Coluna 24 – Daytona, por Ozz Negri: De olho no restante do campeonato!

Por falar em coração, o meu tem um lugar reservado e especial para o A.J. Allmendinger, Justin Wilson, John Pew e Marcos Ambrose. Esses caras são brothers, mesmo, daqueles que vão fundo no compromisso intenso

Ontem à noite, enquanto estávamos na estrada em direção a Miami, eu praticamente passei o tempo todo ao telefone. Com minha filha Ana Cláudia ao volante, quase não dei conta de tantos telefonemas e mensagens de cumprimentos depois do terceiro lugar nas 24 Horas de Daytona. Impressionante a quantidade de parabéns que recebi não somente pelo pódio, mas também por causa de tudo aquilo que aconteceu comigo.

Naquela correria toda depois da corrida, com pódio e entrevistas, as pessoas chegavam até a mim com um sorriso no rosto e festejando junto com a gente, como se fizessem parte da equipe. Eu percebi que, de fato, muitas delas de certo modo faziam parte mesmo, pois viveram conosco os dramas que rechearam a rotina da Michael Shank nos últimos dias.

Oswaldo Negri Jr. terminou em terceiro em Daytona (Foto: Grand-Am)

Foi gente que sofreu com a gente quando eu me machuquei, acompanhou toda a rotina do tratamento, vibrou com os avanços da recuperação, sofreu quando o A.J. Allmendinger precisou parar ainda na primeira hora com problemas na suspensão, aplaudiu cada volta de desvantagem que era descontada, lamentou aquele incidente do finalzinho quando o A.J. disputava a ponta e, por fim, gritou de alívio e alegria com o pódio. Então, por tudo isso, acho que a equipe do Michael Shank nunca teve tantos membros espalhados por todos os cantos. Não, obviamente, membros efetivos, mas me refiro aos membros de coração.

E por falar em coração, o meu tem um lugar reservado e especial para o A.J., Justin Wilson, John Pew e Marcos Ambrose. Esses caras são brothers, mesmo, daqueles que vão fundo no commitment, que é aquele compromisso intenso. No caso deles, isso não foi visto apenas na área técnica, na expertise extraordinária de cada um como pilotos ótimos que são. Isso foi além, indo também para o campo pessoal e contribuindo para aquele grupo de trabalho se tornasse ainda mais, além do que já é, uma verdadeira família. 

A começar pelo Michael, recebi toda a atenção que era possível, e a grande pressão que eu senti foi a minha própria, pois fiquei super à vontade para ir até aonde eu pudesse, sem que isso prejudicasse o trabalho de recuperação que tinha feito até então. E nesse contexto eu incluo a Cláudia, a Ana e a Nathalia. Não sei como elas me aguentaram durante esse tempo. Aposto que fui um cara bem ranheta, mas elas seguraram as pontas e me deram um suporte que dinheiro nenhum do mundo paga.

Nesta segunda-feira já fui ao fisioterapeuta e tenho a mais absoluta certeza que para a segunda etapa da Grand-Am, no Texas, estarei com a musculatura da perna direita reforçada e sem qualquer limitação. Espero que vocês acompanhem o campeonato porque a categoria é demais, aquele final de corrida maluco de Daytona acontece com grande frequência ao longo do ano, e basta consultar o calendário para ver que a gente corre em uns lugares muito legais.

Agora, no dia 1° de março, vamos correr no Circuito das Américas, em Austin. É a mesma pista da F1. Depois dessa vamos para  Barber, Road Atlanta, Detroit, Mid-Ohio, Watkins Glen, Indianápolis, Road America, Kansas, Laguna Seca e Lime Rock. É ou não é um calendário de dar água na boca?

Com essas palavras eu encerro a minha cobertura das 24 Horas de Daytona para o Grande Prêmio. Quero dizer que adorei a oportunidade e agradecer todo o pessoal do site. Realmente, não vou mudar de profissão, vou continuar piloto, mas espero que vocês tenham gostado. Abraço apertado, muito obrigado e tenham certeza que muito da energia positiva que eu recebi esse tempo todo, para superar a contusão, veio aqui dos leitores do Grande Prêmio.

Até qualquer hora dessas!

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