WEC recebe negativa de equipes e fica longe de exigir trios nos hipercarros em 2025
Mudança no regulamento poderia provocar verdadeiro caros no mercado de pilotos ainda em 2024, mas não foi bem recebida pelas equipes que disputam o Mundial de Endurance
A proposta para obrigar conjuntos de três pilotos na categoria hipercarros do Mundial de Endurance (WEC) a partir de 2025 não foi bem recebida pelas equipes e perdeu força nos bastidores. A ACO, proprietária do principal campeonato de endurance do automobilismo, sugeriu que conversas poderiam definir essa alteração no regulamento a partir do ano que vem, mas a mudança não deve acontecer. Vale lembrar que a LMGT3 possui essa exigência, com as formações necessitando de um piloto com licença platina ou ouro, um prata e um bronze.
“Eu ficaria surpreso se houvesse uma mudança. Parece que a maioria dos fabricantes é contra a imposição de uma nova regra”, afirmou Vincent Vosse, chefe da WRT, que opera os hipercarros da BMW, à revista inglesa Autosport.
Atualmente, nas provas de até seis horas, não existe essa exigência na LMDh. Desta forma, a Ganassi, que opera o hipercarro da Cadillac, optou por ter somente a dupla Alex Lynn e Earl Bamber, adicionando um terceiro piloto nas provas mais longas — já utilizou Sébastian Bourdais, Scott Dixon e Álex Palou.
A possível mudança de regulamento, porém, poderia provocar um verdadeiro caos no mercado de pilotos. Durante o campeonato de 2024, as 6 Horas de Spa-Francorchamps conflitaram com a rodada dupla Fórmula E em Berlim, além da etapa de Laguna Seca do IMSA SportsCar. Por exigência de contrato, alguns pilotos correram no Mundial de Endurance, enquanto outros competiram no campeonato de carros elétricos ou na disputa da categoria norte-americana.
Na prova belga, o #12 da Jota venceu a corrida com Callum Ilott e Will Stevens, enquanto Norman Nato competia na Alemanha. O time optou por disputar em dupla na terceira etapa do WEC e abusou de Ilott, que esteve ao volante por cerca de 75% das voltas em Spa-Francorchamps. No mesmo evento, o Proton #99 teve somente Julien Andlauer e Neel Jani, pois Harry Tincknell tinha compromisso em Laguna Seca.
Caso o WEC obrigue as composições em trios, o mercado de pilotos pode se tornar ainda mais agitado nessa segunda metade de ano, seja com as equipes exigindo contratualmente a prioridade ao Mundial de Endurance — o que respinga nas demais categorias — ou acionando reservas para os conflitos de datas.
Jonathan Diuguid, diretor da Porsche Penske, citou os efeitos que isso poderia causar para as equipes da categoria.
“Isso criaria muita complexidade nos regulamentos. Levamos um piloto reserva em algumas corridas, mas não em todas. No momento, se um de nossos pilotos adoecesse, poderíamos passar o fim de semana [com dois]. Se começarmos a exigir três pilotos, isso começará a causar problemas, especialmente com conflitos de eventos em que não podemos ter um piloto reserva”, explicou o dirigente. “Além disso, esses carros são complicados de pilotar, então não queremos colocar pilotos que não estejam bem preparados. Não gosto de usar a palavra com “S” — segurança — mas isso é algo necessário e que se enquadra neste nível”, emendou Diuguid.
“A solução que encontramos em Spa foi um bom compromisso e gostaríamos de manter os regulamentos iguais”, explicou Olivier Jansonnie, diretor da Peugeot.
“Se você tem três pilotos e algo acontece com um deles, você sempre pode fazer a corrida com apenas dois. Estamos nos esforçando para manter as regras como estão”, finalizou.
A próxima etapa do WEC é daqui dois finais de semana. Estão agendadas para o dia 15 de setembro as 6 Horas de Fuji, no Japão. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as emoções da sétima etapa da temporada 2024.
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