Coluna Rookie Text, por Gabriel Araújo: Inícios e mudanças

Na F1, na Stock Car, na Indy, em todo lugar. Tudo é novo. Algumas das mudanças, quase imperceptíveis. Outras, barulhentas (ou quase). Mas boas, no frigir dos ovos. Porque mudar sempre é bom

Tudo mudou. Pelo início de ano no automobilismo, é uma fácil definição. Na F1, na Stock Car, na Indy, em todo lugar. Tudo é novo. Algumas das mudanças, quase imperceptíveis. Outras, barulhentas (ou quase). Mas boas, no frigir dos ovos. Porque mudar sempre é bom. Gerar certo impacto, positivo ou negativo, é importante.

Motor, combustível, ERS, corridas de duplas, rodadas duplas, mudanças de equipes, de chassis, aposentadorias, estreias, trocas nos ponteiros. Há tempos não se via um automobilismo tão movimentado e, em geral, pelas novidades.

Rosberg assumiu a liderança logo na largada (Foto: Getty Images)

Que se comente o principal, pois, a F1. Em Melbourne, na Austrália, a maioria esperava um princípio de campeonato incrível. Muitos aguardavam ansiosamente por uma largada com acidentes, uma sequência com pneus estourando, campeões abandonando, ultrapassagens desafiando as leis da física, motores cuspindo fumaça. Mas, por fim, nada foi visto de tão fantástico. Quem se apega aos detalhes, porém, pode ter percebido, sim, uma F1 não tão impactante, emocionante, mas melhor.

Melhor pelas mudanças técnicas, várias, que vão desde o polêmico motor V6 de 1.6 L turbo às “caixinhas” de energia, como bem detalhou a equipe da televisão brasileira, passando pelo tanque de combustível menor e com nova injeção (apesar de ninguém ter pescado combustível para levar o carro até o final), bicos estranhos e baixos – de novo – e tudo o mais. Uma nova F 1. Porque, novamente, mudar é bom.

Para um começo, ok. Predomínio dos motores Mercedes, Ferrari comendo pelas beiradas, Renault capengando. Nada além do previsto em testes. Mercedes, a equipe, encabeçando o grid, com Rosberg vencendo, mas Hamilton abandonando. McLaren se reerguendo com Ron Dennis na chefia novamente e Magnussen (bom jovem piloto) e Button no pódio, este pós-desclassificação de Ricciardo, que já era surpresa pela Red Bull, onde Vettel, o multicampeão, parte 2014 se arrastando.

E, claro, a Williams, voltando a figurar entre as líderes, o que talvez seja o mais bacana até agora (e, aqui, abra-se um parêntese: que azar do pessoal de Grove. Felipe Massa largava bem quando Kobayashi acabou com sua prova. Tinha chances. Bottas, pneu furado quando fazia boa corrida, se recuperou. Tinha chances. Sir Frank precisa é achar um trevo de quatro folhas, ou trocar o Senna do bico do carro por uma ferradura).

Por fim, a mudança mais significativa: os motores. Que roncos, hein? Coisa absurda. De ruim. Já foi comentado, ainda é, continuará sendo, até que resolva-se algo (difícil). Dividiu opiniões, o tal ronco (ou a falta dele). Nem Bernie Ecclestone gostou. Algo bacana é o assobio do turbo, de volta à categoria. E só. Ou alguém realmente acha legal Galvão Bueno todo animado chamar o “sobe o som” na televisão e notar que não há nada para isso? Humpf.

No geral, porém, é um Mundial que se desenha bom e que prosseguirá com o GP da Malásia no próximo fim de semana. Circuito de Sepang, rápido, onde a Mercedes e seus motores devem dominar novamente. Aos poucos o campeonato vai ganhando corpo, e não há dúvidas de que, se novidades surgirem, serão (quase) todas pelas alterações de regras. Afinal, ninguém mais suportava acordar na madrugada, ou bem cedo aos domingos, para assistir Vettel largar na pole, abrir anos de vantagem e vencer o GP da Itália de 2013 enquanto o segundo colocado completava o da Alemanha de 2011. Isso pode acontecer, claro, mas que se troque a fita, rode o disco, gire o mundo, mude o personagem, per favore. Grazie.

Stock Car

Mudanças? Também. Inovar é bom. Muito bacana a ideia de uma corrida em duplas para abrir o campeonato – e com a próxima, em Santa Cruz do Sul, com rodada dupla –, com pilotos de ótimo nível. Alguns fixos, outros convidados. Barrichello, Pizzonia, Burti, Bia Figueiredo, Suzuki, Sperafico, Farfus, Camilo, Cacá, Popó, Ricardo Maurício, Senna, Bernoldi, Di Grassi, Rosset, Átila, Serra, Jimenez, Khodair… E faltam muitos, ainda. Mas com o estreante Felipe Fraga vencendo em Interlagos, ao lado de Rodrigo Sperafico. 18 anos, sequer tem carteira de habilitação. Rápido, jovem, promissor, mais novo a vencer na história da categoria, pela Vogel. E com o pai todo emocionado. Cenas bonitas.

Indy

Início no fim de semana em São Petersburgo, na Flórida. Temporada promete ser legal. E com… novidades, claro. Penske lança-se forte com motores Chevrolet e um trio de peso (um se sobressai, diga-se): Castroneves, Power e Montoya, com o colombiano de volta à categoria. A Ganassi chega sem Franchitti, aposentado, mas com Kanaan. Brasil? Sem corrida. Agora, só em 2015, dizem, e em Brasília. Sabe-se lá como… Mas os pneus também cantam nos EUA. E com qualidade.

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