33 pontos atrás de Márquez, Rossi vê Yamaha sofrendo e nem quer pensar em título: “Não é inteligente”

A performance da Yamaha no GP a Áustria abalou a confiança de Maverick Viñales e Valentino Rossi. Terceiro e quarto na classificação do Mundial, respectivamente, os dois acreditam que, na situação atual, é difícil pensar em lutar pelo título.

 

Com o sétimo posto no Red Bull Ring, Rossi agora tem 33 pontos de atraso para Marc Márquez, que segue na liderança da MotoGP. Ciente das dificuldades da YZR-M1, o #46 acredita que não é hora de pensar em título.

“O Mundial está muito complicado, porque estamos a 33 pontos, mas também porque sofremos em muitos circuitos”, disse Rossi. “Não é inteligente pensar em ganhar o título quando você termina em sétimo”, ponderou.

 

O italiano alertou que a casa de Iwata precisa trabalhar para resolver a dificuldade com o desgaste excessivo do pneu traseiro, especialmente na comparação com as rivais.

 

“Desgastamos demais o pneu traseiro. Honda e Ducati podem ser rápidas sem desgastar o pneu traseiro, então temos de buscar melhoras mecânicas para solucionar esta questão”, defendeu. “Isso aconteceu já muitas vezes neste ano. Aqui nós gastamos mais o pneu traseiro do que no ano passado”, lembrou.

 

Ao contrário de Rossi, Viñales e Márquez, Andrea Dovizioso conseguiu completar o GP da Áustria ― e vencer ― calçando a Desmosedici com um pneu traseiro macio. Na visão do #46, isso se deve à performance do protótipo Ducati.

 

“No caso de Dovi, é devido à moto, porque ele pilota como a gente, mas a Ducati estressa menos o pneu traseiro”, explicou. “Creio que devemos melhorar eletrônica e mecanicamente, e isso deve ser solucionado no Japão”, avisou.

 

Depois de liderar parte do campeonato, Viñales caiu para a terceira colocação pela primeira vez no ano, abrindo 24 de atraso para o líder. Atrás de Johann Zarco na corrida em Spielberg, o #25 admitiu que também não entende como o time de fábrica pode ser superado pela satélite Tech3.

“Isso é algo estranho, especialmente porque [Zarco] foi bem e nós não. Ele acelerava mais e dava para ver isso. Não creio que seja uma questão de pneus, mas do nosso acerto. Está claro que nós fazemos algo errado”, reconheceu. “Eu também me pergunto: ‘Como as Tech3 podem nos vencer?’. De qualquer forma, ele terminou a 7s da vitória, então não é nossa referência. Assim não dá para lutar por um Mundial, ficando em sexto”, desabafou.

 

Incomodado desde o início com a mudança de chassi, Viñales avaliou que é hora de parar de trocar e focar o desenvolvimento da moto em uma única peça. 

 

“Pode ser que tenhamos de parar de mudar de chassi, nos concentrarmos em um e melhorar a moto. Não está nas minhas mãos, estamos trabalhando com a Yamaha. Com Dani [Pedrosa] atrás de mim, eu me dei conta que a Honda nos supera muito em aceleração”, relatou. “Me sinto no máximo mentalmente e de pilotagem, mas a parte da moto não vai. Até que não encontremos o motivo, será difícil melhorar as posições que estamos conseguindo. Temos de seguir motivados e sair deste momento ruim que não entendemos como nos metemos”, terminou.

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