Com Albon perdido, Red Bull fica entre Hülkenberg e Pérez. Mas qual é melhor opção?

Nico Hülkenberg ou Sergio Pérez? Parece que estamos de volta a 2014, mas, é exatamente o cenário de momento para a Red Bull, que dificilmente vai pensar em manter Alexander Albon como companheiro de Max Verstappen em 2021

Nico Hülkenberg e Sergio Pérez protagonizaram uma das rivalidades mais interessantes do pelotão intermediário da Fórmula 1 entre 2014 e 2016. Dois ótimos talentos do grid e figuras populares entre os fãs da categoria, o alemão e o mexicano viviam no centro de uma discussão sobre qual deles era melhor. Agora, quatro anos após a dupla ser desfeita, o debate está de volta, afinal, o companheiro de Max Verstappen em 2021 dificilmente não será um dos dois.

Acontece que o debate atual é muito mais importante e muito mais decisivo para a carreira de ambos. Não é só uma oportunidade de ouro para que ambos vençam corridas, mudem de patamar, mas também a chance de não ficarem de fora do grid, o que na idade da dupla pode significar fim da linha.

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De um lado, Hülkenberg, um cara que sempre foi muito bem reconhecido por seu talento natural, campeão de GP2, vencedor das 24 Horas de Le Mans, pole de Williams no ano de novato e dono de belas atuações, especialmente na chuva. Só que também alguém marcado por uma marca terrivelmente negativa: o recorde de largadas sem pódio. Aos 33 anos, perdeu a titularidade da Renault para 2020 e tem aparecido como substituto quando a Covid-19 tira alguém do grid.

Alexander Albon não deve seguir como segundo piloto da Red Bull (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Do outro, Pérez, um pouco mais novo, com 30 anos completados. Dono de patrocínios interessantes, o mexicano costuma ser visto como um pacote completo: talentoso, tem bons resultados e pódios e ajuda financeiramente. Só que, ao que tudo indica, isso não vai bastar para seguir na F1 em 2021, já que foi trocado por Sebastian Vettel na Racing Point/Aston Martin e não deve se encaixar em outro time.

E é no meio desse cenário que o GRANDE PRÊMIO propõe um comparativo com pontos positivos e negativos de Hülkenberg e Pérez. Assim, é você quem vai dizer qual deles é o melhor e quem deveria ser a opção da Red Bull para ocupar a vaga de Albon no próximo campeonato.

Nico Hülkenberg brilhou nas chances com a Racing Point (Foto: Mark Thompson)

Motivos para escolher Nico Hülkenberg

Começando pelos pontos positivos de Hülkenberg, há de se destacar a qualidade do alemão enquanto acertador de carros. Nico esteve envolvido em diversos projetos diferentes e, em geral, ajudou muito sua equipe a caminhar na direção certa. Na Renault, um ótimo exemplo, tendo sido talvez o maior responsável por colocar a equipe francesa no patamar de competitividade que se encontra agora, possibilitando até pódios para Daniel Ricciardo.

O segundo item a favor de Hülk é o desempenho que o alemão teve nas corridas que disputou em 2020, a ótima última impressão. Sem conhecimento algum dos carros da temporada e, principalmente, do bólido da Racing Point, caiu de paraquedas no GP dos 70 Anos e no GP de Eifel quando Pérez e Lance Stroll tiveram coronavírus. O rendimento foi excelente e, em ambas as provas, o alemão ficou entre os principais pilotos do dia, largando de terceiro na Inglaterra e escalando o pelotão na Alemanha.

Tem de entrar aqui na equação também o fator Verstappen. É evidente que o holandês é o centro da Red Bull e que suas opiniões servem não pesam apenas na preparação do carro, mas também no nome de seu parceiro. E o jovem piloto já fez questão de demonstrar publicamente sua admiração por Hülkenberg, ou seja, o alemão seria alguém para encostar em Max, mas também para trabalhar junto e em sintonia com o projeto de campeão.

Por fim, mas não menos importante: Nico tem experiência em quatro dos times do grid da F1, quer dizer, é um cara que consegue se adaptar rapidamente em qualquer carro e dele tirar resultados. Em um manhoso como o da Red Bull, em que Pierre Gasly e Albon acabaram atropelados, está aí uma qualidade que pode ser determinante na escolha.

Nico Hülkenberg não foi tão bem na Renault em 2019 (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Motivos para não escolher Nico Hülkenberg

Não adianta fazer malabarismo para não dizer o óbvio: Hülkenberg não tem nenhum pódio em 179 largadas e isso é lógico que vai sempre o atrapalhar e contaminar qualquer julgamento que se faça de sua carreira. Considerando que a Red Bull vai ter carro potencialmente para estar no pódio em toda etapa, Nico vai precisar ser figura frequente ali quando Verstappen ou as Mercedes derem brecha. Será que conseguiria?

O desempenho do alemão em 2019 também pode acabar jogando contra. É que, ao mesmo tempo em que passou ótima impressão em 2020 com a Racing Point, não foi tudo isso em seu último ano de Renault e deu a nítida impressão de ter ficado sem ambição quando soube que não seguiria no time. Isso acaba levando a uma discussão sobre talvez já não estar mais no auge de sua carreira.

Para fechar, talvez o que mais cause algum impacto na escolha: o confronto direto que Hülkenberg teve com Pérez na Force India. Em 2014, o alemão venceu com extrema tranquilidade, mas levou a pior em 2015 e 2016. Tudo bem, abandonou muito mais do que o mexicano, mas os números do duelo estão ao lado de Checo, que ainda conquistou quatro pódios a zero no período.

SERGIO PÉREZ; F1; FÓRMULA 1; RACING POINT; TOSCANA; MUGELLO;
Sergio Pérez venceu Nico Hülkenberg na Force India (Foto: Racing Point)

Motivos para escolher Sergio Pérez

Vamos começar com o momento? Pérez pontuou em absolutamente todas as corridas que disputou em 2020, algo que só Lewis Hamilton também conseguiu. São quatro top-5, 11 top-10 e duas provas em que não esteve pela Covid-19. É sexto no geral, mas está vivo na disputa pela quarta colocação, o que seria um resultado histórico para a Racing Point. Se a Red Bull quer mais regularidade de Albon, pode encontrá-la com o mexicano.

Tudo bem que geralmente a Red Bull não está ligando muito para o aporte financeiro de seus pilotos, mas não faz mal um patrocínio a mais, né? E pouca gente no automobilismo atual tem tanta grana quanto Pérez, que conta com um suporte excelente vindo do México.

Outro ponto que tem feito Albon despencar é o péssimo cuidado com os pneus. E aí talvez seja algo que Sergio faça melhor que qualquer outro no grid. O gerenciamento do equipamento do mexicano beira a perfeição e, assim, está lá o #11 na zona de pontos mesmo quando o cenário não é dos mais favoráveis.

Só que, além de cuidar bem dos pneus, Pérez ainda consegue ser agressivo, mais até do que Hülkenberg. É um cara que joga duríssimo para se defender e para atacar, um aspecto que segurava a avaliação de Albon no início do ano, mas que sumiu nas últimas corridas. Checo é um dos pilotos mais difíceis de se ultrapassar.

Sergio Pérez é um grande nome na história da Racing Point/Force India (Foto: Racing Point)

Motivos para não escolher Sergio Pérez

Checo tem muitas valências em seu arsenal, mas certamente se classificar bem não é uma delas. Não há muita dúvida que Hülkenberg tenha geralmente uma performance bem melhor nas definições de grid que Pérez e, levando isso para um duelo direto com Verstappen, a coisa pode ficar bem feia.

Sabe a agressividade que colocamos como algo positivo? Ela também cabe aqui. É que o piloto já deixou de ter resultados melhores por passar do ponto em algumas disputas, por tentar chegar a um limite que, em algumas situações, não existia.

Por fim, um ponto fundamental aqui que ajuda bem Hülkenberg e atrapalha Pérez: se o alemão parece ser a escolha de Verstappen e tem bom histórico nos times, o mexicano é um pouco mais complicado e tem na carreira, por exemplo, crises internas na McLaren em 2013, com Jenson Button e boa parte do time, e na Force India, quando protagonizou uma série de incidentes na pista com o então parceiro Esteban Ocon.

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