Ferrari apresenta pintura de hipercarro para disputa do WEC em 2023

A Ferrari aproveitou a tarde desta sexta-feira (29) para anunciar o modelo que será usado pela equipe na disputa do WEC 2023, quando a tradicional escuderia de Maranello retornará ao Mundial de Endurance como time de fábrica pela primeira vez desde 1971. O 499P irá competir entre os hipercarros, os mais potentes presentes no grid da categoria.

Chefe da operação da Ferrari no endurance, Antonello Colleta destacou a importância do novo regulamento do WEC para a entrada da equipe, que valoriza a tradição de fabricar as próprias peças de seus carros. Segundo o dirigente, os italianos passaram a considerar a ideia de retornar à disputa quando perceberam que os custos seriam menos elevados.

“Escolhemos esse momento porque depois de muitos anos, as regras mudaram”, admitiu Colleta. “Nos sentamos à mesa no primeiro dia de discussões com FIA, ACO e IMSA. E percebemos que a Ferrari tinha a chance de criar 100% de seu carro, com um orçamento menor do que no passado”, explicou.

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“Escolhemos os hipercarros porque para a Ferrari, é importante fabricar o carro e todas as suas peças”, destacou. “A Ferrari é uma construtora, fabricante de carros, e nossa filosofia é criar os carros. Isso é um manifesto à tecnologia da Ferrari, e por esse propósito, precisamos criar 100% dos carros”, completou.

Atualmente, quatro equipes fazem parte da disputa entre os hipercarros do WEC. Na liderança, o trio da Toyota — Brendon Hartley, Ryo Hirakawa e Sébastien Buemi — e o da Alpine — André Negrão, Matthieu Vaxivière e Nicolas Lapierre — estão empatados em 121 pontos. Além dos dois times, Glickenhaus e Peugeot também fazem parte do grid.

A Ferrari já confirmou os números de seus dois carros para o ano de estreia — #50 e #51 —, mas ainda não tem seu trio anunciado. A equipe adiantou, entretanto, que vai buscar os nomes entre os pilotos que já possui, e Alessandro Pier Guidi, Nicklas Nielsen, James Calado, Antonio Fuoco, Miguel Molina e Davide Rigon — todos pilotos que já correm pela equipe em carros de turismo — participaram dos testes com o protótipo, que já rodou mais de 12 mil km para coleta de dados.

“A pressão é alta, e a expectativa também é muito alta quando a Ferrari está envolvida — você espera que ela esteja no nível máximo”, admitiu Pier Guidi, que já corre na categoria LMGTE Pro do WEC pela AF Corse, ligada à Ferrari. “Nós também esperamos estar em alto nível, mas todos sabemos o quanto será difícil”, ressaltou.

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“Marcas como a Toyota já estão envolvidas por dez anos nesse tipo de protótipo”, reconheceu. “Então, não somos estúpidos — sabemos que todos estão fazendo um excelente trabalho, e será difícil competir contra eles. Então, é para isso que precisamos forçar ainda mais do que já estamos fazendo e tentar não deixar nada para trás”, concluiu.

Além de marcar o retorno da tradicional escuderia, o 499P carrega algumas características simbólicas para a história da Ferrari. O número 50 se refere aos 50 anos desde que a Ferrari se envolveu pela última vez no mundo do endurance de alto nível, enquanto o 51 já esteve em outros carros vencedores na história da equipe. Além disso, a própria pintura do carro foi feita para lembrar o 312P, modelo que representou o time italiano em sua última participação no endurance, em 1971.

A Ferrari foi uma força dominante nas 24 Horas de Le Mans durante a primeira metade da década de 60, emendando vitórias consecutivas entre 1960 e 1965. No entanto, a edição de 1965 representou o último triunfo como equipe de fábrica, com o trio formado por Jochen Rindt, Masten Gregory e Ed Hugus. Seis anos depois, após domínio da Ford e a entrada da Porsche, o time italiano optou por se retirar da disputa.

A primeira experiência oficial do novo 499P na pista será no primeiro trimestre do ano que vem, como parte do “Super Sebring” do WEC — que terá o Prólogo entre 11 e 12 de março e a primeira etapa da temporada, as 1.000 Milhas de Sebring, no dia 17.

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