GUIA 2024: Bearman, Martins, Bortoleto… Quem promete brilhar na peneira da F2 para F1
A temporada ainda nem começou, mas candidato na Fórmula 2 para colocar um tempero a mais na silly season da F1 é o que não falta. Confira quem larga na frente e quem pode surpreender
2024 será um ano bastante importante para a Fórmula 2 graças à nova geração de carros que estreou durante os testes da pré-temporada, realizados de 11 a 13 de fevereiro, no Bahrein. Mas além da expectativa de corridas mais acirradas por conta das significativas mudanças na aerodinâmica, o campeonato tem tudo para colocar um tempero a mais na silly season da Fórmula 1 2025, e candidatos dispostos a puxarem essa fila é o que não faltam, de veteranos como Oliver Bearman a talentosos novatos encabeçados por Gabriel Bortoleto e Andrea Kimi Antonelli.
Mas dos 22 pilotos que estarão no grid, quais são os que realmente podem sonhar alto com o passaporte para a principal categoria de monopostos do automobilismo mundial? Claro que ainda é muito cedo para qualquer tipo de prognóstico, mas é possível apontar quem larga em vantagem pelo que se viu em 2023. Nesse grupo, dois nomes são mais proeminentes, a começar por Bearman, que fez uma estreia muito sólida com a Prema, com destaque para a rodada quase perfeita no Azerbaijão, em que somou 38 dos 39 pontos disponíveis. O britânico só não foi o novato do ano porque marcou menos pontos que Victor Martins.
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O francês, aliás, conseguiu se redimir do início muito errático, sendo peça determinante no título de equipes da ART ao lado do campeão de 2023, Théo Pourchaire. Arrojado e muito veloz em classificações, Martins teve de dosar o ímpeto nas corridas para atingir a regularidade que era necessária para vencer a Prema no campeonato. No final, o campeão da Fórmula 3 2022 ainda venceu o duelo particular contra Bearman na tabela.
Tanto Victor quanto Oliver são naturais candidatos na briga pelo título, porém o histórico dos últimos três campeonatos comprova que nem mesmo o caneco dá garantias de vaga na F1. Consideremos, então, as academias às quais cada um pertence: do lado de Bearman, haveria chances na Haas, cliente da Ferrari, já que a atual dupla tem contrato que vence ao final deste ano, e o time americano parece disposto a uma nova linha de pensamento. Dar uma chance ao piloto da Prema, na verdade, não seria nenhum absurdo, pois a impressão deixada por Bearman nos treinos livres em que participou no ano passado foram muito positivas.
Martins provavelmente será uma das escolhas da Alpine para andar em algum treino livre da F1 este ano, já que a prioridade em 2023 foi Jack Doohan. O cenário para o jovem de 22 anos, todavia, parece um pouco mais complicado, primeiro levando em conta os problemas internos da base em Enstone, mas também porque a dupla formada por Esteban Ocon e Pierre Gasly está longe de ser ruim — na verdade, a Alpine hoje é um problema muito maior para os pilotos do que o contrário.
Quem também pode surpreender e roubar a cena é Zane Maloney, que foi bem nos testes coletivos, liderando dois dos três dias de sessões. Agora veterano, terá uma missão das mais interessantes: embaralhar os planos da Sauber, que até então tinha apenas Pourchaire como candidato à novato na F1 no futuro. O talentoso barbadiano deixou o Red Bull Junior Team e passou a integrar a academia suíça este ano, portanto se repetir o feito do colega, pode ser mais um a entrar no radar.
Isack Hadjar e Jak Crawford também merecem atenção especial, o primeiro por ser claramente o preferido de Helmut Marko para ocupar um dos assentos da RB, ex-AlphaTauri. Ao lado de Josep María Martí, o francês vai representar a academia taurina no grid da F2, mas terá de fazer mais que o apresentado em 2023 para justificar uma eventual chance.
Crawford, por sua vez, foi mais um a deixar Milton Keynes e agora faz parte do programa da Aston Martin. Para 2023, a intenção do time de Silverstone é colocar o americano para andar com o AMR22, como parte do programa de testes privados que são comuns para o piloto adquirir quilometragem com F1. Mas é o mesmo caso de Maloney: se houvesse uma vaga, a não ser que dominasse a F2 2024 de forma avassaladora, não seria Crawford a escolha do time chefiado por Lawrence Stroll.
E tem também Enzo Fittipaldi, pronto para disputar sua terceira temporada na F2. O brasileiro é o que parece mais combinar com o popular ditado ‘nada a perder’, e é justamente por talvez não ter mais tanto o foco sobre si que pode se destacar entre os demais. Ao menos os testes mostraram que houve um entrosamento bom com a Van Amersfoort, equipe em tese menor, mas que tem muito a ganhar com a experiência do brasileiro. Se será suficiente para chamar a atenção de alguma equipe da F1, só o tempo dirá.
Entre os novatos, um que quer deixar de vez de ser promessa é Bortoleto. O título na F3 no ano de estreia foi embalado por elementos que sempre são importantes a um piloto, sobretudo a frieza na hora de priorizar pontos. Mesmo assim, não deixou de ser combativo quando necessário e chamou a atenção da McLaren, mas F1 é algo que deve começar a surgir para o brasileiro a médio e longo prazo, pois os contratos atuais em Woking são longos.
Há também nomes como Martí, Franco Colapinto e Zak O’Sullivan, e no caso dos dois últimos, o vínculo com a Williams é o que torna a disputa interna interessante de se acompanhar. Logan Sargeant permaneceu no grid da F1 em 2024 por um milagre, porém é difícil pensar que o mesmo aconteça para 2025, portanto o time inglês pode considerar seriamente mais um novato, caso um dos dois se saia bem — se não para o ano que vem para não repetir o erro cometido ao subir Sargeant precocemente, certamente para 2026.
A verdade é que de todos os pilotos, o que está quase colocando um pé no grid é aquele que sequer passou pela F3: Antonelli. Pupilo da Mercedes e claramente sendo preparado para uma subida a curto prazo, o italiano de 17 anos é a bola da vez no mercado de pilotos após a surpreendente decisão de Lewis Hamilton de deixar o time de Brackley e mudar para a Ferrari no ano que vem. Claro que será preciso esperar ao menos as primeiras rodadas, pois muito do que se sabe sobre Antonelli é ainda inconsistente para cravá-lo como novo fenômeno. Mesmo assim, tem seu lado bom ver uma equipe como a Mercedes realmente determinada a investir na base. Foi assim com George Russell e deu muito certo.
O GRANDE PRÊMIO acompanha a temporada 2024 da Fórmula 2, que começa neste final de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, no Bahrein.
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