Brown sugere diminuir grid para aumentar valor da Indy: “Corridas vão valer mais”

Zak Brown, CEO da McLaren, questionou se existe benefício em ter muitos carros e indicou que redução pode melhorar qualidade das corridas

CEO da McLaren, Zak Brown fará parte da força-tarefa montada para impulsionar o marketing da Indy. Com importante voz neste departamento, o dirigente já sugeriu uma série de pontos de melhoria para a categoria e agora indicou que seria benéfico reduzir os carros no grid.

Os indícios são grandes de que Brown vai ocupar posição de destaque no departamento, mesmo sem ter sido revelada quais serão suas funções específicas. Além do cargo diretivo na McLaren, o norte-americano se tornou notável no automobilismo por ser fundador da Just Marketing International [JMI], considerada a maior agência de marketing da modalidade.

Atualmente, a Indy possui 27 carros em seu grid na temporada 2024 e o número deve aumentar para, ao menos, 29 no ano que vem — a Prema anunciou que ingressará à categoria em 2025 com dois bólidos. Outras organizações também tem interesse no campeonato, como Abel Motorsports e Dreyer & Reinbold, que não escondem o desejo de expandir suas operações. Por enquanto, ambos times participam somente das 500 Milhas de Indianápolis.

Brown vai contra essa tendência e justifica que reduzir o grid aumentará o valor da categoria, assim como melhorará o espetáculo. Na visão do dirigente, o excessivo número de carros causa desnecessários acidentes e, por consequência, paralizações e intervenções do safety-car.

Zak Brown é CEO de todo grupo McLaren (Foto: McLaren)

“Precisamos limitar a quantidade de vagas e criar um cenário de mais demanda do que oferta. Escolha um número, tipo, 22 [carros]. Isso cria uma dinâmica onde as corridas da Indy vão valer muito mais por causa da alta procura e um negócio de mídia mais lucrativo. A restrição de vagas cria valor de franquia. Mais patrocinadores chegando fazem mais equipes quererem entrar. Então, acho que é isso que nós, como indústria, devemos olhar”, revelou.

“Precisamos ter certeza de que nos concentramos na qualidade. Acho que o show da Nascar não é pior por agora ter menos do que os 43 carros. Temos 20 na Fórmula 1, 27, 29 carros (na Indy). Foram muitas bandeiras vermelhas em Nashville, diversas amarelas em Laguna Seca. Temos de focar mais na qualidade do que na quantidade. Não acho que o fã preste muita atenção depois do 20º. Então, o que esses outros carros estão trazendo para a mesa além de muitas vezes bandeiras vermelhas?”, prosseguiu.

Desde que Roger Penske ratificou a compra da Indy, o desejo é recuperar relevância no mercado norte-americano antes de pensar em se internacionalizar. Recentemente, a categoria conseguiu importante vitória sobre a Nascar, que hoje ocupa a posição de principal categoria dos Estados Unidos, ao ter confirmada a realização do GP de Long Beach pelos próximos anos. Com isso, a Indy se manteve no mercado de Los Angeles, a segunda maior metrópole do país.

Enquanto tem destaque no lado oeste, Brown pediu atenção a banda oposta dos EUA, onde está Nova Iorque, maior cidade do país. Na parte leste, a Indy tem somente uma corrida, o GP de São Petersburgo, na Flórida.

Com 17 etapas, GP de St. Pete é o único na Costa Leste dos EUA (Foto: IndyCar)

“Acho que há muitas oportunidades de melhoria [no calendário]. Realmente precisamos estar na Costa Leste. Há duas coisas para aumentar o valor do esporte: gerar caixa e valor de franquia”, comentou.

Brown sugeriu mais corridas de rua ao calendário, um objetivo que a Indy tem no horizonte. O negócio pode não ser tão lucrativo de imediato, mas a proximidade com o público de grandes centros urbanos gera outros benefícios — como representar um valor de mercado tão alto quando da Fórmula E, exemplo citado pelo dirigente.

“Então, acho que investir em fazer corridas de rua pode não render lucro, até mesmo perder algum dinheiro, mas se pode melhorar a avaliação da Indy”, apontou.

“Se olhar para o que a Fórmula E vale, e eu não sei por qual número a Indy foi comprada – se você acredita nos rumores de US$ 300 milhões [cerca de R$ 1,6 bilhão] -, mas a Fórmula E está sendo negociada pelo dobro disso. Como todo respeito, eles não tem a história da Indy. Há muitas oportunidades de crescimento”, finalizou.

Indy retorna para a terceira etapa do campeonato neste final de semana, com o GP do Alabama, que será realizado entre os dias 26 e 28 de abril. O evento no Barber Motorsports Park tem cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

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