Alfa Romeo vive estado de inércia e cumpre tabela à espera da chegada da Audi

Em meio ao último ano da Alfa Romeo na Fórmula 1, a equipe parece desmotivada, não encontra desempenho na C43 e segue apenas cumprindo tabela no restante da temporada. E a dupla de pilotos acompanha o comodismo, com desempenhos apáticos quase todo fim de semana

A Alfa Romeo é uma das grandes decepções da Fórmula 1 em 2023. O time suíço-italiano teve um ganho de performance surpreendente no início de 2022, quando começou a vigorar o regulamento que explora o efeito-solo, e somou 55 pontos para se garantir na sexta posição no Mundial de Construtores. Isso, somado à chegada de Andreas Seidl no período de transição da escuderia, e o anúncio de que a Audi assumiria as operações a partir de 2026, levou a acreditar que a curva de crescimento seguiria constante, mas não foi o que aconteceu.

A verdade é que o início de campanha da Alfa Romeo é terrível. Nas primeiras 12 corridas de 2023, a equipe baseada em Hinwil conseguiu o top-10 em apenas quatro oportunidades que culminaram em um total de 9 pontos (5 de Valtteri Bottas e 4 de Guanyu Zhou). No mesmo período no ano passado, a ida aos pontos aconteceu em sete etapas, totalizando 51 tentos (46 do finlandês e 5 do chinês). 

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Equipe regrediu e está longe de mostrar o mesmo desempenho visto em 2022 (Foto: Alfa Romeo)

Um dos pontos fracos do time em 2022 foi o trabalho em cima das atualizações no carro. Em 2023, a meta principal era melhorar a velocidade na produção das peças para que o ganho de desempenho fosse similar ao dos rivais. Mas, de duas uma: ou as novidades não estão chegando, ou pior, não estão surtindo o efeito desejado. Afinal, não existe nenhum indício de que a Alfa Romeo irá melhorar nas próximas etapas.

Isso porque, além do carro problemático, a dupla de pilotos é igualmente fraca, a começar por Guanyu Zhou. O chinês não chega a ser um barbeiro, já que não costuma fazer muita lambança e se envolver em acidentes. Na verdade, às vezes é até difícil lembrar que o piloto do caro #24 compõe o grid da F1, já que realmente não costuma fazer absolutamente nada que chame a atenção.

Quando teve os holofotes voltados para si durante o GP da Hungria, em que se classificou em quinto e tinha alguma chance de somar bons pontos, acabou entregando o jogo logo no apagar das luzes, quando largou de ‘ré’, perdeu inúmeras posições e bateu na traseira de Daniel Ricciardo, que acabou causando um strike e tirando as duas Alpine da corrida. Foi uma demonstração de que não consegue entregar resultados quando tem a oportunidade.

Bottas, por sua vez, embora tenha mais pontos que Zhou, também não tem desempenhado bem sua função dentro da equipe. Em 2022, quando o carro permitia, o trabalho do finlandês foi bom, ao menos na primeira metade do ano. Mas parece estar completamente perdido em 2023. De fato, é preciso reconhecer que a C43 não permite grandes feitos, mas o desejo da Alfa Romeo em contar com o #77 foi pela experiência acumulada nos tempos de Mercedes. Expertise essa que não parece estar tendo tanta utilidade.

Valtteri Bottas é apenas 15º no campeonato (Foto: Alfa Romeo)

Sem pulso para liderar o projeto, afinal, nem chefe de equipe a Alfa Romeo tem, o time parece regredir a cada corrida e Valtteri parece estar um tanto desmotivado — embora não sinta mais a pressão de defender uma equipe grande. E ter o discreto Zhou tão próximo na tabela de pontos denota muito contra o finlandês.

Como desgraça pouca é bobagem, Bottas ainda suspeita que o carro da Alfa Romeo nunca foi, de fato, bom. A vantagem que o antecessor da C43 teve no início da temporada passada se deu unicamente por ser consideravelmente mais leve do que os rivais. O que, de certa forma, indica que a escuderia segue perdida no regulamento — assim como esteve até 2021.

“Nas primeiras cinco ou seis corridas do ano passado, com certeza, talvez parecesse um pouco melhor do que era por causa de alguns problemas das outras equipes. Éramos uma das únicas no limite de peso e, do meio até o final da temporada, provavelmente era mais representativo de onde estávamos”, reconheceu o titular da Alfa Romeo.

A marca italiana, no entanto, vai deixar a Fórmula 1 ao final da temporada e no ano que vem as operações serão provavelmente conduzidas apenas pela Sauber até a Audi chegar e assumir as rédeas do projeto para 2026. Os alemães que se preparem, pois o processo de reestruturação tende a ser um dos mais desafiadores em um time que vive em inércia total.

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