Toyota pede revisão das regras com LMP2 mais rápidos que hipercarros em Spa. WEC nega

A temporada 2021 do Mundial de Endurance começou com polêmica antes mesmo de ter início de fato. No prólogo realizado nesta semana em Spa-Francorchamps, palco da primeira prova do calendário, os LMP2 mostraram ser mais rápidos até que os novíssimos hipercarros da Toyota. Cenário que vem provocando discussão no paddock

Volta em Mônaco com Hesketh 308 guiada por Jean-Denis Delétraz (Vídeo: Reprodução)

Os LMP2 estão mais rápidos que os novíssimos hipercarros neste princípio de temporada do Mundial de Endurance. Este foi, pelo menos, o cenário refletido neste começo de semana no prólogo, os testes coletivos preparatórios antes da abertura do campeonato com as 6 Horas de Spa-Francorchamps, prova que acontece neste sábado. Pelas novas regras, os hipercarros foram concebidos para serem cerca de 5s mais lentos que os antigos LMP1. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e o ACO (Automóvel Clube do Oeste), responsáveis pelo regulamento do WEC, também providenciaram mudanças para tornar os LMP2 mais lentos, tudo com o objetivo de manter os hipercarros como os modelos mais rápidos na pista. Mas a estratégia não funcionou, o que vem provocando chiadeira no paddock do circuito belga.

A Toyota, primeira marca a desenvolver os novos hipercarros, batizados como GR010 Hybrid, mostrou insatisfação com a situação curiosa que ocorreu no prólogo e que deve persistir a partir dos treinos livres para as 6 Horas de Spa-Francorchamps, nesta quinta-feira.

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A Toyota foi superada pelos LMP2 no prólogo do WEC em Spa (Foto: Toyota)

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Em três das quatro sessões de testes coletivos nesta semana, os LMP2 foram mais rápidos que os hipercarros. Apenas na quarta sessão, quando Sébastien Buemi acelerou em ritmo de classificação, é que a Toyota andou na frente, mas com margem muito pequena: 2min04s669 como melhor tempo, somente 0s205 mais rápido que o LMP2 da United Autosports pilotado naquela ocasião pelo luso Filipe Albuquerque.

No combinado dos tempos dos dois dias de atividades, a melhor marca ficou com o LMP2 da G-Drive Racing, o Aurus-Gibson pilotado por Nyck de Vries, que cravou 2min04s168 na sua melhor passagem. Buemi, com a Toyota, foi apenas o quarto mais rápido no geral.

Pelo regulamento, como forma de tornar os LMP2 mais lentos que os hipercarros, os protótipos tiveram aumento no peso mínimo, redução de potência e uso obrigatório dos pneus mais duros da GoodYear, a fornecedora única para a categoria. Para completar, também é mandatório que os protótipos usem o acerto de baixo downforce que é usado nas 24 Horas de Le Mans em todas as corridas da temporada. Mesmo assim, os LMP2 abriram a temporada mais rápidos que os hipercarros da Toyota.

Em entrevista veiculada pela revista britânica Autosport, Pascal Vasselon, chefe da Toyota, deixou clara a sua insatisfação. “O objetivo é ter o hipercarro como a categoria mais rápida, isso é claro: até onde eu sei, isso não está em questão. Claramente, não era o objetivo ter o LMP2 rodando mais rápido que os hipercarros. Estou tentando dizer que houve uma vontade clara de corrigir isso. A única coisa é que a regra deve ser revista”, pediu o dirigente.

Quando questionado sobre quais regras teriam de ser revistas, contudo, Vasselon desconversou. “Isso é uma pergunta para o ACO e a FIA, não posso responder”. Da mesma forma, o chefe da Toyota entende não haver margem para uma mudança de última hora nos hipercarros, como um aumento de potência, em cenário válido já para este fim de semana. “Pode haver a possibilidade de correr com mais potência, mas estaríamos em território desconhecido. Não é algo que aplicaríamos a um prazo muito curto”.

Em que pese a insatisfação da Toyota, FIA e ACO avisam que nada muda por enquanto. Quem garante é o diretor-técnico do Automóvel Clube do Oeste, Thierry Bouvet. “Os elementos de parâmetro para os hipercarros seguirão inalterados. Vamos publicar um novo Balanço de Performance em breve. Você vai ver somente algumas mudanças para corrigir alguns erros, portanto, não são muitas alterações”.

“Fizemos muitas simulações durante um ano e meio com os fabricantes envolvidos. E não devemos jogar todo esse trabalho na lata do lixo”, bradou.

Bouvet falou sobre o motivo de as regras para reduzir a performance dos LMP2 não terem surtido o efeito desejado ao menos durante o prólogo em Spa.

“As mudanças que fizemos no LMP2 parecem enormes, mas quando passamos para o exercício de comparar os traços de velocidade do prólogo, dos treinos livres do ano passado e também de 2019, foi incrível ver como estava tudo muito próximo. O kit [aerodinâmico] de Le Mans está compensando a maior parte da redução de potência. As velocidades máximas ao fim da reta são quase idênticas”, disse.

Com toda a polêmica em torno da proximidade de performance entre os hipercarros e os LMP2, a programação para as 6 Horas de Spa-Francorchamps começa nesta quinta-feira com o primeiro treino livre. Ao todo, 34 carros estão inscritos nas quatro classes em disputa: Hipercarros, LMP2, LMGTE-Pro e LMGTE-Am. A prova que abre a temporada 2021 do WEC tem largada no próximo sábado, a partir de 8h30 (de Brasília).

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