Leclerc encerra F1 2024 com liderança dos testes coletivos de Abu Dhabi. Bortoleto é 18º

Chegou ao fim a temporada 2024 da Fórmula 1, agora de verdade. Depois do GP de Abu Dhabi receber a última corrida do ano no domingo passado, equipes e pilotos se juntaram para uma atividade derradeira: os testes coletivos, na mesma cidade dos Emirados Árabes Unidos, ao longo desta terça-feira (10). E foi Charles Leclerc quem terminou na frente, para a Ferrari, no que foi a consagração do adeus do ano de maior calendário da história da categoria.

A atividade vespertina teve bastante movimento na pista nas três últimas horas após uma primeira bem morna. Mas as voltas rápidas em bando apareceram mesmo nos 60 minutos finais. O tempo de Carlos Sainz, líder pela manhã, terminou engolido por George Russell durante a tarde. Mas Russell não se manteve na dianteira quando a Ferrari resolveu aperta o passo. Leclerc cravou 1min23s557 para deixar os vermelhos na dianteira da última atividade de pista de 2024.

Sainz ainda subiu para recuperar a segunda colocação, enquanto Russell ficou no terceiro posto. Nico Hülkenberg, estreando pela Sauber, Andrea Kimi Antonelli, que era dúvida na Mercedes, foram os outros que andaram abaixo da casa de 1min24s. Ayumu Iwasa (RB), Pato O’Ward (McLaren), Jack Doohan, Paul Aron (Alpine) e Esteban Ocon finalizaram o top-10. Gabriel Bortoleto inverteu com Hülkenberg e, após ficar no top-10 pela manhã, não deu voltas lançadas pela tarde e terminou no 18º posto. Felipe Drugovich, que representou a Aston Martin como veterano, foi o 20º.

A Fórmula 1 agora entra oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

Confira como foi a tarde de testes da F1 em Yas Marina:

Após uma hora de almoço para todos recarregarem as energias e deliberarem sobre respostas encontradas na pista, o teste de Abu Dhabi era retomado às 12h locais (7h de Brasília, GMT-3). A temperatura ambiente estava em 26°C, com sensação térmica de 25°C, e tinha ventos moderados, com rajadas de até 24 km/h. A umidade relativa do ar era de 58%, mas sem qualquer chance de chuva ao longo das quatro horas seguintes.

A atividade seguia a mesma pegada e juntava dois testes diferentes: o de novatos, com a oportunidade para pilotos sem experiência na categoria, e o de pneus da Pirelli para 2025, com liberado para veteranos.

A fabricante italiana colocou para jogo a seguinte gama de pneus que serão usados no ano que vem: um C2, três C3 e C4, dois C5 e um C6, sendo este último o composto ultramacio, novidade para a cartela. Os novatos, por sua vez, usaram os mesmos pneus selecionados para o GP de Abu Dhabi (dois C3, quatro C4 e dois C5), no último fim de semana.

Na atividade da manhã, Carlos Sainz, estreando pela Williams, foi o dono da volta mais rápida ao anotar 1min24s435 e colocar 0s126 de vantagem justamente para o agora ex-companheiro de equipe Charles Leclerc, com a Ferrari. Lando Norris foi o terceiro, seguido por Jack Doohan, Frederik Vesti – que participou no lugar do ainda doente Andrea Kimi Antonelli -, Pato O’Ward (McLaren) e Antônio Fuoco (Ferrari). Gabriel Bortoleto, representando a Sauber no teste de novatos, foi o oitavo. Luke Browning (Williams) e Paul Aron (Alpine) fecharam o top-10. Felipe Drugovich representou a Aston Martin na parte de veteranos, no teste da Pirelli, e foi 13º colocado.

O turno da tarde mostrava um grupo muito parecido ao da manhã, mas com três mudanças. Antonelli deveria assumir o carro da Mercedes das mãos de Vesti; Arthur Leclerc, irmão de Charles, assumiria a vaga de Fuoco; por fim, Oscar Piastri pegaria o McLaren que passara o turno da manhã com o vice-campeão mundial Lando Norris.

Nos minutos iniciais da atividade, nada dos pilotos que andariam somente à tarde. Apenas Isack Hadjar e Ayumu Iwasa, respectivamente com Red Bull e RB, aproveitavam para dar voltas. Sainz aparecia um pouco depois. Somente depois de meia hora é que Arthur Leclerc pingou na pista para começar a trabalhar. Logo em seguida, Piastri. Mesmo o piloto da McLaren não se preocupava em virar tempo de cara e fazia o 18º posto.

Antonelli apareceria após 45 minutos numa pista que via pouca atividade. Era a demonstração de recuperação do italiano, ao menos o suficiente para retornar às pistas na sequência de um problema de saúde que o fez perder a final da F2 e desistir do teste da Super Formula do qual participaria.

A única marcação de tempo importante na primeira hora da tarde veio com Piastri, já nos minutos derradeiros, ao entrar no décimo posto. Sainz e Lawson eram os que mais andavam, com trabalho de formiga, e superavam a marca das 100 voltas somadas entre os dois turnos. O próximo a fazer o mesmos seria Charles Leclerc, mas já após 1h40min.

Antonelli movimentava o carro da Mercedes para cima e para baixo, melhorava a volta rápida, mas não saía do 22º posto. Na hora em que conseguiu passar ao 21º lugar, durou pouco, porque Esteban Ocon, a bordo da Haas, logo melhorou e virou 11º. Drugovich, enquanto isso, era mais um a passar das 100 voltas, bem como Doohan faria logo depois. Gabriel Bortoleto era mais um que voltava a andar.

Ao passar da terceira hora, com Sainz finalmente descansando nos boxes da Williams, Lawson se tornou o dono do maior número de voltas. Mais que isso, o neozelandês anotava 1min24s730 e saltava para o quinto lugar. Piastri subia para o sexto posto.

Mas a grande mudança viria depois de 2h11min de teste vespertino. O’Ward, às da McLaren na Indy e que defende a equipe no teste de novatos, virou 1min24s365 para assumir a liderança da tarde e do dia. Lawson e Russell se aproximariam nos minutos seguintes, pulando para terceiro e quarto, respectivamente. Ocon subiria para nono e Ryo Hirakawa, para 11º.

Entretanto, antes da marca de 2h30min, Russell faria mais. O piloto da Mercedes virou 1min24s162 e assumiu a dianteira. E, aí, virou festa. O’Ward retornou à pista quase que de imediato e foi para voltas lançadas. Melhorou o tempo dele, mas seguia 0s060 atrás de George. Ainda vinha mais de Russell durante a terceira hora: 1min23s895 e liderança reforçada. Antonelli ainda subia para o 12º posto com o outro Mercedes.

Quem também fazia tempo ligeiramente mais veloz era Iwasa, mas ainda fora do top-20. E Russell, enquanto isso, abria a quarta e última hora com nova melhora do tempo: 1min23s789. Sainz era outro que apertava o passou e descia para baixo da casa de 1min24s, mas em segundo. Por instantes. Isso porque Antonelli voou e virou 1min23s873 para colocar uma dobradinha da Mercedes na dianteira.

O que rapidamente ficou claro é que pilotos e equipes deixaram o começo da última hora para uma espécie de happy hour. Vários marcavam seus melhores tempos, após uma sessão vespertina que, ao menos na maior parte do tempo, foi de poucas emoções. Hirakawa, Tsunoda, Aron e Luke Browning melhoravam também, ao passo que Charles Leclerc se alçava para o segundo posto.

E era só o princípio das voltas quentes da Ferrari. Leclerc logo viria para 1min23s557 e a tomada da liderança das mãos de Russell com pouco menos de 40 minutos ainda por vir.

Além do macacão totalmente branco utilizado por Sainz na Williams, ainda sem os patrocínios da equipe inglesa por conta do contrato que tem com a Ferrari até 31 de dezembro, o mesmo valia para os dois da Sauber. Bortoleto e Nico Hülkenberg usavam macacões todo pretos, também sem identidade do time suíço.

Mesmo na última meia hora, mais gente queria apertar o passo. Hülkenberg subiu para o terceiro posto de momento com a Sauber, enquanto que Browning voava com a Williams e pulava para nono. Por falar em Williams, Sainz também investia em acelerar com menos de 20 minutos pela frente. Com 1min23s635, tomou o segundo posto. Aí, porém, a pista esfriou.

A sete minutos do fim, uma bandeira vermelha, por motivo não anunciado, coisa destes segredos de testes coletivos, foi dada. Durou quatro minutos e ainda liberou a pista para mais alguns movimentos, mas foi isso. Leclerc líder com a Ferrari, seguido por Sainz e Russell. Bortoleto e Drugovich foram, respectivamente, 18º e 20º colocados.

Fórmula 1 2024, Abu Dhabi, Yas Marina, testes coletivos:

1	C LECLERC	Ferrari	1:23.510		134
2	C SAINZ	Williams Mercedes	1:23.635	+0.125	146
3	G RUSSELL	Mercedes	1:23.789	+0.279	134
4	N HÜLKENBERG	Sauber Ferrari	1:23.856	+0.346	113
5	A K ANTONELLI	Mercedes	1:23.873	+0.363	62
6	A IWASA	RB Honda	1:24.100	+0.590	110
7	P O’WARD	McLaren Mercedes	1:24.222	+0.712	116
8	J DOOHAN	Alpine	1:24.268	+0.758	137
9	P ARON	Alpine	1:24.275	+0.765	121
10	E OCON	Haas Ferrari	1:24.305	+0.795	119
11	L BROWNING	Williams Mercedes	1:24.375	+0.865	105
12	R HIRAKAWA	Haas Ferrari	1:24.435	+0.925	133
13	L LAWSON	RB Honda	1:24.440	+0.930	159
14	A LECLERC	Ferrari	1:24.576	+1.066	68
15	I HADJAR	Red Bull Honda	1:24.632	+1.122	125
16	L NORRIS	McLaren Mercedes	1:24.678	+1.168	84
17	Y TSUNODA	Red Bull RBPT Honda	1:24.689	+1.179	127
18	G BORTOLETO	Sauber Ferrari	1:24.738	+1.228	130
19	O PIASTRI	McLaren Mercedes	1:24.738	+1.228	72
20	J CRAWFORD	Aston Martin Mercedes	1:24.997	+1.487	109
21	F DRUGOVICH	Aston Martin Mercedes	1:25.014	+1.504	146
22	F VESTI	Mercedes	1:25.159	+1.649	55
23	A FUOCO	Ferrari	1:25.238	+1.728	73

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