Chefe reforça trabalho da Williams pelo corte de custos na F1, mas cutuca rivais: “Todo mundo tem interesses diferentes”

Claire Williams deixou bem claro: a equipe fundada por seu pai é favorável ao corte de custos na F1, na tentativa de reverter a instabilidade econômica da categoria. Mas a dirigente não se ilude: sabe que conseguir os “interesses diferentes” de outras equipes vão tornas tal missão mais difícil

Ninguém tem dúvidas de que a F1 passa por um momento de instabilidade econômica. Com diversas equipes à beira da falência e um grid cada vez mais diminuto, muitos argumentam que se trata do momento mais difícil para a economia da F1.
 
Nesse contexto, as equipes tentam entrar em um consenso. Algumas equipes são contra um teto orçamentário, que evitaria os custos astronômicos da manutenção de uma equipe de F1. Mas outras apoiam a ideia, pensando na viabilidade econômica da F1. E é aí que está a Williams, segundo a chefe da escuderia, Claire Williams.
Claire Williams, chefe-adjunta da Williams (Foto: Getty Images)
"Não temos uma reunião do Grupo de Estratégia há um tempo, mas o próximo vai ser quando vamos conhecer os custos envolvidos nas regras revisadas. Uma das mudanças é que não inclua aumento significativo dos custos. Esse é um dos objetivos. Eu não espero – acredito – que exista um grande aumento, e se tiver, teremos de lutar contra", disse.
 
Claire, todavia, lamentou que o conflito de interesses dificulte o avanço das discussões.  A dirigente inclusive cutucou aqueles que se opõem ao controle de custos.
 
"Quando nós estamos no Grupo de Estratégia, sempre trabalhamos por controle de custo, mas como você sabe todo mundo tem interesses diferentes. Temos sido um dos maiores partidos da conversa de controle de custos, mas nada nunca é acordado nessas reuniões porque o grupo sentado à mesa não necessariamente se preocupa tanto quanto os times, que estamos tentando beneficiar. Tentamos e fazemos nossa parte, mas infelizmente é um beco sem saída", seguiu.
 
"Não estou certa de que os custos são sustentáveis, mas estamos fazendo nosso melhor para controlar os custos que nos enfrentam neste momento. Claro que gostaríamos que diminuíssem, mas eles têm que diminuir bastante. Para a maioria dos times que vão se beneficiar, você tem que reduzir os custos entre R$ 119.3 e 179 milhões", avaliou.
A Williams, equipe de Claire, é favorável ao corte de custos (Foto: AP)
Mas Claire não se ilude. Sabe que diminuir os custos vai exigir uma grande reestruturação interna das equipes. E encontrar a equação exata para solucionar os problemas será uma tarefa árdua.
 
"Se você analisar as áreas para atingir esses cortes, é muito difícil se livrar desta quantia do seu negócio a menos que você pense numa mudança geral ou restruturação completa. Se estiver olhando para seus custos e o grande gasto for salários, então é uma redução de pessoal. E ninguém quer isso. Inevitavelmente, se você reduzir pessoal, tem de terceirizar. Então são seis de um, doze do outro, e não parece que seremos capazes de encontrar qual é essa receita mágica", encerrou.
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