Ferrari propôs introdução de motor V8 biturbo de 1000 cavalos para temporada 2017, diz revista
A Ferrari gostaria de introduzir um motor V8 biturbo de 1000 cavalos, segundo a revista alemã ‘Auto Motor und Sport’, com a Red Bull simpática à ideia. Para conter custos, turbocompressor seria padrão, mas a Mercedes é contra
Nas reuniões realizadas pela FIA e as montadoras do Mundial de F1 para falar a respeito das unidades de força, durante o mês de janeiro, a Ferrari propôs a introdução de um motor V8 biturbo, chegando aos 1000 cavalos de potência, na temporada 2017 — prazo com o qual se trabalha para promover uma mudança no regulamento técnico da categoria. A informação é da revista alemã ‘Auto Motor und Sport’.
De acordo com a publicação, a equipe italiana sugeriu que a nova unidade de força tenha capacidade de 2,2 L e 17 mil rpm, sem o MGU-K, mas com Kers e turbocompressor padronizados para todas as equipes.
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Tal fórmula também solucionaria a questão do barulho dos carros, bastante impopular ao longo de 2014.
Enquanto a Red Bull, parceira da Renault, acena com a possibilidade, a Mercedes é contrária — especialmente com relação ao último item. A marca defende que o turbocompressor seja construído pelas próprias montadoras, até porque possuem tecnologia suficiente para tal.
A Honda, que entra na F1 neste ano, também está disposta a encarar uma mudança nas regras já dentro de um prazo de duas temporadas.
O desejo é que o preço destas novas unidades de força não passe de € 10 milhões (cerca de R$ 30 milhões), algo que incomoda todas as montadoras. Os V6 turbo que estrearam no ano passado chegaram a custar mais que o dobro disso — até R$ 60 milhões quando entraram em uso, mas a conversão do real para o euro subiu desde então.
Discussões a respeito do assunto têm se intensificado nas últimas semanas. E o desejo de mudança vem de várias partes. Niki Lauda, presidente não-executivo da Mercedes, fez críticas ao atual conceito da F1 e cobrou que os carros voltem a ser desafiadores e difíceis de guiar. "A F1 precisa ser mais rápida e difícil, como já foi", disse. Maurizio Arrivabene, chefe da Ferrari, afirmou que a categoria necessita de uma revolução para retomar o crescimento e reconquistar os fãs, bem como de carros "que deixem o cabelo em pé" e cujo som pareça "uma banda de heavy-metal".
A Renault tem grandes planos para 2015. A fabricante francesa espera reduzir pela metade a diferença que ainda possui para a campeã Mercedes e traça como meta a conquista de "pelo menos cinco vitórias na temporada" que começa em março, no Albert Park, na Austrália. No ano passado, a fornecedora enfrentou diversos problemas com a nova unidade de força. Mesmo assim, fechou o campeonato com três triunfos, todos pelas mãos de Daniel Ricciardo, com a Red Bull.