Antes contra, Mercedes agora vê "grande vantagem" na decisão da FIA sobre fim do congelamento dos motores
Anteriormente contra, a Mercedes agora entende que a possibilidade de um desenvolvimento dos motores será algo benéfico e que poderá aumentar ainda mais a vantagem que atualmente possui para suas rivais
Embora sempre tenha se posicionado contra o descongelamento do desenvolvimento dos motores na F1, Toto Wolff, chefe da Mercedes, acredita que a decisão da FIA vai favorecer os atuais campeões no futuro, porque agora vão ter a chance de aperfeiçoar o já poderoso motor V6, além do próprio carro, e isso vai representar uma grande vantagem frente aos adversários, especialmente se levar em conta o domínio que a equipe alemã impôs durante a temporada 2014.
No início deste mês, a entidade que rege o esporte reconheceu que havia, de fato, uma brecha no regulamento que limitava a evolução das unidades de força e acabou acatando o pedido de Ferrari e Renault para a regra fosse revista. A única fornecedora de motor que está fora da nova diretiva técnica é a Honda, que vai entregar motores somente à McLaren neste ano.
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"Em um primeiro momento, podemos pensar que essa lacuna regulamentar vai favorecer Renault e Ferrari. Porém, pensando bem, essa decisão nos abre a possibilidade de manter ainda mais a nossa vantagem. Na verdade, é um grande benefício", disse o austríaco em entrevista ao jornal francês 'L' equipe'.
O dirigente admitiu também que a nova regra só traz benefícios e ninguém ficará em desvantagem. "A Ferrari entendeu que era possível fazer melhorias ao longo do ano, sem restrições de prazo. Mas ao ler o texto, eu percebi que essa interpretação é meio a meio. Ainda assim, em última análise, eu aceito a perspectiva da Ferrari. Essa medida poderá realmente ajudar a todos os fabricantes", acrescentou.
Por outro lado, a Honda terá de trabalhar sem aperfeiçoamentos ao longo do campeonato. A FIA entendeu que, por ser uma nova fornecedora, a empresa japonesa terá de passar pelas mesmas experiências das concorrentes em 2014, quando todos tiveram os primeiros contatos com as unidades de força. Mesmo assim, a marca nipônica se opôs, acha que a medida é injusta e já protesta contra a decisão tomada pela FIA.
Ao ser questionado sobre o imbróglio, Wolff respondeu: "Não se trata de estar ou não de acordo, mas, sim, de ler as regras. O que a Honda está fazendo é normal e é natural que todo mundo tenha uma opinião sobre aquilo que está escrito no papel, mas cabe a FIA tomar uma decisão", declarou Toto.
O comandante principal da esquadra prateada ainda disse que o time também está voltado para as possíveis mudanças para 2016. "Há uma estratégia de longo prazo, que é a de se preparar para 2016. Estamos trabalhando como previsto para essa temporada, validando algumas propostas para a próxima. E isso nos dá bastante flexibilidade", encerrou.