Acidente, dia perdido e entrevista blasé: assim foi a estreia de Stroll, o bilionário companheiro de Massa na Williams
Canadense deu apenas 12 voltas, rodou, e equipe teve de parar atividades por falta de peça. Depois, falando com a imprensa, o jovem não pareceu muito preocupado por perder tanto tempo em sua adaptação
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"It is what it is". A frase em inglês, que traduzida poderia ser algo como "acontece", ou "a vida é assim", foi o mantra de Lance Stroll, novo companheiro de Felipe Massa na Williams, durante os testes da F1 na terça-feira, em Barcelona.
O canadense, de apenas 18 anos, não foi além das 12 voltas no circuito catalão: rodou, danificou uma parte da asa dianteira – a única que a equipe tinha levado para a pista –, e fez o time decretar o fim das atividades do dia.
Stroll teria, em seu primeiro teste oficial, a chance de ganhar rodagem, conhecer o carro, adaptar-se à sua nova realidade, bem diferente da F3, onde foi campeão europeu em 2016.
Mas o discurso do jovem em sua primeira entrevista como piloto de F1 foi blasé até não mais poder. É como se nada importasse muito para ele – ou, em uma outra leitura, como se tudo fosse recuperável. Uma sucessão de 'it is what it is', cinco no total em uma conversa de dez minutos.
Para quem nasceu em um mundo de faz-de-conta, é fácil viver na terra do tanto faz.
Lance é filho de Lawrence Stroll, empresário que ocupa o número 722 na lista de bilionários da revista Forbes, também conhecido por possuir uma ampla coleção de Ferraris e McLarens e por ter um autódromo no Canadá.
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Carros rápidos, autódromo, dinheiro… A equação que levaria Stroll à F1 já estava solucionada desde cedo. Aos 11 anos, ainda no kart, ele passou a fazer parte do programa de jovens pilotos da Ferrari. Depois, passou pelas categorias de base, com bons resultados; por fim, entrou no radar da Williams, que precisava de um piloto com dinheiro para fechar o balanço da temporada.
Quando o anúncio do acordo foi anunciado, em novembro do ano passado, Stroll não tinha nem carteira de motorista. Mas, pouco depois, ele já estava acelerando em um carro de F1, mesmo com o rígido regulamento de testes.
O pai do piloto fez algo incomum até para os padrões faraônicos da categoria: comprou um Williams de 2014, alugou circuitos que fazem parte do calendário – como Sepang, Monza, Hungaroring, Silverstone e Sakhir – para que Lance pudesse se familiarizar com o novo “brinquedo”. Os tempos obtidos nunca foram divulgados.
“Conheço ele desde que tinha 8 anos. Vou ajudá-lo em tudo o que puder”, comentou o brasileiro na segunda-feira, véspera da estreia do agora colega. “É ótimo tê-lo em nosso time, ele tem muita experiência, é realmente bom ter ao meu lado alguém que já viu esse filme muitas vezes. Felipe é um cara de equipe, honesto, com espírito positivo e atitude positiva”, elogiou Stroll.
Afagos à parte, os dois pilotos fizeram questão de dizer: na pista, serão adversários. “Eu vou ajudar a equipe, mas também quero vencê-lo”, afirmou Massa.
Stroll concorda: “Felipe vai me ajudar, mas somos rivais, também; e quando eu estiver na pista, com o volante nas mãos, eu estarei sozinho”. Aí, os bilhões do pai não poderão fazer muito a favor dele. As coisas serão como são. It is what it is.
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