Coluna Apex, por Andre Jung: Devagar se vai ao pódio

Todos, menos Ricciardo, tinham carro para andar mais rápido, mas simplesmente não havia como. Dessa forma o australiano conquistou uma vitória justa e improvável

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Ao término do GP de Monaco, duas de cada três das entrevistas que os pilotos prestam, ainda no cercado no qual aguardam as perguntas ao lado de seu assessores, citavam a chatice da prova. Quase todos afirmando que pouco fizeram além de evitar os muros durante as mais de 70 voltas do GP.

 
De fato, o número de ultrapassagens foi tão ínfimo quanto o do GP da Catalunha – o que enfileira duas corridas de baixo espetáculo – mas diferente de lá, ao menos algum suspense esteve presente no principado.
 
Os dois pilotos da Red Bull, que largavam nas extremidades do pelotão, protagonizaram as duas melhores corridas do GP. Ricciardo, sedento para se livrar do gosto amargo que a derrota de 2016 ainda provocava, conseguiu a proeza de fazer o melhor tempo nos três treinos livres e nos três estágios da classificação, largou na ponta e corria tranquilo para a vitória até que o Red Bull deu sinal de fraqueza: o sistema de regeneração de energia de seu carro estava doente, provocando uma perda de potência estimada pelos engenheiros da equipe em cerca de 25%.
 
Uma situação terminal em qualquer circuito, menos Monaco; com um chassi muito ajustado para o traçado sinuoso e as pequenas retas, Ricciardo logo percebeu que, salvo uma piora do problema, ele não seria incomodado. Como o safety-car não entrou na pista, ficou ainda mais difícil haver oportunidade para trocas de posição.
 
Rodando praticamente 4s acima do tempo normal por mais da metade da prova, o australiano conseguiu, graças à singularidade do traçado, preservar um distância segura para Vettel e garantir que o segundo jogo de pneus de todos os líderes durassem até o final da corrida.
 
Com carros 20% mais largos do que os de 2016, além do bloqueio significativamente maior que o volume do carro à frente impõe, também temos um aumento considerável da turbulência, assim, todos os líderes, preocupados em preservar pneus, mantinham uma distância que não provocasse perda de pressão aerodinâmica e gastasse mais a borracha.
Devagar se vai ao pódio (Foto: Marta Oliveira)
Dai em diante houve uma espécie de procissão em marcha lenta. Todos, menos Ricciardo, tinham carro para andar mais rápido, mas  simplesmente não havia como. Dessa forma o australiano  conquistou uma vitória justa e improvável.
 
Sexto colocado, Esteban Ocon declarava, feliz e impressionado, que em certos momentos da prova conseguia tirar um segundo por volta dos líderes, verdade  porém que nada tinha a ver com uma performance fantástica de seu Force India.
 
Na outra extremidade do grid, Verstappen conseguiu, logo de cara, se livrar dos dois temerários Haas e construiu uma corrida bastante sólida, com diversas ultrapassagens, até chegar em carros mais velozes e não ter mais como avançar. Sua ultrapassagem  sobre Sainz Jr. na entrada da nova chicane foi a manobra mais bonita da corrida.
 
Muito chata para os pilotos, para os mortais do lado de fora ainda houve alguma expectativa; Ricciardo iria até o fim? Os líderes teriam de parar novamente? Em certo momento, quando Bottas andava muito rápido, calçado com os compostos mais duros do final de semana, parecia ser ele quem estava na estratégia correta. Porém a baixa velocidade média não deu chances para que o finlandês tivesse êxito.
 
Como curiosidade interessante, tivemos a quebra do McLaren Renault de Alonso bem no momento em que o Toro Rosso Honda de Pierre Gasly encostou em sua traseira. Um regozijo que os japoneses certamente desfrutaram.
 
Enquanto isso . . .
 
. . . Brendon Hartley chegou a ensaiar uma recuperação durante os treinos livres, mas na hora da verdade foi o mesmo de sempre . . .
 
. . .  com as duas últimas posições da corrida, a Williams mostrou consistência; fez um carro péssimo para qualquer tipo de traçado.
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