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Daqui duas semanas a F1 chega a Baku, capital do Azerbaijão, para o primeiro GP da Europa na cidade. E vai chegar sob críticas pesadas de grupos conectados aos direitos humanos. Isso porque o país tem sobre si várias acusações de violações graves, como cerceamento da imprensa e aprisionamento de opositores do governo.
Não que esse tipo de acusação seja nova para a F1. Nos últimos anos apenas, Bahrein e China eram lugares que passaram pelo mesmo tipo de críticas, assim como a África do Sul nos anos 1980. Na última segunda-feira, membros da coalizão internacional de direitos humanos Sports for Rights teve uma reunião de portas fechadas na FIA para tentar pressionar a federação. Quem esteve na reunião considerou “proveitosa”.
É inviável que a corrida não aconteça mesmo com as violações e
o conflito de Nagorno-Karabaj, especialmente porque Bernie Ecclestone segue se valendo da mesma justificativa há décadas para ir a países assim: a F1 não se interfere em política. Mas durante a maior crise no Bahrein, em 2012, a FIA criou um código necessário para que a corrida acontecesse. A F1 precisava ser “comprometida a respeitar os códigos de direitos humanos reconhecidos internacionalmente”.
Curva oito de Baku: o traçado está pronto (Foto: Divulgação)
De qualquer forma, a corrida na antiga república soviética vai causar problemas. A coordenadora do Sports for Rights e ex-diplomata norte-americana Rebecca Vincent chamou a corrida de “uma afronta aos direitos humanos” e um evento que legitima todas as violações ocorridas por lá. Além das reclamações à FIA, a organização também fez um pedido ao cantor Pharrell Williams para que cancele o show que fará por lá no final de semana do GP.
A maior preocupação e esperança dos ativistas está nos patrocinadores. Em três anos apenas, as equipes da F1 viram cair os vencimentos totais de patrocínios em $ 200 milhões – de $ 950 para $ 750. E é um momento em que grandes patrocinadores fazem pressão para que a imagem seja resguardada de locais com problemas graves.
“Patrocinadores estão cada vez com menos paciência com órgãos, incluindo a F1, que estão associados a regimes nocivos. Alguns estão ligados por acordos de longo prazo, mas estamos vendo se tornarem mais ativistas”, disse Phil Bloomer, diretor-executivo do Centro de Recursos de Negócios e Direitos Humanos.
Visa e Coca-Cola, por exemplo, pressionaram a FIFA para que o ex-presidente Sepp Blatter renunciasse à presidência, bem como a CBF, envolta em escândalos internacionais da mesma FIFA , também teve seus problemas.
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