Chefe pede que Vettel “converse mais” com Aston Martin antes de protestos
Mike Krack justificou pedido, entretanto, afirmando que piloto e equipe podem juntos "alcançar mais objetivos" - e citou episódio interno passado para explicar tal fala
Ao lado de Lewis Hamilton, Sebastian Vettel mostra-se uma das principais vozes da Fórmula 1 no que diz respeito à defesa de causas socioambientais. Seja denunciando a extração de petróleo no Canadá, seja apresentando um capacete em apoio às abelhas na Áustria, o tetracampeão mundial não se esconde da luta por um mundo mais sustentável.
No entanto, o chefe da Aston Martin, Mike Krack, pediu que o piloto alemão entre em diálogos mais frequentes com o time antes de realizar tais protestos. Nada de censura ou limitação do discurso militante, entretanto.
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“Todo mundo tem sua opinião quanto a isso. Creio que você não pode colocar uma focinheira em atletas do topo que também são muito inteligentes. Sebastian é criticado por seu compromisso com a causa, mas isso não é justo. O que aconteceu no Canadá foi o melhor exemplo disso”, relembrou Krack, ao citar o episódio em que Vettel foi duramente criticado pela ministra da Energia do Estado de Alberta, Sonya Savage, que chamou o alemão de “hipócrita” por sua defesa do meio ambiente enquanto piloto de F1, competindo por uma equipe patrocinada por uma das maiores companhias petrolíferas do mundo.
“O que eu gostaria de ver como representante do time, porém, é que Sebastian trabalhasse de maneira ainda mais próxima conosco, em suas ações, e conversasse ainda mais conosco antes de fazê-las. Juntos, podemos alcançar mais coisas. Por exemplo, Sebastian perguntou por que o transporte do aeroporto até a empresa, e vice-versa, não pode ser feito com carros 100% elétricos. E começamos a fazer isso, porque realmente faz sentido”, justificou o chefe da Aston Martin.
Além de lidar com a repercussão e consequências da militância de Vettel, Mike Krack – que assumiu a função de chefe de equipe da Aston Martin neste ano – também declarou aprender, aos poucos, como funciona o jogo político da principal categoria de automobilismo do mundo.
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“Preciso admitir: fiquei surpreso em como até mesmo os pequenos detalhes são divulgados na Fórmula 1 – e em como a imprensa é usada para fazer política. Um exemplo: em Spielberg, todos nós votamos para que o nosso teto orçamentário fosse aumentado em € 4 milhões (cerca de R$ 22,3 milhões) por conta do aumento de custos, devido à pandemia e à guerra. E, ainda assim, um chefe de equipe correu para a imprensa imediatamente após a reunião e lamentou, dizendo que tal aumento não era suficiente – mesmo ele tendo votado a favor”, disparou Krack, provavelmente se referindo a Christian Horner, chefão da Red Bull, que afirmou que o ajuste de inflação para o teto de gastos da Fórmula 1 2022, acordado na Áustria, ainda não seria suficiente para as equipes maiores.
“Prefiro falar sobre o esporte, apenas. Os fãs estão interessados em tempos de volta, não em orçamentos ou assoalhos flexíveis. Mas, talvez, eu não seja político o suficiente. Uma coisa é certa: você não pode superestimar tudo isso e deve sempre se manter calmo”, finalizou o chefe de equipe da Aston Martin.
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