CEO da Renault agenda reunião com equipe de divisão de motores depois de protestos

CEO da Renault, Luca de Meo vai se encontrar com os funcionários da divisão de motores para discutir a saída da Fórmula 1 em 2026

O CEO do Grupo Renault, Luca de Meo, concordou em se encontrar com os funcionários da divisão de motores da montadora francesa em Viry-Chatillon para discutir a decisão de abandonar o programa de unidades de potência na Fórmula 1 a partir de 2026. A reunião vem na esteira dos recentes protestos realizados pelos trabalhadores durante o GP da Itália.

Em julho, o pessoal que trabalha nas fábricas da Renault em Viry-Chatillon e Enstone foi informado do estudo feito pela marca francesa para avaliar o que chamou de “projeto de transformação” para a divisão de motores. Uma das razões seria o alto gasto, com uma parceria com outra montadora passando a ser considerada após 2025.

Em reação à notícia, trabalhadores levaram uniformes e faixas durante a etapa de Monza pedindo a permanência da marca como fabricante de motores na categoria em 2026. A faixa, que trazia a inscrição “nos deixe correr”, dizia que manter a fábrica de Viry-Chatillon funcionando seria como “salvar 50 anos da Fórmula 1 na França”.

Na ocasião, assim que tomou conhecimento da manifestação, a Alpine, marca que representa a Renault na F1, declarou que “o projeto de transformação está sendo avaliado e nenhuma decisão foi tomada ainda pela administração”.

Luca de Meo é o CEO do Grupo Renault (Foto: Renault)

“O diálogo, iniciado desde a apresentação do projeto aos representantes dos trabalhadores de Viry em julho, é importante para a gestão da Alpine e será prosseguido nas próximas semanas”, continuou a equipe francesa.

Os trabalhadores, então, exigiram reunião com De Meo, que concordou em encontrá-los nesta sexta-feira (20). “O conselho social e econômico (CSE, da sigla em francês) da Alpine, fabricante de motores da equipe francesa de Fórmula 1, confirmou reunião com Luca de Meo, presidente e CEO do Grupo Renault, na sexta-feira, 20 de setembro de 2024, a fim de chamar atenção para a incompreensão em torno do fim do desenvolvimento dos motores da F1 na França, em Viry-Chatillon, tecnologia única no país”, diz o comunicado.

“Os representantes da equipe agradecem ao Sr. De Meo por responder favoravelmente a esta solicitação”, encerrou o texto.

Espera-se decisão até 30 de setembro sobre os motores da Alpine para 2026. Uma das possibilidades é união com a Mercedes — confirmada pelo próprio dirigente à revista inglesa Autosport. Se consolidada, a decisão de abandonar as unidades de potência de fabricação própria significaria o fim de uma era de 47 anos de motores Renault no grid da F1. Desde 1979, foram 178 vitórias em GPs, incluindo nove sob o nome TAG Heuer.

A Fórmula 1 volta já neste fim de semana, de 20 a 22 de setembro, no GP de Singapura, 18ª etapa da temporada 2024, nas ruas de Marina Bay.

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