Conor Daly foram para os pneus de pista seca.
A bandeira verde voltou na volta 11. Com Andretti brigando com a pista no final do pelotão, Josef Newgarden mostrava toda sua destreza e assumia a nona colocação.
Sato já abria 2s4 para Power, enquanto Castroneves, Montoya, Dixon e Bourdais estavam juntos na briga pelo terceiro posto.
E a primeira vítima dos pneus para pista seca foi Kimball. Andretti acabara de escorregar quando o americano da Ganassi perdeu a traseira do carro e bateu com força no muro, danificando totalmente a parte de trás do #83.
Foi aí que os líderes resolveram seguir a iniciativa de Andretti. O americano já era décimo e mostrava que os slicks eram a melhor opção. Com todos nos boxes, o piloto do #27 tomou a dianteira, com Filippi em segundo, Hawksworth em terceiro, Daly em quarto e Coletti quinto. Ryan Hunter-Reay, Newgarden, Sato, Castroneves e Montoya fechavam o top-10.
A corrida recomeçou na volta 19. Enquanto Andretti disparava, Filippi e Hawks brigavam pela segunda posição – com o inglês levando a melhor. Coletti e Hunter-Reay foram bem e superaram Daly, deixando o americano para a briga com Newgarden.
E estava demorando para o Sato aprontar, né? Impaciente, o japonês acertou Newgarden e fez com que o americano acertasse o muro, saindo totalmente da disputa.
E a tradição de um bico trocado por corrida estava mantida por Sato. O japonês teve de ir aos boxes para tirar a peça que já havia ficado bastante avariada.
Com pedaços do bico de Sato na pista, pela quarta vez as amarelas eram acionadas.
Os pilotos voltaram a acelerar na volta 24. As primeiras colocações seguiram intactas. Novamente, Andretti largou bem e foi escapando na frente.
Vautier embicou no muro em disputa com Muñoz. Mas rapidamente saiu e não foi a Dale Coyne responsável pela bandeira amarela. Tal feito ficou para González, que reencontrou o muro e deixou um pedaço do carro no meio da pista.
Verde novamente no giro 28. Quem surpreendeu foi Daly, que não tomou conhecimento de Hunter-Reay e assumiu a quinta posição. Power também foi bem e tirou Bourdais do décimo lugar.
Tentando recuperar terreno, Sato logo se livrou de Chaves e Karam e, na mesma briga, o jovem colombiano acabou acertado por Jakes e ficou lento, causando nova paralisação, a sexta.
Confiando totalmente na previsão do tempo que apontava para chuva forte em poucos minutos, a Ganassi aproveitou a parada para chamar Dixon para os boxes e colocar intermediários no carro do neozelandês. A Penske fez o mesmo com Castroneves.
A verde voltou, Daly foi aos boxes e abriu caminho para Power voar para cima de Montoya e Hunter-Reay, fazendo duas grandes ultrapassagens.
Andretti teve um problema repentino, aparentemente na troca de marcha, e perdeu algumas posições. No entanto, logo voltou para segundo com os líderes indo para os boxes esperando a forte chuva prometida.
Até então líder, Power foi para os boxes e Andretti reassumiu a dianteira, trazendo na segunda posição o colombiano Muñoz.
Andretti mantinha a escolha de ficar na pista e ia ditando o ritmo da prova. Na volta 39, o americano tinha 33s de vantagem para Power, o quarto colocado e melhor dentre os que estavam de pneus para piso molhado.
Na volta 40, eram as Andretti que vinham comandando totalmente a prova. Marco estava 2s9 na frente de Muñoz, enquanto Pagenaud e sua Penske vinham 0s5 atrás.
Andretti e Pagenaud já estavam sem combustível e tiveram de parar. Muñoz ficou mais alguns giros, mas parou na 42ª.
Muñoz voltou com vantagem excelente para o vice-líder Andretti. A diferença entre os companheiros de equipe era de 21s9. Pagenaud, Power, Dixon, Castroneves, Hawksworth, Hunter-Reay, Filippi e Newgarden apareciam no top-10.
A chuva apertou na volta 46, mas Muñoz seguia ditando o ritmo na ponta. A vantagem para Andretti batia na casa de 28s, com apenas Pagenaud no mesmo minuto dos companheiros de Andretti.
Surgiu então a sétima bandeira amarela e toda a vantagem quilométrica da Andretti estava indo para o ralo.
Mas não tardou até que a bandeira vermelha aparecesse pela incidência de raios no autódromo. E ela veio quando Filippi apareceu embaixo da barreira de pneus.
A chuva seguia apertando e a direção de prova optou por finalizar a prova na volta 47. Melhor para a Andretti, que deu show de estratégia, e para Muñoz, que fez grande pilotagem para vencer a primeira na carreira. Depois do épico triunfo de Montoya nas 500 Milhas de Indianápolis na semana passada, Muñoz dá à Colômbia a segunda vitória consecutiva na Indy.
Indy, GP de Detroit, corrida 1, classificação final:
1 |
26 |
CARLOS MUÑOZ |
COL |
ANDRETTI HONDA |
47 voltas |
|
2 |
27 |
MARCO ANDRETTI |
EUA |
ANDRETTI HONDA |
+30.270 |
|
3 |
22 |
SIMON PAGENAUD |
FRA |
PENSKE CHEVROLET |
+32.361 |
|
4 |
1 |
WILL POWER |
AUS |
PENSKE CHEVROLET |
+1:18.607 |
|
5 |
9 |
SCOTT DIXON |
NZL |
GANASSI CHEVROLET |
+1:19.251 |
|
6 |
3 |
HELIO CASTRONEVES |
BRA |
PENSKE CHEVROLET |
+1:21.811 |
|
7 |
41 |
JACK HAWKSWORTH |
ING |
FOYT HONDA |
+1:23.197 |
|
8 |
67 |
JOSEF NEWGARDEN |
EUA |
CFH CHEVROLET |
+1:23.762 |
|
9 |
20 |
LUCA FILIPPI |
ITA |
CFH CHEVROLET |
+1:31.273 |
|
10 |
2 |
JUAN PABLO MONTOYA |
COL |
PENSKE CHEVROLET |
+1 volta |
|
11 |
14 |
TAKUMA SATO |
JAP |
FOYT HONDA |
+1 volta |
|
12 |
7 |
JAMES JAKES |
ING |
SCHMIDT PETERSON HONDA |
+1 volta |
|
13 |
28 |
RYAN HUNTER-REAY |
EUA |
ANDRETTI HONDA |
+1 volta |
|
14 |
11 |
SÉBASTIEN BOURDAIS |
FRA |
KV CHEVROLET |
+1 volta |
|
15 |
4 |
STEFANO COLETTI |
MCO |
KV CHEVROLET |
+1 volta |
|
16 |
8 |
SAGE KARAM |
EUA |
GANASSI CHEVROLET |
+1 volta |
|
17 |
19 |
TRISTAN VAUTIER |
FRA |
DALE COYNE HONDA |
+1 volta |
|
18 |
98 |
GABBY CHAVES |
COL |
BRYAN HERTA HONDA |
+1 volta |
|
19 |
5 |
CONOR DALY |
EUA |
SCHMIDT PETERSON HONDA |
+1 volta |
|
20 |
10 |
TONY KANAAN |
BRA |
GANASSI CHEVROLET |
+14 voltas |
NC |
21 |
18 |
RODOLFO GONZÁLEZ |
VEN |
DALE COYNE HONDA |
+22 voltas |
NC |
22 |
83 |
CHARLIE KIMBALL |
EUA |
GANASSI CHEVROLET |
+34 voltas |
NC |
23 |
15 |
GRAHAM RAHAL |
EUA |
RLL HONDA |
+42 voltas |
NC |
Relacionado
🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular!
Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.