5 coisas para ficar de olho nos testes de pré-temporada da F1 2025 no Bahrein
A primeira oportunidade de observar os carros da F1 2025 na pista será nesta quarta-feira, com o início dos testes coletivos de pré-temporada, no Bahrein. Confira cinco coisas para ficar de olho ao longo dos três dias no Circuito de Sakhir
Os lançamentos das pinturas dos carros já foram feitos, as trocas no grid concluídas e, enfim, tudo está pronto para o início de mais uma edição da F1. Antes da etapa inaugural, no dia 16 de março, na Austrália, pilotos e equipes desembarcam em Sakhir, no Bahrein, para os testes coletivos de pré-temporada, entre quarta (26) e sexta-feira. Em um ano cheio de novidades — da estreia de novatos ao retorno do Brasil ao grid, passando por uma nova etapa na carreira de Lewis Hamilton —, o próximo campeonato promete entregar muito antes da revolução técnica que virá em 2026.
Durante três dias, todas as equipes terão direito a dois períodos na pista: o da manhã, entre 4h e 8h, e o da tarde, entre 9h e 13h, sempre no horário de Brasília. No total, serão 24h de carros na pista, em que cada equipe definirá o próprio cronograma.
Essa será a única oportunidade para que as equipes façam os últimos testes nos carros antes da estreia oficial da temporada, no GP da Austrália. No dia 13 de abril, a categoria retorna ao Bahrein para a quarta rodada do campeonato, depois de passar também por China e Japão. No total, serão 24 etapas ao longo de 2025.
O GRANDE PRÊMIO, que vai fazer a cobertura completa da pré-temporada em tempo real, separou cinco pontos que estarão em foco durante os testes coletivos. Confira!
Gabriel Bortoleto e a última Sauber
Não tem jeito. Cada brasileiro e brasileira espera há anos pela oportunidade de voltar a ver um piloto do país na F1, e Gabriel Bortoleto enfim dará esse gosto a partir da próxima quarta-feira. Ainda que não seja um fim de semana oficial de corrida, o período de testes será vital para que o campeão da F2 consiga uma adaptação ainda melhor ao carro da Sauber, além dos próprios sistemas da categoria. Ainda que tenha feito trabalhos junto à equipe, o brasileiro terá a primeira oportunidade de ser comparado com os outros competidores.
E a própria Sauber entra em uma temporada histórica para sua existência, já que tudo será diferente a partir de 2026. Adquirida pela Audi, a marca suíça deixará o grid da Fórmula 1 ao fim do atual campeonato para dar espaço à montadora alemã. Com Nico Hülkenberg como líder técnico, a expectativa é de um ano com muitos avanços, já que o carro verde fechou o ano passado no último lugar — algo que a tradicionalíssima marca das argolas precisa evitar a todo custo.

Equilíbrio de forças no pelotão de frente
A grande expectativa para o campeonato, porém, está lá na frente. Depois de um ano que teve vitórias de Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes (e com todos os pilotos, à exceção de Sergio Pérez), a grande dúvida é se o equilíbrio vai seguir em 2025. Na última temporada, os taurinos empacaram e viram as outras forças crescerem, ao ponto de Max Verstappen ver o quarto título mundial ameaçado. Ele veio, mas o Mundial de Construtores ficou com a McLaren, comprovando que os tempos são outros.
No último ano do regulamento, os carros já estão batendo no teto, o que torna cada vez mais difícil conseguir ganhos substanciais. Naturalmente, o equilíbrio cresce, e o campeonato de 2025 promete ser o mais equilibrado da F1 desde 2021. A pré-temporada do Bahrein, então, vai servir exatamente para produzir uma noção inicial sobre essa ordem de forças (ainda que não seja definitiva para o início do campeonato).
Além disso, há a questão da flexibilidade das asas. A partir do GP da Espanha, nona etapa da temporada, a FIA decidiu reduzir a tolerância para asas flexíveis em torno de um terço, o que já gerou comentários de que as equipes vão trabalhar em dois conceitos diferentes: um para as oito primeiras corridas, outro para as restantes. Resta entender, durante os testes, se essa flexibilidade será muito diferente entre as competidoras.

Lewis Hamilton na Ferrari
Depois de uma década vitoriosa na Mercedes, Lewis Hamilton assinou com seu terceiro (e provavelmente último) time na Fórmula 1: a Ferrari. E a união entre piloto e equipe mais vencedores de todos os tempos, naturalmente, atrai holofotes por si só. Muito além disso, porém, há a dúvida sobre qual será a dinâmica com Charles Leclerc, algo que só poderá ser observado com o campeonato em andamento, e a adaptação a uma equipe nova — e com sua própria metodologia de funcionamento.
Afetado por muitos problemas de pilotagem nessa nova geração de carros, nascida em 2022, Hamilton espera que a mudança para a Ferrari — e a troca de conceito entre monopostos, saindo do W15 para a SF-25 — encerre isso. Por outro lado, já admitiu que precisa de uma “curva íngreme de crescimento” para se adaptar antes da primeira corrida, na Austrália. A pré-temporada será a primeira oportunidade de ver o inglês a bordo do carro italiano.
Novatos na pista
De 2023 para 2024, pela primeira vez na história, a Fórmula 1 não teve nenhuma mudança no grid: os mesmos pilotos seguiram nas mesmas equipes. O marasmo, porém, ficaria por aí, já que a temporada do ano passado trouxe oportunidades para novatos que a agarraram imediatamente. A exceção é Franco Colapinto, que, apesar do impacto causado, não conseguiu uma vaga e virou reserva da Alpine.
Ainda assim, a lista é considerável: Ollie Bearman na Haas, Gabriel Bortoleto na Sauber, Isack Hadjar na Racing Bulls, Jack Doohan na Alpine e, é claro, Andrea Kimi Antonelli na Mercedes. Todos laureados nas categorias de base, mas que terão a primeira oportunidade de mostrarem ao que vieram realmente à F1. Ainda que Bearman e Doohan já tenham corrido, o posto de titular oferece chances completamente diferentes. E ainda há Liam Lawson, que tem 11 corridas feitas, mas vai experimentar o salgado sabor de ser companheiro de Max Verstappen.

Ordem da ‘F1B’
O pelotão de frente, obviamente, não é o único que importa. Muitas histórias serão contadas este ano pelas equipes da ‘F1B’, e a pré-temporada é a primeira oportunidade para isso. No último ano antes de virar equipe de fábrica da Honda e ter seu primeiro carro projetado por Adrian Newey, a Aston Martin tenta evitar que o declínio terrível de 2024 continue. A Alpine, por sua vez, vive uma revolução interna com Flavio Briatore, e o objetivo é mostrar que as coisas caminham para frente no último ano como montadora.
A Williams tem em Carlos Sainz um piloto de ponta, vital para ajudar nos planos de recuperação, enquanto a Sauber uniu experiência e juventude com Hülkenberg e Bortoleto. Por fim, a Racing Bulls conta com um Yuki Tsunoda sedento para mostrar que a Red Bull errou em não escolhê-lo, além de um Hadjar que mostrou ter muito a contribuir durante a passagem na Fórmula 2. Tão estressado quanto o japonês, porém, o francês gera alguma expectativa sobre a dinâmica interna da equipe.
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